Nos próximos dias deverei mestrar uma aventura de apresentação para alguns amigos usando o Mythras e então resolvi fazer esse teste, criar um personagem usando as regras apresentadas no artigo Mythras – Criação de Personagens e testá-lo em um combate.
Como os combates em Mythras são realizados na base do golpe a golpe, a despeito da complexidade do sistema, o combate tende a ser rápido.
Quando colocamos um guerreiro contra uma criatura da noite, quem se dá melhor?
Adryan é um oficial da guarda e sobrinho do Barão Sanguinário, senhor do Poleiro do Corvo em Velen, e tem feito o seu melhor para ganhar o respeito e admiração de seu tio.
Uma certa noite, passando revista à seus homens, percebe a falta de movimentação no posto de vigia próximo à estrada, no final da ponte. Usando a sua armadura escamada, escudo e espada longa, Adryan caminha lentamente pela ponte, observando a lanterna acessa e buscando por algum sinal dos dois soldados que deveriam estar mantendo guarda.
Movendo-se lentamente, ele pragueja o fato de ser tão grande e pesado e de estar caminhando sobre um ponte de madeira, o que torna impossível surpreender alguém.
Quando chega ao final da ponte e se aproxima do a lanterna, não vê sinal dos soldados. Eles pagarão por isso. Ele fica atento, na esperança de ouvi-los por perto.
O mestre pede que ele jogue Perception. Como não investiu na perícia, seu valor básico é 18. A falta de iluminação além das proximidades da lanterna tornam o teste difícil (1/3 do valor), para um total de 6. O jogador joga 1d100 e obtém 84. Uma falha.
O mestre então joga 1d100 para testar o Stealth de uma criatura escondida ali próximo. O valor básico da criatura é 20 e o mestre consegue 16 nos dados. Sucesso.
Adryan não percebe a aproximação de uma criatura saindo das sombras.
O mestre diz: Role iniciativa, mas você está surpreso e nesse caso, recebe uma penalidade de -10 na iniciativa, além de não poder defender-se ou realizar qualquer ação ofensiva. Caso a criatura seja bem sucedida no ataque, ela ainda tem um efeito especial de bônus.
A criatura tem um bônus de iniciativa de 12, que somado a 1 obtido nos dados, lhe deixam com uma iniciativa final igual a 13. Adryan possui um bônus de iniciativa de 10, que subtraído de 5 (penalidade) e somado a 6 (resultado na jogada), confere 1 na iniciativa.
O guerreiro não tem tempo de reagir à chegada de uma criatura negra como a noite saída das árvores ali perto. Um grande lobo salta da escuridão, surpreendendo-o completamente.
Ambos os combatentes possuem 2 (dois) pontos de ação, que são gastos para realizar ações ofensivas, defensivas. Como o lobo está engajando em combate e a distância a partir de onde ele estava era curta, ele não gasta 1 ponto de ação para fazê-lo, mas gasta um para atacar.
Saindo das sombras, a criatura pula sobre o guerreiro, tentando mordê-lo no braço esquerdo com suas fortes mandíbulas.
O lobo possui uma chance de acertar igual a 59%, mas obtém 60 na jogada dos dados. Ao mesmo tempo, o mestre lançou 1d20, obtendo 16 e verificando qual seria a parte do corpo atingida, caso o lobo o acertasse. O ataque erra por muito pouco.
Adryan levanta sua espada, tentando reagir o mais rápido possível à ameaça.
O jogador possui 50% em seu estilo Espada e Escudo e lança os dados, mais 1d20 para determinar, caso acerte, a parte do corpo do lobo atingida. Ele consegue 44 e 19, respectivamente. O golpe é bem sucedido e acerta a cabeça do lobo, que gasta seu ponto de ação para tentar evitar o golpe, tentando resistir a jogada do guerreiro com uma jogada de evasão (52). Esta não é uma noite feliz para o lobo, que obtém 53 na jogada, errando sua tentativa de escapar da trajetória mortífera da espada longa.
