One shot #08 Nascido sobre um signo ruim
Iniciando nossa série de encontros semanais, a coluna “One Shot” trará ideias para suas aventuras. A princípio não trato de um único sistema, mas no decorrer destas linhas muitas vezes surgiram citações, descrições e regras voltadas a jogos como o D&D, WoD e muitos outros. Então convido vocês a darem segmento a essa nova empreitada.
Aventura: Nascido sobre um signo ruim
Nossa última coluna desta série irá encontrar um #badtrip escondido em meio às folhas, arvores e corpos mortos daquela famigerada masmorra que os personagens exploravam. Um sabor que entorpece a boca e resseca seus lábios, temperado com medo e horror, lamurias e muita falta de sorte. As maldições recaem como chuva fria nos planos daqueles que as evocam.
Enquanto as/os personagens exploram aquela masmorra clássica, construída para guardar os restos mortais do poderoso mago, uma trama secundária pode ser a chave para leva-los a uma nova jornada, desta vez, por seus interesses.
Em um local selecionado adicionamos uma rica descrição: na parede, runas estão encravadas entre símbolos desconhecidos e desenhos, nestes escritos uma maldição foi ocultada, como um selo que protege o portão que leva a área onde vivia o antigo morador, caso alguém resolva quebrar o lacre a maldição cairá em suas costas, e a exploração da masmorra irá continuar por algum tempo.
Algumas boas ideias para maldições:
- A/O personagem que sofre a maldição não poderá entrar mais em contato com a luz do sol, talvez sua pele fique extremamente irritada, provocando ulcerações repentinas ou mesmo seja petrificada na luz do dia, ocultada durante a exploração, já que não é comum a existência de luz natural em uma masmorra;
- Você não consegue mais falar no singular, apenas usa o plural para todas as frases, o que irá tornar muito instigante e engraçada as cenas de interpretação com todos e todas. Palavras como eu, meu e seu já estarão riscadas do seu vocabulário, pode-se até construir frases perfeitamente, mas todas no plural;
- Alguém se lembra da maldição infligida sobre a Druidisa Jaheira em Baldur’s Gate II, seus cabelos caiam aos montes enquanto sua força era drenada, ela sentia um tremendo mal estar enquanto aparentava estar cada vez mais frágil e doente, imagine algo do tipo recaindo no líder do grupo.
Depois de superado o atual conflito, esta maldição seria manifestada, e agora? De que forma iram encarar o malfado de suas ações? Um paladino, apenas falando no plural teria uma batata quente nas mãos ao tentar reportar sua missão, na Ordem ao qual serve, o resultado. Enquanto a guerreira, aparentando estar seriamente doente não seria bem recebido, e poderia até receber uma “licença médica” da milícia local.
Nosso segundo passo aqui é apresentar opções de como lutar contra essa moléstia. Deixe que explorem as consequências e possibilite o entendimento antes de iniciar o segundo passo. Após procurar uma clériga ou mesmo depois de pesquisas, apresente algumas opções a serem exploradas, seguem exemplos:
- O clérigo notou que os escritos eram de um antigo vernáculo já esquecido pelos povos das tribos ciganas, buscando algumas informações históricas, apenas dois povos descendentes destas tribos ainda residem próximos à região;
- O antigo mago sepultado naquele lugar criou a magia que amaldiçoava quem adentrasse seu lar sem sua autorização, o clérigo os informou que somente este sabe a maneira de reverter o acontecido. Depois de descoberto o corpo foi removido da masmorra e sepultado no cemitério da cidade, um ritual de “falar com os mortos” deve ser provavelmente o suficiente para obter essa informação, no entanto, as leis da igreja local proíbem terminantemente a exumação de corpos no cemitério da cidade.
Qualquer que seja a opção encaminhada, a dica aqui é não ficar preso sobre o como resolver essa “coisa” depois das opções apresentadas, deixe que discutam sobre o que está acontecendo, quem sabe os/as participantes não podem até encontrar outro meio para resolver o problema? Ou até resolvam seguir em frente e buscar a cura para essa maldição no futuro.
Aqueles que já leram os livros do cenário de campanhas de Ravenloft e seus suplementos sabem que as emoções têm poder, raramente um personagem deste mundo deseja entrar em conflito direto com um Vistani, por exemplo, já que este praguejar maledicências contra sua pessoa, sendo as últimas palavras que ouvirá. Da mesma maneira, tente pressionar um pouco, evoluindo o quadro à medida que as coisas vão passando, não seja, no entanto, dramático demais, lembre-se, nossa ideia aqui é proporcionar uma aventura rápida e não “antagonizar” ou “desprotagonizar” os personagens.
Bem pessoal essa foi nossa última coluna da série One Shot, almejo sinceramente que os amigos e amigas tenham gostado tanto de ler como obtive prazer em escrever. Aguardo seus comentários e em breve vou estrear uma nova coluna, um forte abraço.