O homem imundo e assustado, vendo-se cercado, levanta as mãos e mesmo parecendo confuso diz chamar-se Gabriel, um sacerdote de Aldium que estava voltando de Mortenshold. Quando indagado por Torkel que dia é hoje, ele responde que é uma quarta-feira, quando na verdade é uma sexta.

Pennel percebe que o homem está coberto por fezes de morcego e Gabriel pergunta se pode banhar-se no lago, ficando pelo menos com a pele mais limpa a ponto dos demais o reconhecerem como sendo realmente morador de Aldium.

Após uma longa discussão e já noite, decidiram subir e entrar na caverna. Assim que entram, acendem uma tocha e percebem que o local possui uma série de pegadas. Investigando Pennel descobre que pelo 12 pessoas entraram por ali, sendo que uma fez apressadamente o caminho inverso e em alguns pontos suas pegadas eram sobrepostas por seis marcas, que logo deduziram poderiam ser produzidos por uma aranha, se esta fosse bem grande.

Continuaram pelo caminho largo até chegar num salão com muitas gotas caindo, tantas que foi preciso usar o escudo para não se molharem, com uma grande quantidade de fezes de morcego. A luz da tocha não era suficiente para iluminar o teto do salão, mas com certeza haviam muitos morcegos ali.

Whurgal andava na frente, protegendo-se com o escudo acima da cabeça e uma tocha na mão, que parecia brilhar mais forte naquele ambiente, quando de repente caiu numa poça de fezes que o fez afundar até o joelho. Os demais o ajudaram e tomaram um caminho menos perigoso, tomando cuidado para não cair em armadilhas naturais como aquelas.

Com a tocha apagando o Suiadan encantou uma tocha com uma magia, permitindo que ela brilhasse sem consumir as reservas de tochas do grupo, que estavam bem baixas.

Logo estavam num corredor mais estreito, onde não eram mais castigados pelos morcegos defecando sobre eles como pombas brancas e ouviram tosses e gritos de dor. Caminharam mais alguns metros pelo corredor e depararam-se com um salão mais baixo. Ao parar, eles ficavam no topo de um paredão com cerca de dois metros de altura e a tocha encantada iluminava apenas uma parte do salão, onde corpos estavam enrolados em casulos.

No teto, era possível ver pelo menos quatro casulos com corpos dependurados de cabeça para baixo e completamente ressecados e alguma coisa movendo-se no teto rapidamente.

Gabriel pega a tocha com Whurgal para descer e percebe que o chão parece se mexer. A quantidade de aranhas no chão impressiona, mas resoluto, Whurgal pula do paredão apenas para perceber que nenhuma delas o ataca e todas se afastam no menor sinal de perigo. Ele se aproxima dos casulos no chão e percebe que a fila é muito maior.

Pennel, Gabriel e Suiadan também descem e vão junto aos casulos procurar por sobreviventes, pelos que gritaram e tossiram a pouco, mas todos parecem estar no mínimo inconscientes. Alguns bastante desfigurados e com o abdômen extremamente inchado.

Gabriel pega a espada curta que Whurgal lhe emprestou e abre a barriga de uma das vítimas e percebe uma grande quantidade de aranhas ensanguentadas saírem de dentro da vítima e nisso as aranhas aproximam-se e um casulo do teto cai. Três homens enrolados nos casulos mais próximos do paredão parecem recobrar a consciência e são libertos por Pennel e Gabriel, que os ajuda, inclusive  a subir o paredão, onde Torkel e Nahfir estão.

Aspecto dos homens presos nos casulos.

Quando estão lá em cima, os três mudam de comportamento rapidamente e empurrar o humano e o elfo para baixo. Assim que cai, Torkel dispara sua besta, matando instantaneamente um dos homens. Os outros dois pulam para baixo e Gabriel ataca, errando, mas a Nahfir é mais preciso com sua espada longa e parte o homem ao meio. O terceiro homem tenta golpeá-los com socos, mas é derrubado por Torkel, que desfere um soco e um chute.

