O livro possui 276 páginas de capa a capa e é dividido em 18 capítulos muito bem divididos e com todas as informações relevantes que uma boa ambientação precisa ter, inclusive e, diga-se de passagem, com todos os elementos da ambientação muito bem amarrados com o sistema de regras.
Eu considero que detalhes como a forma de vida e as leis de uma sociedade, incluindo crimes e punições, sejam elementos interessantes e que deveriam estar presentes em todos os cenários de campanha, mas isso não é regra, na verdade, torna-se um diferencial e este diferencial o Mythic Iceland possui.
Os demais capítulos cobrem aspectos muito interessantes, como a magia da Islândia mítica, a magia rúnica, um sistema que complementa os sistemas já apresentados no BRP e abre muitas possibilidades. Eu fiquei imaginando correlações que eu poderia fazer com o sistema de magia de Skyrim.
Outro aspecto interessante é a relação que todos os personagens possuem com os deuses e que oscilam de acordo com suas ações, garantindo acesso a poderes especiais, em mais uma espetacular forma de utilização para o sistema de alianças que o sistema BRP apresenta e que eu já discuti aqui no ForjaRPG no artigo Usando Tendências Efetivamente.
No capítulo A Traveler’s Guide, o jogador tem uma visão geral das regiões da Islândia mítica e cada localidade apresenta ideias para aventuras, o que ajuda mestres iniciantes a desenvolver suas primeiras aventuras em cada uma das regiões. Para os mestres veteranos, ficam as dicas que podem ser expandidas.
A Islândia mítica tem espaço para os elfos, embora eles sejam bem diferentes do que vemos em cenários de fantasia medieval. Naturalmente invisíveis aos olhos humanos, eles aprenderam a usar seus poderes para tornarem-se visíveis e assim contatar os humanos, mas suas relações nem sempre são amistosas.
Os demais capítulos cobrem outras terras, criaturas, uma linha de tempo e informações sobre outros países, armas, armaduras, equipamentos, construções e embarcações vikings, como criar aventuras na Islândia mítica, efeitos do álcool (vikings gostam de beber), criaturas míticas, como o Rei dos Ursos que aparece na capa do livro, um cenário para jogar Mythic Iceland, e dois capítulos dedicados ao cenário Cthulhu Dark Ages, uma mistura natural para quem gosta de acrescentar elementos lovecraftianos em suas campanhas.
O Mythic Iceland é sem dúvida nenhuma o melhor cenário de campanha que eu já li, misturando elementos históricos e mitológicos na medida certa, fornecendo detalhes de uma cultura, dia-a-dia e sistema jurídico sem ser enfadonho. Além disso, o autor consegue a proeza de casar todos os elementos da ambientação com o sistema de regras, algo extremamente difícil de ser visto.
Após ler o livro, só posso dizer que a Prata no Ennies Awards 2013 foi uma conquista merecida, e com certeza teve gosto de Ouro na boca do autor e dos fãs do Mythic Iceland, que eu recomendo a leitura, independente de se você vai jogar ou não no cenário.
Parabéns ao Pedro Ziviani pelo maravilhoso trabalho e que um dia este título possa estar disponível também em português.
Para quem ficou interessado, o livro físico está disponível no site da Chaosium e Amazon (onde fiz a minha compra) e as cópias em pdf podem ser encontradas tanto na Chaosium quanto na DriveThruRPG.
Concordo em gênero, número e grau. Esse é com certeza um dos melhores livros de cenário que eu já li. A impressão que fica é que, tudo o que é relevante na cultura nórdica/viking, está ali. Pelo menos para um bom jogo do gênero.Por exemplo, esses detalhes do dia-a-dia dos vikings, como leis e costumes, dão muitas ideias de tramas e aventuras e são, por si só, uma grande fonte de cultura e conhecimento. Mesmo que você não for jogar um jogo assim, vale a pena ler. A leitura é agradável e realmente, nada cansativa.(e eu acabei de notar, que só fiz repetir o que o Franciolli escreveu na resenha)De modo que, gostaria de parabenizá-lo pela grande resenha. Que bom que voltou a ativa.Abraço.
Fiquei curioso para conhecer o sistema e parabenizo o autor pela conquista.
Tem que sair do modo passivo meu amigo, principalmente depois de ter dado meia volta ao mundo em busca de XP e ouro.
O sistema é fantástico Bob Nerd, e embora muita gente não curta por ser d100, vale muito a pena.
Tem razão. Estou em falta com o blog.
[…] escrevi sobre o Magic World e o comparei ao RuneQuest 6, o Pedro Ziviani, autor do Mythic Iceland me inquiriu a fazer um comparativo entre o Magic World, RuneQuest 6, OpenQuest e o Legend. Como […]