Final de semana passada eu havia marcado uma sessão de Dungeons & Dragons 4E, como todos os jogadores haviam instado meses antes, mas um temporal supostamente impediu que um dos jogadores saísse do conforto de seu lar para juntar-se aos demais. Cinco aventureiros no total.
Eu teria começado a sessão com quatro jogadores sem nenhum problema, mas a criatura que faltou não havia terminado de preparar a ficha de um de seus irmãos que estava presente, de forma que um deles ficaria de fora e não achei justa a situação. Levante-me e fui ao armário, ver se ainda tinha algumas fichas não preenchidas disponíveis.
Voltei para a mesa e fui fazendo a correspondência:
Guerreiro (D&D4E) para guerreiro;
Paladino (D&D4E) para paladino;
Ladrão (D&D4E) para ladrão;
Feiticeiro (D&D4E) para mago! Não tínhamos uma classe feiticeiro, mas o mago serviria.
Distribuí rapidamente os pontos entre os atributos, marquei algumas caixas de opções e caímos direto dentro da ação, uma vez que na sessão anterior, praticamente sem fichas, paramos no início de um combate.
Substitui uns monstros, sem mexer em nada de suas estatísticas e mandei ver. Combate rápido, cinematográfico e muito divertido.
O mago lançou seus dardos místicas, enquanto o guerreiro avançada quase ao mesmo tempo. Quando os dardos místicos explodiram na criatura, a espada do guerreiro já descia. A criatura desfez-se em uma bola de fogo que atingiu o guerreiro em cheio.
Embora alguns jogadores tivessem estranhado aquela história de jogo sem iniciativa, jogar 2d6 e somar com o modificador dos atributos e do mestre não jogar dados, algumas vezes jogar o dano sem uma jogada de ataque por ter surpreendido os monstros ao usar uma tática inteligente, confesso que me diverti muito.
Você ouve os passos de algumas criaturas claudicando próximas e o arrastar de aço contra a pedra. Quando vai até a esquina, pode perceber a silhueta de cinco criaturas, cada uma carregando espada e escudo e nenhuma delas aparentando estar viva.
Cambalhotas, magias, acertos e erros em um combate que poderia ter durado horas usando o sistema original pretendido, foram resolvidas em pouco tempo e com muito mais emoção usando este sistema que estava na gaveta. Sei que o tradicionalismo deles não me permitirá continuar a campanha usando este sistema maravilhoso, mas tudo bem! Eu me diverti e tenho certeza que eles também, talvez não na mesma proporção.
Depois do combate os personagens entraram na merda, literalmente, e o ladrão conseguiu capturar o responsável por levantar os demônios mortos-vivos, um homem que parecia atormentado com o que fizera, principalmente por não ser aquele o seu objetivo.
E esta é a história de como uma sessão de Dungeons & Dragons 4E se transformou em uma excitante sessão de Dungeon World.
E vocês? Já planejaram uma sessão de um jogo e por algum motivo acabaram jogando algo completamente diferente? Compartilhem suas experiências. Deixe um comentário.
cara, vc adorava D&D 4, ultimamente fala dele como se fosse um lixo :/”E esta é a história de como uma sessão de Dungeons & Dragons 4E se transformou em uma excitante sessão de Dungeon World.”
Se eu morasse aí vc teria um jogador ansioso pra ver como é esse Dungeon World!
Obrigado Felipe pelo comentário.Eu acho que não consegui expressar-me bem no tocante ao D&D 4E e não queria dizer que ele é um lixo, o meu principal ponto é que para não comprometer a estória que rolaria na sessão, optei por usar um sistema que me permitisse fazer as fichas extremamente rápido e que tivesse um combate bem mais rápido.Como o jogador não tinha feito a ficha, eu precisaria de pelo menos trinta minutos para fazer a ficha para o jogador, e não teria onde imprimir (não tenho impressora) e nem tablet, de forma que EU ficaria consultando a ficha dele no notebook – algo bem chato e uma experiência que eu já tive na sessão anterior.Os jogadores querem jogar D&D 4E pela experiência épica que ele proporciona, e simplesmente isso. Eles gostam do aspecto tático do jogo, algo que não é mais a minha prioridade, mas não quero dizer que o sistema é um lixo, pelo contrário, como já afirmei em várias redes sociais: D&D 4E faz exatamente o que se propõe.Se eu não tivesse um Dungeon World à mão, nesta noite em particular, eu teria a opção de jogar com três jogadores e mandar um pra casa, ou simplesmente não jogar, e isso nenhum deles queria. Espero ter mostrado o meu ponto em relação ao D&D 4E 🙂
Que massa! Que bom que um dos autores do Forja continua jogando RPG :DSó fiquei curioso com o que os jogadores acharam da experiência. Depois poste sobre isso também!
