Já faz um tempinho que tento incrementar em minha campanha de D&D alguns conceitos que o @tionitro do Nitro Dungeon usa em suas campanhas e tem compartilhado em seu blog, mas infelizmente a resistência dos jogadores é muito grande à introdução das técnicas de narrativa compartilhada, e após ouvir o NitroCast 16 onde o @tionitro fala especificamente sobre “desprotagonização dos personagens” e ouvir um de meus jogadores ontem a noite, cheguei a conclusão que a culpa é toda minha.
Dos meus atuais seis jogadores, dois deles mestram com frequência, um deles D&D e outro um sistema baseado em Lobisomem. Quando mestram, eles usam o sistema de narrativa compartilhada, deixando a estória desenvolver-se de acordo com a narração dos jogadores, atuando na trama muito mais como um facilitador.
Na sessão de ontem, deixei que um dos personagens, um ladino que entrou recentemente no grupo, descrevesse alguns detalhes, explicando para os demais personagens como ele se envolveu, o que ele descobriu da situação e como poderia ajudar, deixando que ele desenvolvesse tudo e eu apenas fiz alguns pequenos ajustes à medida que ele avançava em sua narrativa.
Percebi que a narrativa evoluiu, mas com dificuldade, algo normal pela falta de costume, mas a sessão tornou-se um tanto quanto monótona e eu comecei a perceber a falta de interesse dos demais jogadores aumentando.
No final da sessão, perguntei a um dos jogadores por que a narrativa compartilhada funcionava em sua mesa, mas não funcionava na minha, com eles como jogadores, e a resposta me deixou um pouco perturbado e eu me vi enquadrado num arquétipo de mestre ditatorial, que consegue até mesmo desprotagonizar os personagens. Eles estavam acostumados a minha maneira de mestrar e sentiam uma grande dificuldade em intervir na narração quando eu tornava isso possível.
A verdade é que nesses muitos anos de jogo, jogando os mais diferentes rpgs (GURPS, Storyteller, Daemon, D&D, entre outros), nenhum deles me apresentou a essa forma de mestrar, e talvez influenciado pela estrutura das aventuras publicadas, nas quais me inspirei várias vezes, não conseguia pensar desta forma, criando uma narrativa que fosse realmente compartilhada.
Quantos mestres não imaginam que quando se fala em compartilhamento de narrativa, a referência é feita a estrutura tradicional “mestre apresenta dificuldade, jogadores através dos personagens fazem o que podem para sobrepujar a dificuldade e avançam na estória”?
Como mestre, sinto uma necessidade irrefreável de inovar em minha mesa de jogo, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de estórias realmente épicas, pois a forma tradicional já me saturou.
Sei que existem alguns leitores do Trampolim RPG que ainda não conhecem o Nitro Dungeon, então vão lá, leiam os reportes de campanha do @tionitro, que são #doidimais e ouçam os NitroCasts que são fantásticos.
Se você for mestre, aproveite para reciclar-se com as idéias do mineiro #doidimais e se você for jogador, ouça e ajude mais os seus mestres a criar aventuras realmente épicas e que não deixe ninguém dormindo na mesa.
Bem , ótimo post; quando eu descobri o nitro eu tambem tentei levar pts de narração pra minha mesa e nao deu certo mas o motivo foi outro…eu adoro aventura de suspense e cada encontro na minha campanha ou acessorio na sala tem um porque … os jogadores falaram que se vc da um pouco desse poder pra eles, a surpresa acaba.Pelo menos nesse tipo de aventura.vlw….adorei o post.
Olá caro amigo Franciolli, em minha mesa já meu estilo de narrativa. Basicamente deixo os jogadores informados, eles tem de definir seu curso de ação e ir atrás da coisas, eles tem de pensar ué! Claro esse é o estilo clássico e para min vem dando super certo. Vou dar uma orvida no podcast do @tionito e depois posso fazer um comentário de verdade. Abração.
Agora que eu ouvi posso fazer um comentário mais completo. Essa perpectiva de narração é bem interessante quando se tem introsamento com o grupo, o próprio @tionitro fala no inicio que eles já jogam a um bom tempo, então a afinidade ajuda a surgir isso na narrativa.Os pontos que mais gostei foram o do d6 como brinde de narrativa, acho sempre importante unir a mecânica e a interpretação nem que seja por premiação.Os jogadores interpretando pequenos papéis vão, acredite, criar situações altamente engraçadas. Simplesmente em uma cena solo, podemos adcionar um jogador (ou vários) interpretando um (ou mais) pdm no improviziu.Flashback para trazer a mesa de jogo informações uteis, explicando coisas do passado nebuloso de cada jogador. Aliando, mais uma vez a mecânica a interpretação.Acredito que implementar esses três pontos chaves no grupo de jogadores vai tornar com certza nossa experiencia mais prazeroza e interessante, então por que não faze-lo?
Oi, estou comentando atrasado rs, mas não estava na net… gostei das mudanças… bom, como a gente tinha falado sobre isso no twitter, eu sempre compartilhei as histórias e faço com que os jogadores construam tudo, basicamente abrindo completamente o cenário. Jogos fechados eu uso para aventuras one shot e só. Nunca fui influenciado por aventuras prontas ou publicadas, na verdade, nunca usei uma aventura pronta em nenhuma mesa minha até hoje, mas devo dizer que algumas mesas que tive os jogadores sentiram dificuldades com o jogo aberto e desejavam arduamente que o mestre fizesse [eu] tudo por eles.
Obrigado pela referência e que bom que os NitroCasts te ajudaram! 🙂 O probolema da deprotagonização é quando ela acontece sem o consentimento dos jogadores.
Existem momentos no jogo de RPG tradicional (e até no indy) onde o mestre precisa controlar temporariamente os personagens dos jogadores (cenas de transição entre uma cena e outra, viagens, resumos para fechar uma cena que está se prolongando, acelerar a trama, etc.).
A minha dica é indicar claramente para os jogadores (olha, agora vou dar uma acelerada na história, ok, ) e checar se quando você controla os PJs se está OK com o jogador que controla o PJ, se as ações que você descreve estão dentro da lógica do personagem do jogador. Se o jogador discordar, o mestre simplesmente muda ou pede a sugestão d
Estando OK não tem problema, ninguém se sente que o mestre está forçando a barra (pelo menos na minha mesa e na minha experiência como jogador).
Espero que ajude! 🙂 Um grande abraço!