Saudações, aventureiras e aventureiros.
Depois do lançamento do Mythras Imperativo pela Macaco Dumal, em português, no último dia 20.12, inúmeras dúvidas surgiram em relação aos Estilos de Combate.
Saindo diretamente das páginas do Mythras RPG, vamos a algumas clarificações de dúvidas sobre esse elemento importante do jogo e como dar mais cor a sua ambientação e tirar melhor proveito desses estilos.
As habilidades de combate são adquiridas em Mythras como Estilos de Combate. Cada estilo é um conjunto composto por várias armas, relacionadas à cultura, profissão e mesmo escolas de combate, que evitam a necessidade de aprender a utilizar cada arma separadamente.
A decisão sobre a quantidade de armas que devem ser incluídas em cada Estilo de Combate cabe exclusivamente ao Mestre. No entanto, algumas orientações são fornecidas para ajustar os Estilos de Combate a um tema de campanha em particular.
O aspecto mais importante dos Estilos de Combate é que o personagem aprende como usar cada arma do estilo, tanto individualmente quanto em combinação, de forma que ele possa trocá-las quando for necessário. O treinamento em combate não foca meramente no uso de uma arma específica ou armas nas melhores condições, mas também cobre o que fazer quando se está em grande desvantagem. Esse treinamento cruzado constitui uma parte fundamental da preparação de um combatente para os eventos imprevisíveis do campo de batalha, onde a quebra de uma arma ou ser desarmado é sempre uma possibilidade potencial.
A maioria dos personagens começam com uma chance de aprender um estilo de combate cultural, refletindo uma educação básica naquelas armas disponíveis para um membro daquela sociedade e classe social, mostrando o treinamento oferecido para proteger a comunidade (ou talvez para defesa pessoal). Dessa forma, espera-se que um bárbaro saiba usar lança, machado e arco – armas e ferramentas básicas de um aldeão; já um barão da mesma comunidade, crescendo com acesso a armas de melhor qualidade, poderia ser treinado com espadas, lanças e escudos.
Algumas profissões, como caçador e guerreiro, oferecem a possibilidade de aprender novos estilos. Estes devem refletir armas menos usuais, ou armas restritas à sua profissão. Então, continuando com o exemplo anterior, se o aldeão decide se tornar um mercenário, ele aprenderia um novo estilo, diversificando suas competências para incluir glaive, machado longo, e machados de arremesso.
É importante que se evite a repetição de armas dentro de estilos de combate adicionais, o que refletiria um treinamento repetido e desnecessário. Se o personagem estiver usando uma arma pertencente a dois estilos de combate diferentes, em conjunto com uma arma pertencente a um estilo de combate, deve-se utilizar o valor do menor estilo de combate. Caso o personagem esteja utilizando apenas uma arma que pertença aos dois estilos, utiliza-se o maior valor de estilo de combate.
A escolha sobre a quantidade de armas que deve fazer parte de um Estilo de Combate depende fundamentalmente do quão importante o combate será dentro da campanha.
Os estilos de combate são muito exclusivos
Cada estilo está ligado a uma única arma de duas mãos ou uma combinação específica de armas pareadas. Essa opção é melhor utilizada em campanhas fortemente baseadas em combate, como campanhas focadas em gladiadores, onde cada tipo gladiatorial possui a sua própria combinação de armas (rede e tridente, por exemplo).
Estilos exclusivos necessitam de um maior investimento de pontos de perícias durante a criação do personagem, e subsequentes investimentos em Rolagens de Experiência para atingir a diversificação, o que pode reduzir a taxa de desenvolvimento de personagens combativos.
Os estilos de combate são específicos de cultos ou escolas
Cada estilo especializa no uso de algumas poucas armas de importante significado para um determinado culto ou escola de combate. Uma irmandade maligna de assassinos pode, por exemplo, treinar com armas típicas incomuns, como zarabatana e garrote. Escolas de combate podem contemplar armamentos de uma companhia mercenária, ou uma escola mística de artes marciais. O número sugerido de armas deve variar de duas a três por estilo.
Os estilos de combate são específicos das profissões
Cada estilo é limitado às armas principais utilizadas por um profissional combatente daquela profissão, por exemplo, um soldado legionário deve demonstrar competência no uso de espadas curtas, adagas, escudo e dardos.
Os estilos de combate são baseados na classe de armas
Cada estilo incorpora cada arma de um design particular ou tipo de dano. Um exemplo poderia ser “todas as espadas”, incorporando tudo desde espadas curtas a espadas grandes; ou “armas contundentes”, cobrindo porretes, martelos, maças e qualquer coisa que cause dano por esmagamento.
Os estilos de combate são abrangentes
Esses estilos incluem todas as armas de combate corpo a corpo, a distância ou ambos. Está opção só é recomendada para campanhas onde o combate for raro, e secundário a outras formas de interação.
Deve ficar óbvio que nem todos os Estilos de Combate serão iguais, ou necessariamente balanceados entre eles. Estas questões devem ser consideradas em relação à cultura, classe social e profissão – não serem limitadas por mecânicas de jogo.
ESCOLHA DE ARMAS
Quando decidindo quais armas incluir em um Estilo de Combate, considere o seguinte:
Armas de duas mãos geralmente tem uma vantagem, tanto em termos de alcance da arma, quanto ao dano que elas podem infligir, mas deixam aquele que a empunha vulnerável se a arma for perdida.
Os escudos são as melhores armas defensivas, capazes de bloquear adequadamente armas grandes, além de proteger contra ataques a distância – que outras armas normalmente não podem aparar.
