Saudações, aventureiros.

Com a mente sempre fervilhando em busca de novas histórias para contar, de novas aventuras para viver, me apoio em antigos tomos que me ajudem a desenvolver a narrativa e pensando em algo para Ravenloft ou algo com uma pegada mais dark, encontrei o Enforcado.

Encontrei sua versão para AD&D (Ravenloft Appendix I) e para D&D 3.5 (Ravenloft – Denizens of Darkness) e fiquei com a descrição do mais antigo, que se enquadra perfeitamente na proposta que desejo construir para esta aventura específica para personagens de primeiro nível que deverá aproveitar bem o histórico dos personagens de forma a colocá-los em um dilema bem no início da aventura/campanha.

Confiram o Valpurgeist ou Enforcado!


Gathering at Odin’s Tree, por Mateusz Katzig

O valpurgeist, ou enforcado, é uma criatura morta-viva que por vezes se manifesta quando um homem ou mulher inocente é enforcado por um crime que não cometeu. Sem conseguir provar sua inocência em vida, o espírito retorna após a morte para clamar as vidas daqueles que o enviaram para o cadafalso.

Valpurgeists ainda mantem suas aparências humanas, mas dificilmente conseguem se passar por uma pessoa normal. Seus pescoços foram claramente quebrados, fazendo suas cabeças penderem em um ângulo estranho enquanto a criatura caminha. Além disso, a pele adquiriu a cor pálida da morte e o odor de putrefação cerca a criatura.

Os valpurgeists não conseguem falar e ou não querem ou são incapazes de dar ouvidos as palavras dos outros. Tentativas de comunicação que não envolvam magia (falar com os mortos, por exemplo) fracassarão. Aqueles que conseguirem comunicar-se com a criatura descobrirão que ele é completamente obcecado em executar vingança contra aqueles que erraram com ele.

Hanged man, por Darius Zablockis

Combate: o valpurgeist ataca com seus poderosos punhos. A essência das trevas que o animou também lhe confere enorme força, de forma que cada um de seus golpes causa 1d6 pontos de dano.

Se ambos os ataques acertarem o alvo, assume-se que a criatura agarrou o oponente pelo pescoço e começará a estrangulá-lo. Escapar do estrangulamento requer um teste de Resistência de Força.

Se a criatura iniciar a rodada estrangulando uma vítima, esta receberá 1d8 pontos de dano automaticamente. Além disso, a vítima deve fazer um teste de Resistência de Constituição ou cairá inconsciente por falta de oxigênio. Aqueles que caírem inconscientes morrerão na próxima rodada, sofrendo uma ruptura da traqueia e quebra do pescoço, se não for solto por uma terceira pessoa. A única forma de libertar alguém que está sendo estrangulado do aperto mortal do valpurgeist é retirar as mãos estranguladoras do pescoço da vítima (teste de resistência de Força) ou distrair o valpurgeist de sua vítima. O último método é muito difícil, pois existe apenas 1% de chance por ponto de dano infligido na criatura, de que ela liberte sua vítima e ataque outro personagem. Se ele libertar a vítima, ele sempre atacará quem o distraiu.

Cortar os braços da criatura não libertará a vítima, pois os músculos permanecerão travados e continuarão a estrangular a vítima.

Valpurgeists podem ser expulsos como se fossem ghasts e sofrem 1d4 pontos de dano por frasco de água benta aspergidos sobre ele. Eles são imunes a sono, encantar e prender e magias similares, mas pode ser afetado normalmente por magias que afetam mortos-vivos.

O valpurgeist pode ser libertado do seu fardo de culpa (e dessa forma descansar em paz) se forem encontradas evidências que possam provar a sua inocência do caso pelo qual foi enforcado. Se o espírito da criatura não for apaziguado desta forma, ele sempre retornará para perseguir seus acusadores, independentemente da forma utilizada para destruir a sua forma física. Sendo assim, mesmo que o corpo do valpurgeist seja completamente destruído por ácido, seu corpo será reconstruído e ele retomará a sua jornada por vingança novamente. Retornar após ter o corpo destruído demora 2d4 dias se o corpo estiver intacto e o dobro disse se o corpo foi destruído de alguma forma.

Habitat e sociedade: Valpurgeists são espíritos solitários que sentiram a fria injustiça de um mundo que não acreditou em suas súplicas de inocência. Devido a este fato, eles não terão piedade de nenhum ser vivo em sua pós-vida.

Embora o valpurgeist não seja mais ou menos inteligente do que foi em vida, todas as suas faculdades mentais são agora centradas em vingança. Sendo assim, ele trabalhará metodicamente, e frequentemente astutamente, para provocar a destruição daqueles que ele considera seus inimigos.

Mesmo a morte de todos aqueles envolvidos em sua acusação e execução não podem livrar o espírito de sua aflição. Uma vez que a criatura tenha matado todos os envolvidos em sua morte, ele começara a ampliar o escopo de sua vilania. A única forma de livrar o mundo da presença amaldiçoada de um valpurgeist é provar a sua inocência, desta forma removendo a ira que macula seu espírito.

Ecologia: Como todos os mortos-vivos, valpurgeists não possuem um lugar no mundo natural. Eles são apenas produtos do mal e das trevas.


Espero que tenham gostado e até a próxima aventura!

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.