Com o desaparecimento do Barão Sanguinário, Velen retorna ao caos. A única opção é que um comandante tome o controle da situação com mão de ferro, mas quem será capaz de fazê-lo? Atalafar, o sobrinho do Barão terá que tomar uma difícil decisão: deixar o Poleiro do Corvo e voltar para Oxenfurt ou se autoproclamar o novo Barão das Terras de Ninguém?

Este é o relato dos acontecimentos da primeira sessão da segunda temporada, da campanha Velen: Terra de Ninguém, narrada na Magic Mountain Geek Store, em Macapá/AP, utilizando o sistema Mythras. Esta sessão ocorreu no dia 24 de agosto de 2017 e contou com a participação dos seguintes jogadores:

  • Alessandro Oliveira, interpretando Franz;
  • Carlos Juarez, interpretando Atalafar;
  • Michel Melém, interpretando Baruk;
  • Valdir Ribeiro, interpretando Oberan.

Poleiro do Corvo

A manhã trazia consigo uma promessa, ainda desconhecida, sobre o futuro do Poleiro do Corvo.

O Barão Sanguinário desaparecera a cerca de um mês e meio, deixando inúmeras incertezas e uma tensão crescente, gerada pela incerteza de como as atividades no Poleiro seriam conduzidas e por quem.

Naquela manhã, Atalafar convidou o Tenente Galdin, braço direito do barão, os Sargentos e Cabos para um comunicado. Galdin parecia feliz e exibia um sorriso disfarçado, enquanto os demais pareciam apenas apreensivos, afinal, muitos companheiros haviam desertado e possivelmente estavam ganhando a vida saqueando caravanas desafortunadas que estivessem cruzando Velen. Eles precisavam de segurança financeira para também não se tornarem bandidos e precisavam de um líder forte.

Galdin se posicionou ao lado de Atalafar, que também estava ao lado de Baruk e Oberan. Os dois divergiam sobre o que fazer. Oberan insistia que eles deveriam ficar no Poleiro do Corvo e continuar o trabalho do Barão, enquanto Baruk acreditava que o melhor seria sair do Poleiro e ir para Oxenfurt. Isso fazia com que a decisão do guerreiro fosse um mistério, até que ele começou o seu pronunciamento.

Em suas palavras, ele afirmou que ficaria no Poleiro e continuaria a tradição do seu tio, governando com mão de ferro. Para ele, a situação no Poleiro estava insustentável e alguma coisa precisava ser feita com urgência. Quando arguido sobre o que ele faria com os desertores, ele informou, sem pestanejar, que os mataria. O tenente o olhou com desconfiança, falando somente para ele, que aquela talvez não fosse a melhor decisão a ser tomada.

Dispensando os presentes, Atalafar convocou o tenente e os sargentos para uma conversa privada, dentro da mansão. Quando todos chegaram, ele ordenou que Galdin fosse procurar o Barão, ao passo que foi questionado porque ele mesmo não iria, uma vez que o tenente teria coisas a fazer no Poleiro, sendo ele o responsável pela manutenção da segurança do local e dos arredores. Atalafar não parecia interessado em manter o homem ali e rapidamente o dispensou, informando que seria melhor alguém da confiança do barão procurá-lo, aonde quer que ele estivesse e dispensando-o, lhe disse que ele poderia levar quantos homens fossem necessários e Galdin saiu, levando consigo dois dos presentes.

Os três outros sargentos na sala não esboçavam reação alguma ao que estava acontecendo, apenas escutavam e esperavam.

Quando o tenente saiu, Atalafar deu uma volta na sala e dirigiu-se a eles, informando que Oberan seria o novo tenente, o que pegou até o próprio Oberan desprevenido. Um dos homens levantou-se, cuspiu no chão e saiu, mas Atalafar o segurou pelo ombro e acertou um soco em seu rosto, levando-o ao chão. O descontrole do nobre era visível. Ele ofereceu a mão ao sargento e o levantou, conduzindo-o de volta a cadeira e pedindo ajuda.