Usar duas armas ofensivas simultaneamente oferece àqueles que as empunham uma maior variedade de distâncias de engajamento e dá uma certa segurança se uma arma quebrar, cair ou for desarmada durante o combate. As armas secundárias utilizadas na outra mão devem ser pelo menos uma categoria menor do que a arma principal, a menos que ambas sejam pequenas.
Armas a distância garantem a habilidade de atacar além do alcance corpo a corpo de um inimigo, normalmente ao custo de uma menor velocidade de ataque, a menos que se use armas de fogo anacrônicas ou dispositivos de feitiçaria. Um estilo de combate poderia potencialmente incluir armas incomuns, como armas de cerco, por exemplo.
Estilos de combate desarmado permitem ao usuário a oportunidade de lutar e se defender sem a necessidade de armas. Eles também são úteis em situações onde um oponente aproximou-se para dentro do alcance da arma empunhada. Um ataque desarmado pode ser feito com qualquer parte do corpo, exceto o torço. Sendo assim, os membros, asas, caudas e mesmo a cabeça podem ser usadas para golpear.
BENEFÍCIOS DOS ESTILOS DE COMBATE
Os estilos de combate possuem uma outra função além de simplesmente aprender um grupo de habilidades com armas. Uma vez que cada estilo é ensinado para uma cultura ou profissão em particular, elas são inerentemente otimizadas para o ambiente ou táticas militares que o grupo normalmente utilizam; por exemplo, um nômade à cavalo aprende a lutar da sela, ou um soldado de infantaria, aprenderia a lutar em uma formação próxima. Assim, como um bônus, cada estilo de combate pode conceder um ou mais aspectos que garantem uma vantagem sob certas circunstâncias. Isso pode ser ensinado como uma vantagem técnica integrada que o estilo oferece em algumas situações específicas. No entanto, um aspecto é planejado para ser usado com armas e situações daquele estilo em particular.
Os benefícios potenciais que os estilos de combate podem dispor são infinitos e diversos. Alguns exemplos são fornecidos para dar um tempero, não para conceder vantagens táticas esmagadoras. Os mestres são encorajados e criar os seus próprios estilos de combate e aspectos. Algumas sugestões podem incluir:
Aspecto | Descrição |
---|---|
Assassinato | Permite ao usuário acessar o normalmente restrito efeito especial “Matar Silenciosamente”. |
Combate às cegas | Permite ao usuário ignorar qualquer penalidade imposta devido à pouca iluminação ou cegueira temporária. |
Combate Montado | O estilo permite que o cavaleiro ignore o limite colocado sobre as rolagens de combate pela perícia Montaria. |
Parede de Escudos* | Permite a um grupo com três ou mais usuários de escudo sobrepor suas proteções, adicionando um ao número de locais do corpo que podem ser protegidos com bloqueio passivo e resistindo a Empurrar, Ataques com saltos e Afastar como se estivesse usando a ação Firmar. |
Alguns benefícios podem ser aplicados, por extensão, a perícia Desarmado – tanto aprendido pela cultura, quanto devido a profissão.
USAR ARMAS NÃO COBERTAS PELO ESTILO DE COMBATE
Ocasionalmente, os personagens podem ser forçados a pegar uma arma com a qual não estão familiarizados, usando-a independentemente ou em conjunto com uma arma com a qual são treinados. Um personagem com o estilo Espada e Escudo pode, pode exemplo, ser forçado a usar uma maça, ou uma maça e escudo juntos.
Pelas regras, usar uma arma sem treinamento força o usuário a lutar com o seu valor base de Estilo de Combate. No entanto, muito depende da arma e do quão similar ela é, de alguma arma que o lutador seja proficiente. Algumas orientações gerais são fornecidas sobre o uso de armas sem treinamento.
Se a arma é substancialmente diferente de uma arma com a qual se tem treinamento – em peso, tamanho, comprimento e método de uso – então, as ações ofensivas e defensivas são feitas com o valor base da perícia Estilo de Combate (FOR+DES).
Se a arma é razoavelmente diferente de uma arma com a qual se tem treinamento – usar uma espada grande com treinamento em espada bastarda – então, as ações ofensivas e defensivas são realizadas com dois níveis de dificuldade maior.
Se a arma é genericamente similar a arma treinada – usar uma espada curta com treinamento em espadas bastardas – as ações ofensivas e defensivas são realizadas com um nível de dificuldade maior.
Se a arma usada é similar a arma treinada – usar uma cimitarra com treinamento em espada bastarda – então o personagem usa o seu valor de Estilo de Combate sem penalidades.
Se o combatente está usando uma arma com a qual não possui familiaridade, junto com uma arma treinada, como um escudo, então o valor do Estilo de Combate é usado com um nível de dificuldade maior. Isso simula a compensação geral necessária que o combatente precisa fazer (ajustar o equilíbrio, contabilizar o peso, e assim por diante) para usar uma arma treinada e uma não treinada.
A penalidade imposta por usar uma arma não familiar não pode reduzir a perícia do combatente abaixo do valor base, que é FOR + DES.
O estilo de combate é um aspecto muito interessante e abrangente do sistema Mythras, permitindo que o mestre em conjunto com os jogadores criem opções muito interessantes, com muita aderência ao cenário de campanha.
Eles não somente simulam as diferentes possibilidades de utilização das armas, sozinhas ou em conjunto, como também as diferenças associadas às classes sociais.
Bom dia Franciolli ;
Parabéns pelo ótimo texto, que por si só, já comprova a falta de um texto mais claro sobre o assunto no Mythras, pelos menos no que se refere a versão de jogo rápido , ” O imperativo” . Eu acho que faltou explicar a raiz da ideia, que aqui você faz com maestria e elucida o texto original.
Seu material traz um frescor e nuances ao jogo que trazem mais vontade de conhecer o jogo.Espero que ele faça sucesso por aqui,Abraço!