Neste final de semana jogamos Fiasco, e com exceção de eu e minha esposa, o restante do grupo nunca tinha jogado este tipo de RPG “bizarro” antes. Todos eram RPGistas experientes, então eu estava particularmente curioso com o que iria acontecer.
Utilizamos o playset Poppleton Mall do livro Fiasco: American Disasters, e o resultado foi excelente. O jogo foi demais, hilário e divertido, e todos sacaram as regras facilmente e estavam estabelecendo e criando cenas com facilidade, levando o jogo a um Fiasco de proporções absurdas no final.
Nem todas as vezes são assim tão bem sucedidas. Já tive algumas experiências em que o jogo simplesmente não funciona, não tem muitos sentido e não parece estar indo para lugar nenhum. Pelo que conversei com alguns outros jogadores de Fiasco, minha experiência não foi única: vários grupos também já passaram por isso vez ou outra, e ninguém soube me explicar exatamente o porque.
Eu arriscaria a dizer que isso se deve a preparação do jogo. Quando o grupo resolve escolher os relacionamentos, necessidades, locais e objetos não pela oportunidade de criar algo interessante e sim apenas para ser engraçado em um nível mais social, entre amigos, muitas vezes fica faltando uma faísca, um embrião de fiasco. Dessa forma, quando o jogo começa são criadas apenas cenas de cor, engraçadas (ou mesmo hilárias), mas sem levar a lugar nenhum.
Sem ter um conflito a vista, os jogadores recorrem a forma de RPG que eles já estão familiares: jogar em primeira pessoa, defender com unhas e dentes a posição deles e procurar segurança, sucesso e calmaria. E como todo mundo sabe, isso não leva a histórias muito legais quando você está em um papel de diretor como todos os jogadores do Fiasco estão.
Não sei se isso é uma falha do sistema ou do grupo, mas fiquei imaginando o que o sistema poderia fazer para que isso ficasse mais claro e óbvio. No Durance isso é resolvido tornando o jogo mais sério e com os juramentos dos personagens. Fiquei imaginado se o Fiasco Companion tem dicas de como lidar com este tipo de situação, ou pelo menos explica o motivo destes jogos mornos e sem graça.
No início do jogo o grupo parecia um pouco morno, e fiquei preocupado se os novatos teriam uma má impressão desse excelente sistema por causa de um jogo sem graça, mas felizmente eu estava enganado. Rapidamente todos pegaram o ritmo e começaram a criar situações e conflitos absurdos, culminando em um gigantesco Fiasco. Sem dúvida o Fiasco é uma obra prima, um pequeno manual de instruções para risadas e diversão.
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