Um dos jogadores era o Leonardo Freitas, vou pedir para ele dar a opinião dele 🙂
Opa, então, eu fui de cobaia nessa historinha 3x: 1 porque nunca mais tinha “jogado” RPG, só mestrava ultimamente; 2 pq nunca tinha jogado com Franciolli e o grupo em questão; 3 – pq tava MUITO POR FORA do D&D 4e e MAIS AINDA do DW, que conheci na bucha.QUanto a jogar rpg, bem, depois do susto inicial de “vc está lá no esgoto e CORRE PRO ROSSOY”, me adaptei. Voltar a ser alguém q contribui pra estória de outro é um papel bem legal e MUITO MENOS cansativo que mestrar. MUITO BOM.O grupo em si foi mto legal; os caras foram gente fina, jogam de maneira coesa e tem uma preferência bem saudável pelo good old hack’n’slash’n’loot’n’tira onda… caíram no combate naturalmente, interpretaram naturalmente e jogaram “bem”, numa análise bem superficial.quanto ao DW, certamente ele dividiu opiniões: eu AMEI; mas acredito piamente q os demais jogadores não curtiram. E não pq o sistema seja ruim, mas sim pq eles queriam MESMO bater o velho D&D 4e. Era visível esse sentimento de que eles queriam toda aquela rotina de combater com regras/turnos/atks diários/second winds/etc. Daí, assim: EU vou pra um jogo com a cabeça aberta (até demais); mas é normal se criar expectativas e vê-las ao menos marginalmente cumpridas. Os caras queriam 4e e se frustraram até certo ponto em não tê-lo. Queriam tanto q quando eu cheguei eles estavam em um combate “café com leite”, testando os poderes, ataques e combos das personagens.Então, no geral eu curti MUITO o sistema, mas a sessão decepcionou um pouco os jogadores pq eles estavam preparados e motivados pro D&D; o q pra mim eram fonte de preocupação, para eles era a motivação; quando o sistema mudou, eu fiquei aliviado ao passo que os outros… nem tanto.Foi o q percebi. Só tou chateado pq meu ladrão não pôde fazer o NPC em questão contar a verdade inteira pq o paladino vinha se aproximando… tsc, tsc, tsc, q pena.
Realmente foi uma pena, mas no D&D 4E não precisa se preocupar com um paladino chato, aliás, ele pode ser bem pior que um torturador 🙂
Bom, sou meio das antigas. Uma vez mestrando Dungeons and dragons (o da Grow e que ainda tenho a caixa completa) tínhamos combinado mais uma sessão de nossa campanha, lá pelos idos anos de 1994..O grupo era formado por seis jogadores….Mas na hora H…dois foram numa festa de aniversário sem avisar pra gente. Eu continuaria numa boa sem eles, mas eram personagens que viviam um momento de extrema importância pra continuação na trama…enfimA saída? Lembro que foi nesse dia que, empolgado por ter lido um livro-jogo baseado na Copa do Mundo (acho que o nome era “O herói da Copa”) juntei a galera que estava ali e começamos a esboçar o nosso primeiro RPG próprio na época, baseado no sistema de regras do D&D: O RPG de Futebol…rs..A idéia parecia absurda, mas até uma espécie de regras com “grid” fizemos, rabiscando a mesa de botão todinha…Os personagens, claro, eram aspirantes a craques de um grande time….Por algum tempo esse jogo foi nossa febre. Até jogadores experientes na época elogiavam nossa idéia..Bom, essa é minha história de “improviso” de uma sessão de jogo..Se alguém quiser entrar em contato meu email é jroneilb@ovi.comGrande abraço.
Obrigado pelo comentário José Ronei.Devo dizer que NUNCA ouvi algo do tipo. Improvisação maior do que essa, só ouvindo outra história.Um RPG de futebol? Será que isso vingava?