O jogador joga 1d8 (dano da espada), mais 1d2 (modificador do dano), conseguindo 5 e 2, respectivamente, para um total de 7 pontos de dano. O lobo possui AP/HP 1/4, o que significa 1 ponto de proteção e 4 pontos de vida na cabeça.
Após subtrair 1 ponto dos 7, sobram 6, que subtraindo-se dos pontos de vida, deixam a criatura com -2 pontos de vida na cabeça. Isso significa um ferimento sério. O lobo precisará testar seu Endurance (62) e ficar 1d3 turnos sem agir devido ao trauma, além de, caso sobreviva, ficará com uma terrível cicatriz. O lobo obtém 60 na jogada de Endurance e embora esteja bem ferida, ainda está de pé, contudo, ele obtém 3 na jogada de 1d3, devendo ficar três turnos sem agir.
A espada longa traça uma rota circular, atingindo a cabeça do lobo e arrancando uma orelha e parte do olho. Adryan não perde tempo e desfere mais um golpe, aproveitando a criatura agonizando.
Gastando o seu segundo ponto de ação, o jogador lança os dados para o ataque e para determinar a localização do golpe, obtendo 59 e 19, respectivamente.
O segundo golpe também ia em direção à cabeça do lobo, mas a perda do momentum desviou a lâmina o suficiente para errar o alvo, ainda que por muito pouco.
Sem mais pontos de ação para gastar, encerra-se então o primeiro ciclo da batalha. No início do segundo ciclo, todos os envolvidos recuperam os seus pontos de ação e podem agir.
Pela ordem da iniciativa, o lobo seria o primeiro, mas ainda impossibilitado devido o ferimento, ele passa a ação. O personagem utiliza o seu ponto de ação para desferir mais um golpe. Lançando os dados de ataque e para determinar a parte do corpo que o ataque atinge, obtém 78 e 2.
Adryan desfere mais um golpe, dessa vez a espada passa a poucos centímetros da pata direita traseira do lobo.
Agora seria a vez do lobo, mas o mesmo ainda não pode agir. Se o personagem errar este golpe, na próxima ordem de iniciativa do lobo, o mesmo poderá agir. Os testes de ataque serão considerados difíceis, então é bom o guerreiro acertar o golpe.
Sem perder o momentum dessa vez, Adryan gira a espada em um movimento de varredura.
O jogador lança os dados e obtém 50 e 11, respectivamente e na jogada de dano 10 pontos de dano. Descontando a armadura natural (1), sobram ainda 9 pontos de dano, que subtraídos dos pontos de vida da perna do animal (4), o levam para -5 pv. Isso significa um ferimento maior (valor negativo igual ou menor do que os pontos de vida iniciais), incapacitando o lobo e impedindo que ele continue a lutar.
A espada consegue atingir a pata direita dianteira, decepando o membro e deixando apenas o som de um uivo no ar.
Adryan, ainda ofegante, desfere o último golpe no animal. Limpando a lâmina de sua espada, ele se dirige para o portão e destaca quatro homens para fazer a vigia do lado de fora, dando ordens para que tragam o lobo para dentro e assim que o sol raiar, descubram onde estão os dois guardas que deveriam estar fazendo a guarda.
O personagem foi construído através do sistema de jogada de dados e o combate simulado utilizou jogadas aleatórios criadas no Excel. Como podem notar, o combate é rápido e mortal.
A medida que pegamos o jeito com o sistema, ele passa a ser mais intuitivo.
Muito interressante, gostei mesmo, queria sabe como é feita essa parte do foco em um determinado parte do corpo de um adversario(neste caso rolavam o d20 e o resultado dizia onde o golpe pegava) queria entender mais está mecanica. Vou vêm o combate do D&D
Show, gostei das definições, bem interessante
Aguarde o próximo artigo sobre o tema e obrigado pelo comentário.