Stoneheaven, bem como o grande reino no qual está inserida, sofre há seis anos com uma seca prolongada e nunca antes vista. A esperança voltou-se exclusivamente para a igreja que tenta apaziguar as aflições de seus seguidores.

Alimentando-se a base de algumas raízes e uma espécie de cactos que ainda cresce na imensa região desertificada, os habitantes seguem suas vidas – ou quase vidas – da melhor maneira possível, mas algo está errado. Nenhuma seca anterior durou tanto tempo e antes que todos percam suas vidas, Assadar, líder da igreja local – agora com um número bem reduzido de servidores – busca ajuda ancestral pedindo a Wesley [personagem de Gabriel Anaya], clérigo local que junto com Adonis cuidam dos afazeres da igreja, que reúna um grupo capaz de ir até a floresta por trás das montanhas da solidão e encontrem, num antigo templo, um grande tesouro capaz de ajudá-los a superar esse período negro.

De acordo com Assadar, há muitos anos um baú foi enterrado num antigo templo, e nele se encerra uma chance de ajudar todo o reino.

Dentre os convocados estão Sparrow [personagem de Alexsandro Dantas], um guerreiro de moral flexível, Hadrian [personagem de Hemerson Bezerril], um paladino austero e Eldar [personagem de Álvaro Danilo], um guerreiro forte e determinado.

Sparrow a princípio não concorda com a estória de buscar um grande tesouro, afinal, como ouro poderia ajudar a resolver o problema da seca, uma vez que todo o reino está acometido por este problema?

Wesley entende que algo não foi dito pelo seu mestre e lembra-se que seja lá o que esteja acontecendo, pode ter ligação com as estrelas, pois nos últimos seis anos, Assadar não tirou os olhos dos céus, sempre observando e fazendo anotações, uma delas ele compartilha com todos: os astros estão alinhados!

Hadrian recorda-se que a localização do templo é conhecida, pois ele já estivera andando por aqueles lados e que o templo mencionado é um antigo templo druida que dizem possui um complexo de túneis subterrâneos, onde provavelmente está escondido o baú.

Compartilhando essa informação faz com que Sparrow saia em busca de mais informações, alguma que possa realmente ajudá-los e ninguém melhor que o velho Caim para lhes falar sobre o que está acontecendo.

O velho Cain. Ele é um poço de sabedoria. Sente e escute.

– Bom dia senhor Caim.

– Bom dia Sparrow.

– Eu ouvi alguns problemas e tentei ligar algumas partes. O senhor tá sabendo, tem conhecimento sobre esse grande tormenta pela qual estamos passando? A seca está acabando com tudo que temos aqui na terra.

– E é só o começo!

– Eu também ouvi falar alguma coisa que os astros tem,  dizem algo sobre esse período e sabendo de o quanto o senhor é sábio, gostaria que o senhor pudesse me falar algo que me desse a certeza que esses astros tem ação nisso ou alguma forma de tentarmos acabar com isso que pode ser até dado como mágica, sei lá.

– E por que eu deveria compartilhar o meu conhecimento com você?

– Estamos tentando buscar algo que acabe com essa seca para salvar nosso povo, salvar o reino. Afinal não podemos estar de braços cruzados enquanto nossas vidas perecem. E também tem um templo, um templo druida aqui próximo e eu fiquei sabendo que lá pode ter algo que possa nos ajudar quanto a isso. O senhor sabe algo sobre isso?

– As estrelas tem tudo a ver com o que está acontecendo. Sente-se e escute!

– Obrigado.

– A grande conjunção começou e isso quer dizer que a grande guerra também começou. Estamos sentindo as primeiras consequências dessa guerra e não tardará muito, a chuva de fogo cairá!

– Nós queremos chuva, mas de fogo não! A tanto tempo que torcemos por chuva e a que vem é logo de fogo?

– Este será um grande campo de batalha e se vocês estão envolvidos e querem fazer algo, terão de lutar contra as forças que farão desta terra seu campo de batalha e pra isso precisam das armas corretas. E uma delas repousa nas ruíns do templo druida.

– O senhor pode ser mais claro?

– A lágrima de um deus, que precisará ser forjada, mas não será qualquer homem que conseguirá segurá-la. Se querem ir, vão rápido e rezem para que os deuses da escuridão não tenham enviado já os seus asseclas para reaver o que pertence aos céus.

– Muito obrigado pela informação. O senhor não sabe o quanto nos ajudou.

Sparrow volta e compartilha as informações com os companheiros, falando sobre o alinhamento dos astros e a guerra que virá com esse acontecimento, bem como a existência de uma lágrima que deverá ser usada para forjar uma arma: a lágrima de um deus.

