Rogo para que esta carta o alcance com saúde.

Nos últimos meses temos enfrentado um grave problema, embora estejamos tentando entendê-lo e resolvê-lo da melhor maneira possível. Percebo, contudo, que este pode se transformar em um desafio de grande magnitude.

Subitamente, alguns de nossos internos foram acometidos por uma doença misteriosa que afeta suas memórias e os seus comportamentos. Até o momento, cinco de nossos internos foram infectados. Estamos mantendo vigília constante, mas ainda não fomos capazes de identificar as origens ou as formas de transmição.

A seguir, relato alguns dos sintomas apresentados pelos doentes.

Primeiro, o inchaço e a dor. A pele da pessoa incha e fica vermelha e quente, como se estivesse queimando. A dor é aguda e constante, tornando difícil para a pessoa dormir ou se movimentar.

Depois, uma mancha negra aparece na pele da pessoa e cessam os sintomas de dor e queimação. A mancha cresce lentamente, formando um círculo perfeito no torso. A pele dentro do círculo fica escura e pegajosa, como se estivesse apodrecendo.

A medida que a mancha se espalha, a memória da pessoa começa a falhar. Ela começa a esquecer coisas simples, como o nome dos familiares ou o rosto dos amigos. Ela também pode começar a ter lapsos de memória mais graves, como esquecer onde mora ou como se alimentar.

A perda de memória piora até o ponto da pessoa não se lembrar de mais nada. Ela fica confusa e desorientada, e não consegue entender o que está acontecendo com ela. Ela pode parecer lamentar a perda de alguma coisa, mas não consegue se lembrar do que é.

Nesse estágio, a pessoa pode agir de maneira imprevisível. Ela pode ser doce e gentil, como uma criança, ou violenta e agressiva, como um animal raivoso. Ela pode alternar entre esses dois estados, tornando impossível para os outros prever como ela vai agir a seguir.

Peço que redobre os cuidados e fique atento aos moradores da vila. Não sabemos como essa doença chegou até aqui e nem como ela se espalha. Peça que os médicos verifiquem as pessoas que exibam a marca do vazio e isolem essas pessoas do convívio para que não acabem ferindo entes queridos ou talvez contaminando-os.

Espero ter alguma novidade em breve.

Padre Miguel.


Padre Miguel é responsável pelo Monastério do Pico e é irmão de Balder, prefeito da Vila da Serra, que fica a dois dias de viagem montanha abaixo.

O monastério é um local afastado, situado quase no topo do Pico do Mosteiro, que leva esse nome em função da construção, que a cerca de 50 anos foi ocupada por clérigos que buscavam um local que os permitissem estudar as escrituras sagradas de sua religião em paz.

Oito anos atrás, o Padre Miguel, vindo da Vila da Serra, alcançou o posto máximo do monastério, passando a ser responsável pela administração do local, que anualmente recebe cerca de vinte acólitos vindos de todos os lugares do reino, para uma temporada de um ano, onde fazem seus estudos e atuam como copistas.

Recentemente, o Padre se deparou com uma terrível provação na forma de uma misteriora doença que os acólitos passaram a chamar de doença dos vazios.

Uma vez a cada quinze dias um grupo de acólitos vai à vila fazer os pedidos de mantimentos e aproveitam para entregar ao prefeito, correspondências de seu irmão. Da mesma forma, Balder escreve à seu irmão, colocando-o a par dos acontecimentos da vila. Muito embora os locais fiquem relativamente perto, apenas dois dias de viagem subindo a montanha, os irmãos não se veem a mais de dois anos.

Com a notícia desta doença misteriosa, o prefeito ficou bastante aflito, comunicou o conselho de moradores da cidade, mas foi orientado a esperar novidades do local, o que aconteceu à vinte dias.

Balder então organizou uma caravana com a mesma lista de pedidos de quase um mês e resolveu convocar carregadores para fazerem a entrega, mas com uma missão maior, investigar e trazer notícias para a vila.

O prefeito pretende contratar 10 carregadores, pagando a cada um 30 denários (moedas de prata) para levarem mantimentos para o mosteiro. Devem acompanhar os carregadores 05 cavalos, cada um deles capaz de levar aproximadamente 150 kg de mantimentos, para um total de quase 1.000 kg de alimentos, principalmente trigo.


A moeda básica deste cenário são as moedas de prata. Uma moeda de prata é o suficiente para as despesas diárias. Dessa forma, o prefeito está pagando, por uma viagem de quatro dias, o necessário para que qualquer um consiga passar um mês.

Considera-se que parte dos mantimentos da caravana serão usados pelos personagens e pelos animais.

O grupo fará dez personagens, que serão os carregadores dessa caravana. Dependendo do sistema escolhido, a aventura pode funcionar como um fúnil.


Quando chegarem à prefeitura, os candidatos à carregadores são informados sobre a carta de Padre Miguel, sendo orientados sobre os objetivos da caravana. Eles também levarão uma carta, onde o prefeito pede que seja informado exatamente o que está acontecendo no monastério e como está a saúde de todos. Na carta ele informa que até o momento não foram reportados casos da doença na vila.

Os carregadores devem partir na manha seguinte, logo cedo, pegando os cavalos nos estábulos e em seguida levando-os para abastecer no celeiro, partindo em seguida nessa jornada imprevisível.

Levando os cavalos para o celeiro, onde serão carregados e partirão para o monastério.
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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.