Saudações leitores! Para quem está por fora da internet e ainda não sabe, a Secular Games está organizando o Concurso Faça Você Mesmo de Criação de Jogos:
O objetivo do Concurso Faça Você Mesmo de Criação de Jogos continua o mesmo (ainda que com uma ou outra novidade para apimentar as coisas): os participantes deverão desenvolver um jogo de RPG que seja jogável em 15 dias, iniciando sua produção em 09/02/2013, pirando durante o carnaval e os dias que o seguem em um torpor de design, samba e cerveja, até a data limite de entrega em 23/02/2013.
Distopia Zero é o nome do jogo de sci-fi que eu e o @RickZuera estamos desenvolvendo, utilizando os temas Dimensões Paralelas, Erotismo e Subversão. Segue a apresentação e visão geral do sistema:
Em um futuro distante, quando a humanidade já colonizou outros planetas, nossa única forma de conexão com os semelhantes é através de uma realidade virtual, onde todos procuraram se socializar, se divertir e ter uma vida pacata, livre dos perigos e necessidades do corpo físico. Quase tudo está facilmente disponível para as mentes conectadas, mas uma delas é ilegal, perigosa e arriscada: o sexo. Declarado como perigoso e banido da realidade virtual, apenas algumas pessoas com um incrível talento e capacidade para hacks e plugins conseguem prover isto. Mas isso custa caro, muito caro. No Distopia Zero, você será uma destas raras Mentes, capazes de alterar a realidade virtual para atingir seus objetivos.
Esta realidade virtual, chamada de Éden, é onde toda a humanidade se encontra. Seja por lazer, para se socializar ou mesmo para trabalhar alocando a Mente para controlar máquinas do outro lado do universo, não existem motivos bons o suficiente para se desconectar. Apenas uma parte essencial fica de fora: qualquer tipo de sexo ou contato “físico” com mais desejo do que um aperto de mão ou um abraço amigável é fora da lei.
Mas não para os personagens. Chamados de vipers dentro do Éden, eles são hackers que aprenderam a moldar a realidade hackeando a progarmação, adquirir plugins sem pagar seu custo e criar VM – sub-realidades dentro do Éden – que permitem a livre prática dos prazeres carnais. E como se não bastasse, quando eles se submetem a estas atividades luxiriosas, de alguma forma eles tem seus sentidos aumentados, seu poder e influência potencializados. Mas isso não é livre de consequências: esta energia chama atenção da IA que cuida do Éden, que tenta de qualquer forma neutralizar os vipers.
Ninguém sabe de onde vem estas habilidades dos vipers, mas existem partes inexplicáveis do Éden. Como algo que você só consegue ver pelo canto do olho, existem coisas que não foram criadas pela IA e não deveriam estar ali. A própria existência dos vipers e o uso de suas habilidades e erotismo chama atenção do que quer que seja isso. Talvez exista um motivo pelo qual isto é proibido, e os jogadores irão descobrir rapidamente se não tiverem cuidado.
As regras serão bastante simples. Todos os testes são feitos com um dice pool de d6, dados que saírem com 4, 5 ou 6 são considerados sucessos.
Os personagens possuem dois atributos principais, que podem ir de 1 a 6: Gnose, para alterar e sobrepujar as leis da física impostas pela IA, e Subversão, para hackear e contornar os sistemas de segurança.
O atributo Eros é a quantiade de ‘Energia Sexual’ armazenada pelo viper. Ele pode gastar estes pontos para dar dois dados de bônus em seu teste, ao custo de aumentar em um ponto o Marcador de Perigo da mesa.
Todo personagem começa a sessão com 3 pontos em Egrégora, que é o link ultra-veloz que os vipers podem desenvolver entre eles. Em termos mecânicos, os jogadores podem gastar um ponto para dar um bônus de um dado para outro jogador.
Já o atributo Crédito é usado para adquirir novos Plugins legalmente, enquanto Influência é utilizado para encontrar NPCs específicos dentro do Éden.
Os Plugins são aumentos temporários para o personagem, e podem significar desde objetos que se materializam diante dele quando necessários, até construções e aumentos físicos/mentais/percepção. As Mentes comuns pagam pelos Plugins e tem uma quantidade limitada. Os vipers tem acesso a um leque de opções muito maior, e podem hackear o sistema para obter plugins ilegalmente, bastando passar em um teste de Subversão. O custo da falha é o aumento do Marcador de Perigo do grupo.
Não existem pontos de vida. Ao invés disso, o dano é marcado pela força da sua conexão com o Éden. É representado pela sua ficha pelas três Moiras, uma linha divida em três. Cada nível causa maior interferência e lag, terminando com sua desconexão do Éden por algumas cenas.
O Marcador de Perigo é uma folha A4, com espaço para 10 fichas de Poker. Ela simboliza a atenção que a IA está dando ao grupo e os meios que ela vai utilizar para impedir e atrapalhar os vipers. A partir do nível 5, a parte “estranha” começa a acontecer – coisas bizarras que não deveriam estar ali podem aparecer no jogo.
O GM não tem autoridade para mexer nos marcadores. Ela é alimentada pelos próprios personagens, através das condições descritas acima. Apenas quando chegar a 10, o GM toma a liderança e pode criar caos e destruição à vontade.
Para impedir isso, os personagens podem gastar os marcadores de perigo para criar uma nova complicação ou penalidade para o seu personagem ou o de outro jogador. Entre 1 e 5, normalmente significa a IA mandando guardas ou tomando outras ações para complicar. A partir do 6, entra o Oculto. Elementos novos, não controlados pela IA, entram no Éden. O que elas são é deixado completamente a cargo dos jogadores. O jogador pega o marcador, cria o fato no jogo, e anota na folha o tipo de Perigo Oculto criado. Os outros jogadores então podem utilizar o elemento que já está em jogo ou criar novos, criando durante o jogo o lore sobrenatural do Éden.
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O jogo ainda está em desenvolvimento pesado, então tudo ainda pode mudar. Podem deixar suas opiniões, sugestões e críticas nos comentários, mas com licença que temos apenas 4 dias para finalizar o sistema.
[Replicando o comentário lá do fórum]Acabamos fazendo um tipo de jogo que gosto muito, com testes rápidos, um cenário instigante e principalmente com mais liberdade criativa para os jogadores e facilidade para o GM conduzir a narrativa usando os elementos que os jogadores mostram interesse. Gosto de jogos que conduzem para que a história fique com a cara de todos os participantes, não só do GM.Espero que curtam também =)
Minhas opiniões e sugestões estão sendo dadas diariamente para o Pedro, mas tenho que dizer que ver escrito, assim, me parece ainda mais divertido. Acho que vocês estão com idéias ótimas e que devem continuar mesmo depois de entregarem ao concurso. :DE, óbvio, quero jogar 🙂