Inspirado em uma frase do meu grande amigo Leandro “Gilgan” Nantes, decidi escrever esta matéria, principalmente por ter certeza que essa situação acontece em muitas mesas pelo mundo a fora!

Em sua mesa, os personagens agem como um bando ou como um grupo?

Essa diferença não fazia muito sentido nas edições anteriores de D&D porque o objetivo de todos os personagens era causar dano e isso gerava discussões verborrágicas sobre quem é melhor; quem causa mais dano; quem agüentaria mais tempo num combate, etc.

Na quarta edição os personagens possuem papéis que determinam, em parte, como cada personagem deverá agir em uma situação de combate. O jogo passou a ser melhor jogado em grupo. Quem deve brilhar é o grupo e não um único indivíduo.

Uma vez que não faz mais sentido pensar num único indivíduo, como por exemplo um mago, segurando toda uma horda de mortos-vivos com suas bolas de fogo, devemos começar a pensar num grupo, mas qual a diferença?

O bando é um conjunto de personagens que agem de forma descoordenada, e funcionam melhor sozinhos do que juntos. O objetivo de cada um é derrubar a maior quantidade de inimigos possível, priorizando o dano de seus poderes de ataque aos efeitos que seus poderes poderiam gerar no campo de batalha.

O grupo é um conjunto de personagens que mesmo que consigam trabalhar sozinhos, entendem que suas habilidades, quando utilizadas em conjunto, garantem efeitos muito mais devastadores nas fileiras inimigas.

O bando se dispersa no campo de batalha e cada um ataca um oponente na esperança de derrubá-lo e normalmente não utilizam as perícias de conhecimento para determinar as fraquezas do oponente e nem se preocupam com o ambiente. Todos tendem a utilizar poderes visando o dano que eles causam e não o efeito gerado – um pensamento típico das edições anteriores, que não possuíam mecânicas de movimentação.

O grupo, quando se reúne pela primeira vez, imagina como funcionará em combate. Como o mago pode ajudar a colocar os inimigos em posição para que o ladino consiga desferir seus melhores golpes. Como o guerreiro se posicionará para impedir que os inimigos passem por ele, como o clérigo poderá ajudar curando e ajudando os seus companheiros. Enfim, um conjunto de aventureiros buscando a melhor forma de agir aproveitando ao máximo suas potencialidades e interpretando bem os seus papéis.

GRUPO de D&D enfrentando um dragão branco! A sobrevivência de todos depende de cada um.

GRUPO de D&D enfrentando um dragão branco! A sobrevivência de todos depende de cada um.

O bando prioriza o indivíduo, enquanto o grupo prioriza o coletivo.

Recentemente o rpgista.com.br trouxe uma matéria sobre as famosas TPK (Total Party Kill), que é a situação no jogo onde todos os personagens morrem. Eu acho que o mestre não pode ser bonzinho, ele deve ser imparcial e acima de tudo JUSTO.

Justo quer dizer: capaz de colocar um desafio que o grupo POSSA vencer e agir da melhor maneira possível para derrotar os personagens. Se o grupo se comporta como um bando ao invés de como um grupo, as chances do TPK acontecer é muito maior e definitivamente, não é culpa do narrador.

Obrigado e até mais!

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.