O homem informou que aquilo seria loucura. Oberan era um soldado e existiam homens em postos mais avançados, veteranos que estariam mais aptos à promoção e que aquilo desagradaria a muitos. Oberan e Baruk concordaram, mas Atalafar parecia possuído. Pegou sua lança e sem aviso, trespassou o homem, dizendo que suas ordens não seriam desrespeitadas, mas que ele consideraria a questão.

“Se algum de vocês quiser ser promovido a tenente, vá e mate Galdin”. Essas palavras saíram sem muito esforço da boca do nobre, enquanto Oberan e Baruk assistiam incrédulos à cena. Um deles ainda perguntou “Devemos matá-lo ainda aqui ou na estrada?”, sendo prontamente respondido com um “O quanto antes” e logo os dois sargentos estavam saindo da sala após um “Permissão para nos retirar”.

Baruk não tinha dúvidas de que seriam traídos. Enquanto os homens saíam, ele procurou uma janela em um andar superior e os viu aproximando-se do tenente, que selava seu cavalo perto da caserna. Quando se aproximaram, desembainharam suas espadas e trocaram algumas palavras rápidas com o tenente, que se afastou e entrou na caserna. O mateiro não conseguiu entender o que eles diziam, mas ali perto, recém-chegado, estava Franz e ele escutou quando os homens aproximaram-se e disseram ao tenente que, em um ato de loucura, Atalafar havia matado seu irmão. Tomado pela ira, o tenente disse-lhes apenas “então vamos ver o que eu tenho para ele” e entrou na caserna.

Enquanto isso, Baruk desceu as escadas correndo, dizendo que eles precisavam sair dali imediatamente ou seriam mortos. Não havia para onde fugir. A não ser o velho poço ao lado da casa. O mateiro foi o primeiro, sendo seguido por Atalafar e Oberan.

Franz viu quando os três saíram da casa, mas foi somente quando viram Atalafar que correram em direção a eles. Baruk correu mais rápido e o nobre parou para arremessar a sua lança em um dos soldados que se aproximava, mas a sorte não estava do lado dele e o soldado segurou a lança no ar. Baruk aproximou-se do poço a abaixou-se. Lá em baixo, apenas a escuridão e então Atalafar aproximou-se e pulou, sendo seguido pelos dois outros companheiros.

O que seguiu-se foi uma rápida queda. Dez metros separavam a entrada do poço até o chão duro de pedra mais embaixo. Atalafar, o primeiro a cair, feriu seriamente a perna e o braço direitos, Baruk a perna esquerda e Oberan o abdômen e o peito. A dor era insuportável, mas eles resistiram o suficiente para acharam que estavam mortos, ou pelo menos, os seus perseguidores não fizeram menção nenhuma de descer o poço, limitando-se à troçar os desafortunados da entrada do poço.

Após se arrastarem pelo chão úmido, levantarem-se e tatear as paredes, percebem uma corda sendo lançada pelo poço. Uma figura desce e Baruk pergunta quem é. A figura pergunta se eles estão preparados para morrer e termina sua frase, fazendo uma adaga irromper em chamas, “mas não hoje”. Franz, o jovem mago, inspeciona os ferimentos de seus companheiros e lhes diz que vai fazer isso pelo Barão, a quem deve muito e por Atalafar tê-lo tratado com respeito.

Utilizando seus conhecimentos mágicos, ele consegue reduzir a dor nos ferimentos mais graves, contudo, nenhum grande esforço pode ser feito. Ainda que mancando, Baruk e Atalafar conseguem apoiar melhor os pés e Oberan consegue respirar sem muita dificuldade.

O lugar é sem dúvida uma caverna, debaixo da colina e em algum momento fora usada para armazenar grãos, o que pode ser constatado pelos inúmeros sacos e caixas com grãos podres que eles encontram e aproveitam para fazer tochas.

Após descer alguns níveis na caverna, eles se deparam com um lago e a distância de uns duzentos metros, uma saída bloqueada por toras de madeira. Na margem do lago, na caverna, restos podres de pequenos barcos denotam que aquele local já fora utilizado constantemente no passado. Após uma travessia com esforço, os quatro conseguem sair da caverna e encontram um barco no lago, à luz do sol, que utilizam para chegar à outra margem.


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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.