Texto original: The evolution of the dungeon encounter
Postado em: 05 de março de 2010
Autor: Wimwick
Site: Dungeon’s Master

“Ei que baruio é essi?”

“Qui baruio cê tá falano Oloorin?”

“É baruio de uma porrada. Vamu lá vê?”

“Qui co cê tá falano? Nós temu um trabaio importante pra fazer, guarda essi baú aqui nessa sala de 3 x 3 metros. Num vamo arredá o pé daqui”

“Tá bem, se você diz. E o que vamu faze se alguém entrar pela porta?”

“Vamu morre. Essa é a vida de dois orcs guardando um baú numa sala.”

Isso soa familiar? Talvez eu tenha ido um pouco longe com os estereótipos, mas quantos mestres projetaram uma masmorra que tem uma sala com poucos monstros que apenas esperam pela porta ser aberta?

Culpa declarada. Faz um longo tempo que eu não faço mais coisas como estas em uma masmorra e existem muitas razões para isto. A principal é que as masmorras estão sempre mudando. Na 4ª edição não existem salas suficientes para suportar uma sala com dois orcs e um baú. De fato, você pode argumentar que masmorras como estas que existiam, não existem mais em D&D 4ª edição. Se quiser saber mais sobre o assunto dê uma olhada no artigo  Taking the Dungeon Out of D&D.

Observando como as masmorras desenvolveram-se com as edições, podemos perceber que elas evoluíram de complexos sistemas de masmorras com várias salas de diferentes dimensões, conectados por longos e sinuosos corredores para masmorras com 3 grandes salas conectadas apenas por um corredor como visto nas Dungeon Delves. Os corredores eram os locais de encontro onde ficavam as armadilhas e os monstros errantes. Tudo isso mudou na quarta edição e as armadilhas agora são parte do encontro e as tabelas de encontros aleatórios nem aparecem mais no Guia do Mestre.

Agora, uma parte de mim sente falta das explorações de masmorras no estilo old school. Eu sinto falta de explorar a masmorra quadrado por quadrado do mapa, matar orcs que guardavam salas aleatórias e ficar curioso para saber se o baú não era um mímico. No entanto, embora eu sinta falta daqueles dias, eu reconheço que é uma nostalgia que eu não queria realmente que voltasse. Eu não estou interessado em masmorras que respondam como jogos ruins de vídeo game onde os monstros da sala não atacam por que estão fora do alcance.

Um dos aspectos que eu gostei na 4ª edição e que eu tenho visto mais recentemente, são os combates acontecendo em ondas. O D&D Championship usava este formato e Ameron adaptou aos encontros de nossa campanha. A adição de lacaios na 4ª edição presta-se a isso, não necessitar de muitos acertos para matar uma criatura durante o combate. Fazendo com que novos combatentes entrem no combate em rodadas subseqüentes também simula que a masmorra está viva. Os monstros estão cientes do que está acontecendo ao redor da sala e reagem de acordo.

Agora, alguns vão argumentar que os encontros da 4ª edição demoram muito para serem completados, o combate é muito complicado. No entanto, quando você considera colocar encontros num cenário com 100 salas cheias de monstros aguardando para serem descobertos, avançar pela masmorra toma menos tempo. Então, qual a diferença?

É claro que não existe razão para dizer que as masmorras old school não possam ser adaptadas e usadas na 4ª edição. De fato, os encontros podem ser organizados da mesma forma. Eu me maravilho com o sentimento de mistério que novos combatentes entrando no encontro proporcionam.

Você prefere os encontros como eles são na 4ª edição ou prefere as longas masmorras das edições anteriores?

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.