Saudações, aventureiros e aventureiras.

Para aqueles que apoiaram a versão impressa do Mythras Imperativo, essa semana foi de alegria para aqueles que, como eu, receberam o livro e agora podem desfrutar de uma leitura em meio analógico deste RPG que tem uma ampla lista de bons títulos, muitos (se não todos) dos quais eu gostaria de ver em português.

No artigo Mythras #00 – Terra de Ninguém eu falei bem superficialmente sobre a criação de personagens um Mythras, que embora não seja complicada, é demorada, um fato que tem me feito acreditar que pode sim contribuir para manter algumas pessoas afastadas do sistema, quando se tem opções muito mais simples.

Essa percepção, claro, também não é somente minha, afinal, o livro Mythras Companion, publicado no ano passado, apresenta uma técnica de criação de personagens chamado Método Pirâmide (escrevemos sobre ela aqui), indicada para ser utilizada quando se está com pressa e se deseja criar um personagem com mais rapidez, distribuindo valores inteiros para as perícias.

Nas duas primeiras etapas de criação de personagem (cultura e profissão), o personagem pode escolher até 14 perícias básicas, mais 6 perícias profissionais, que serão melhoradas com os pontos bônus.

Na criação do personagem, os jogadores tem a sua disposição 22 perícias básicas e 36 perícias profissionais, o que inicialmente pode ser considerado um grande número de opções.

De fato, o número de opções pode ser grande, mas quando você tem uma ideia de que tipo de personagem você vai querer jogar, as coisas ficam mais fáceis.

Considerando as regras completas de Mythras, no momento da criação do personagem tenho que levar algumas coisas em consideração:

1) O cenário possui magia?

Em caso afirmativo, quais tradições mágicas estão disponíveis? Se todas as tradições mágicas estiverem disponíveis, os jogadores tem que ter em mente que:

a) Se fizerem um usuário de magia comum, uma perícia profissional tem que ser obrigatoriamente Magia Comum, e para ter acesso a uma quantidade maior de magias, este valor tem que ser maximizado.

b) Se o jogador optar por um animista, duas perícias profissionais são obrigatórias: Transe e Vinculação.

c) Vai ser um místico? Misticismo e Meditação são as perícias profissionais obrigatórias.

d) É um feiticeiro que você quer? Invocação e Modelamento.

e) Seu lance é conversar com os deuses? Um teísta precisa de Devoção e Exortação.

2) Independente de magia no cenário

Independente de haver magia no cenário ou não, se você optar por um personagem combativo tem que focar em Estilo de Combate, mais de um de se quiser usar vários conjuntos de armas com certa habilidade, Desarmado e Evasão, todas elas perícias básicas.

Personagens mais furtivos devem focar em Dissimulação, Furtividade e Ocultação (perícias básicas).

Duas perícias que SEMPRE devem ser consideradas por aventureiros são Força de Vontade e Tolerância.

3) Agilizando a construção de personagens

Ter o conceito do personagem em mente ajuda muito e agilizar a criação do personagem, orientando quais perícias se encaixam melhor com o conceito que você busca explorar.

Se utilizado com o Modelo Pirâmide, os resultados podem ser mais eficazes.

Se o inglês não for uma barreira para você, no próprio site da The Design Mechanisms, você pode baixar uma ficha automatizada em Excel, que gera praticamente tudo (aqui) – infelizmente muito da formatação condicional da ficha se perde quando eu tentei traduzir as fichas, mas se eu conseguir mais alguma coisa que ajude, posto por aqui.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.