Nos últimos dias eu tenho me deixado levar por elucubrações moderadas sobre o mundo lúdico, provavelmente um adiantamento ao estado eufórico da produção de uma casa que, espero, seja capaz de reunir várias pessoas com conhecimentos variados com o propósito de difundir a cultura lúdica, independente do formato.
A elucubração sobre a qual vos falo agora é fruto de uma conversa com o amigo Gabriel Anaya falando sobre Frank Mentzer relembrando sua infância de jogos.
Hoje em dia, após um exaustivo dia de trabalho, chegamos em casa, jantamos, algumas vezes brincamos um pouco com nossos filhos e aí corremos para o computador, quando não temos um tablet ou smartphone que não saem de nossas mãos. Isso acaba levando a uma repetição do comportamento pelos filhos, que quando mais velhos, correm para o computador, desligando-se muitas vezes das relações com a família e entrando nos meandros, algumas vezes perigosos do convívio virtual.
Quando vejo os velhinhos jogando RPG ou jogos de tabuleiro nos EUA e na Europa, penso nas mil e uma razões de não termos essa cultura aqui, também no Brasil. Alguns argumentam que temos lindas praias, regiões com sol o ano inteiro e isso faz com que as pessoas se dediquem a outras formas de lazer, algumas das quais com repercussões negativas para suas vidas futuras.
Instigar, dentro de sua própria casa, uma cultura de jogo familiar (sejam RPGs ou jogos de tabuleiro) é uma forma salutar de levar para a mesa, não somente o jogo, mas algo que vem se perdendo ao longo dos anos, a convivência com os pais, uma aproximação maior e porque não dizer, uma maior abertura para conversas mais delicadas.
Naquele momento em que pais e filhos sentam-se à mesa para jogar, podemos, não somente alimentar o lado competitivo de nossos filhos (e nossos mesmos), mas também o colaborativo e nessas interações lúdicas familiares podemos não somente nos divertir, mas fortalecer ou mesmo restabelecer laços frágeis.
O que vocês acham? Tem promovido a aproximação de pessoas através dos jogos? Comentem. Compartilhem suas experiências.
Um bom resumo das conversas que rolaram nos últimos dias!
Conversas, como eu sempre digo, inspiradoras!
Uma boa coinciência você postar este texto na mesma hora em que eu estava gravando uma resenha de um boardgame com minha enteada de 4 anos. Eu adoro o lado social dos jogos “analógicos”, seja RPG ou board games, e acho sim que promove a aproximação dos participantes. Fiz inúmeros amigos através deste meio, e foi uma das melhores coisas que ja descobri na vida.No entanto, acho que infelizmente qualquer tipo de entretenimento que precise de cérebro, pensar ativamente, não tem muito espaço na nossa sociedade. Creio que seremos sempre um nicho restrito, mas o que eu posso fazer ativamente para melhorar isso eu faço (as video-resenhas, por exemplo).
Ótimo post Franciolli e concordo com você, o lúdico aproxima pessoas e as ajuda na interação e fortalecimento dos laços de sociabilidade, acredito que neste mundo isolacionista que vivemos é muito interessante tirarmos um dia para atividades que nos aproximem uns dos outros.Abraços e obrigado por “linkar” o Falando de RPG!