Enquanto isso, os demais percebem existem pelo menos 14 casulos no teto, além de 10 no chão (contando todos), de forma que não foram somente as duas caravanas as vítimas do que quer que habite o local. Whurgal e Pennel percebem que no canto da sala existe uma pilha de pertences (armaduras, armas, moedas) e algumas grandes reentrâncias que podem ser a rota de fuga da criatura. Ao subir e iluminar o local eles percebem uma criatura nas sombras, distanciando-se no pequeno corredor.

Whurgal e Pennel a seguem, mas não obtêm exito, mas encontram um mapa da região, destacando a vila de Aldium. Ao juntarem-se novamente, decidem por fogo nos corpos e sair do local, forçando, talvez, a criatura a sair.

Enquanto os corpos dos homens queimam, eles saem da caverna e sobem até o ponto mais alto, de onde vêem fumaça saindo por alguns pontos, provavelmente locais onde a criatura pode ter fugido e decidem descer até o lago e armar acampamento por lá, principalmente pelo adiantado da hora. Antes de descerem, no entanto, eles avistam a uma certa distância, no horizonte, um local onde raios caem constantemente, mas estranhamente sem raios.

O acampamento é montado e eles dividem-se em grupos de dois para as vigílias: primeiro turno Torkel e Pennel; segundo turno Suiadan e Nahfir; terceiro turno Whurgal e Gabriel.

Inquieto, Gabriel não consegue dormir direito, lembrando-se de quem o perseguiu. Whurgal afirma que viu a criatura, mas que não consegue descrevê-la e então, eles começam a ouvir uma canção e aproximando-se do acampamento eles veem a criatura…

Whurgal e Gabriel aproximam-se dela enquanto ela pede ajuda.

Me levem até Aldium. Me ajudem a refazer minha casa. Vocês a destruíram, me dê uma casa nova. Pode ser um celeiro, ou mesmo uma igreja!

Gabriel lembra-se dos momentos que passou ao fugir da criatura e quebra o encantamento, bradando em ódio enquanto desfere um terrível golpe que abre parte do abdômen da criatura e arranca uma de suas patas. A visão de alguém machucando aquela criatura embota os sentidos de Whurgal que decepa a cabeça de Gabriel com um único golpe.

Os demais, acordados pelo grito, começam a desferir tiros e correr em carga contra a criatura. Suiadan cai por terra, após tropeçar, sequer chegando perto da criatura. Nahfir até aproxima-se duas vezes, mas não consegue deter a criatura, que escapa por entre as árvores da floresta.

Enquanto isso Whurgal parece atônito pelo que vê e sabe que fez! Com um único golpe ele matou um inocente, influenciado pelo encantamento de um demônio.

Fim da sessão 2.

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Notas da Sessão 2

Fiquei extremamente satisfeito com a sessão, pois em alguns momentos pude perceber que os jogadores estavam ansiosos por não saber com o que estavam lidando, algo realmente muito macabro.

As descrições que forneci pareciam mexer com eles e a tensão só aumentava.

No acampamento, eu rolei chance de encontro (1 em 1D6) para os três turnos. Coincidentemente os dois personagens que viram a criatura na caverna ficaram no último turno e justamente no turno deles a criatura apareceu.

Após desferir um golpe muito forte na criatura (causando 9 pontos de dano), o personagem Gabriel recebe um golpe do anão agindo em defesa da criatura e para azar do Gabriel, Whurgal consegue um 20 no dado (estou usando dano dobrado – jogando duas vezes o dado, mais duas vezes o modificador de Força) conseguindo 16 pontos de dano finais, contra 4 pontos de vida do personagem, causando morte instantânea, mas deixei que ele rolasse um teste contra magia, uma vez que o ato que ele “faria” iria de encontro ao que ele acreditava e infelizmente Whurgal tirou 1 no D2o.

Embora um personagem tenha morrido, a sessão foi muito, muito interessante e todos gostaram.

Agora é esperar pela 3ª sessão!

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.