Wesley esclarece que esse material deve ser algo que está além da compreensão deste mundo, sendo portanto algo muito especial e despede-se dos amigos dizendo que precisa falar com Assadar enquanto Hadrian e Eldar vão providenciar algumas rações para a viagem, enquanto Sparrow vai a casa do prefeito tentar conseguir alguma coisa para a viagem – para si é claro.

– Bom dia senhor Galmar. Nós estamos saindo em missão para ajudar a vila a sair desse caos e gostaria de saber se terias condições de nos ajudar.

– Quer dizer que você está indo em uma missão para ajudar a vila…

– A vila que você administra…

– A nossa vila e essa missão vem… quem está… quem incumbiu você dessa missão? Pois particularmente eu não estou sabendo de nada sobre ela. Alguém está planejando pelas minhas costas.

– Não pelas suas costas…

– O prefeito deveria ser o primeiro a saber de uma coisa desse tipo…

– Sim, mas… tendo em vista tanta preocupação que o senhor tem em administrar…

– Minha primeira preocupação é o bem estar de todos.

– Se o senhor quiser ir conosco seria uma ótima ajuda.

– Uma ótima ajuda. Olhe ao redor meu filho. Você
acha que existe condição de mandar alguém. Você acha que eu vou ser mais útil aqui ou lá fora? Agora, você chega perguntando se eu tenho como ajudar vocês numa missão pra ajudar a vila, a vila que eu administro e eu nem sei que missão é essa! Quem incumbiu vocês dessa missão?

– Assadar.

– Assadar! O clérigo. O sacerdotizinho lá…

– Em seus estudos eles descobriu que existe um templo que pode ter algo que nos ajude.

– E ele demorou seis anos para descobrir isso!

– São os estudos dele ou o senhor acha que é só olhar e as coisas estão diante dos seus olhos? Se fosse dessa forma não era preciso estudar tanto.

– Eu acho que diante de uma situação dessas eu só posso solicitar que Assadar venha aqui.

– Mas de antemão, aquela ajuda?

– De antemão “aquela ajuda”…

– É que temos que partir imediatamente…

– Imediatamente. Vamos fazer o seguinte. Além de você, quem mais está nessa missão?

– Eldar, Wesley e Hadrian…

– Então vamos fazer o seguinte. Vocês querem o meu apoio. Eu vou dar o  meu apoio. Eu vou dar o meu apoio. O que vocês estão precisando? Melhor, reúna todos lá no templo. Reúna todos lá no templo que eu vou dar a minha ajuda.

– Cavalos!

– Cavalos eu não posso fornecer. Não temos nenhum. Mas posso ajudar com outras coisas. Digam que eu vou providenciar.

– Material pra acampamento. Rações e algum dinheiro que o senhor possa nos dar. Temos que estar preparados para qualquer eventualidade.

– Perfeito! Perfeito. Reúna todos que eu vou ver o que posso ajudar. Embora eu tenha ficado chateado, afinal de contas estão planejando nas minhas costas e isso só pode ter fins políticos…

– É porque o senhor precisa ter sua mente preparada de tantas coisas que estão acontecendo aqui e essas coisas, esses pormenores que ainda estão sendo estudados aqui, deixa para outros. Mas não se preocupe não que eu vou ajudar o senhor a reunir as coisas.

– Não. Reúna todos no templo com Assadar que eu vou levar o material que eu vou levar o material.

– Eu vou ajudar o senhor a levar…

– Não! Vá avisar os demais para encontrarem-se no templo pois logo estarei chegando com uma carroça com o material que estão precisando.

Wesley chega na frente da casa do prefeito.

– Bom dia Galmar.

– Wesley. Há quanto tempo.

– Eu vim apressar o meu amigo Sparrow, pois os demais irmãos que estão em missão já estão de partida.

Sparrow não desiste de seu plano e continua:

– Será que o seu empregado poderia nos trazer uma água, ou se não será que eu poderia entrar e pegar uma aguinha? O senhor sabe que água é algo raro nesses tempos.

– Amigo, vamos até o templo para resolver esse problema! Eu peço que alguém leve rações, água, uns cantis para servi-los.

Wesley tenta intervir:

– Senhor prefeito Galmar, me desculpe interromper, mas eu acredito que quem precisa de água e de provisões é o povo da vila. Já temos o que precisamos do meu superior Assadar para salvar a sua vila. Muito obrigado.

Após dizer essas palavras, o clérigo puxa o braço de Sparrow afastando-se dali e deixando um prefeito confuso, muito chateado e falando sozinho.

* * * * * * * * * *

Os jogadores tiveram que sair antes que terminássemos a sessão e antes de ver a reação do prefeito de Stoneheaven, mas ficamos de marcar – com urgência – uma nova sessão.

Dungeon World demonstrou ser um sistema extremamente fluido e muito interessante de ser jogado. Eu estou particularmente muito ansioso pelas próximas sessões.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.