Como nasce um aventureiro?

Pela primeira vez na minha vida estou conseguindo narrar duas campanhas ao mesmo tempo, e estou utilizando no momento duas aventuras prontas: Fortaleza no Pendor das Sombras [Campanha Vale Nentir] e Scepter Tower of Spellgard [Campanha Portal de Baldur] para personagens de nível 2 e 3 respectivamente.

Além de narrar, traduzir alguns artigos para o TrampolimRPG e tentar ler um monte de coisa que os outros blogs publicam – afinal o tempo no trabalho tem comprometido minhas leituras de lazer – eu tenho repensado alguns conceitos relacionados aos mundos fantásticos do RPG e o primeiro deles está relacionado a como nasce um aventureiro.

Essa discussão não tem fundamento quando aplicada a uma aventura “one-shot“, mas sim a uma campanha onde os participantes adotem o sistema de histórico dos personagens, principalmente naqueles grupos onde os membros do grupo sentam-se para desenvolver seus históricos em conjunto.

Como nasce um aventureiro?

Um aventureiro nasce da necessidade, de uma grande necessidade, então é natural que todo aventureiro possua uma motivação, algo que o faz arriscar-se todos os dias e que justifique essa vida de aventuras.

Um ladino que cresceu nas ruas poderia entrar no mundo de aventuras para conseguir galgar algumas posições dentro da guilda de ladrões, ou talvez para livrar-se das perseguições dessa mesma guilda [alguém se lembra de Regis?] por algo que ele fez e que não agradou os mestres da guilda.

76816_1216591386_mediumNuma pequena vila distante, vítima de um ataque de licantropos que deixou muitos feridos, que nas noites de lua cheia assumem um comportamento violento, precisa que alguém vá até o Lago Espelho para conseguir uma erva rara, e trazer de volta a vila na esperança de curar os aldeãos infectados. Alguém precisa fazer isso, mas os moradores da vila estão muito preocupados ou não tem a coragem necessária para empreender essa viagem e é aí que nasce um aventureiro.

Os aventureiros são desbravadores, destemidos, mas não são homens sem medo e muitos receosos se aventuram na tentativa de vencer algum medo.

Algumas vezes, diante de uma situação difícil, uma pessoa se vê forçado a reagir. Alguns reagem rapidamente e esses atos, algumas vezes impensados, os fazem ser chamados de heróis e eles acabam sendo forçados a prosseguir uma vida de aventuras involuntárias, afinal, todos passam a esperar mais deles, algumas vezes esperam mais do que eles pensam que podem oferecer.

Quando um grupo for iniciar uma campanha e o mestre e os jogadores tem disponibilidade, seria sempre interessante narrar uma história contando a primeira aventura do personagem, uma aventura que explicará o motivo pelo qual ele é chamado de aventureiro e que estará intimamente ligada ao seu passado e ao seu futuro.

Essa primeira aventura poderá explicar a origem de seus equipamentos e alguns fatos que enriquecerão os históricos desses personagens.

Fico no aguardo de mais idéias.

Até mais.

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  1. Muito bom o post.É realmente importante o histórico do personagem,talvez a mais importante pois é ela que dirá quais os objetivos pessoais do personagem no mundo do jogo e como ele se tornou um mago ou qualquer outra classe.Verdade e quem n se lembra do Régis,um ótimo exemplo de Dez Burgos fugindo das mãos maquiavélicas de uma guild de ladrões.Um bom background.

  2. D.Dark sempre por aqui! Obrigado por comentar!Nos próximos dias vou começar a trazer alguns temas que me intrigam e que talvez intriguem outros narradores.

  3. Eu valorizo bastante o histórico e tenho certeza que muitos narradores e jogadores também o fazem e por isso mesmo, criar um histórico verossímil pode fornecer inúmeros maravilhosos ganchos para o desenvolvimento da história, além do que, é uma ferramenta que justifica o cara ser chamado de aventureiro.

  4. Realmente,tanto que já narrei aventuras baseadas no histórico do personagem e foi muito divertido envolver algo que foi criado no início da campanha.É possível fazer conexões ao histórico mesmo depois de bons níveis acima do 1º nível,onde foi o meu caso em mesa.

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