Neste RPG de apenas 19 páginas, 15 das quais realmente falam sobre o jogo, consegui me deparar com um fantástico mundo de possibilidades – algo bem comum nos trabalhos de John Wick.
Por tratar-se de um RPG de super-heróis, minha primeira impressão, antes de ler o livro, é que ele simularia perfeitamente uma aventura/campanha de Heroes e logo na primeira página John revela que a ideia surgiu de uma pergunta de seu amigo Jessie Foster fez sobre “qual sistema ele utilizaria para aventuras de supers” e então ele desenvolveu o jogo.
Para preencher a ficha do personagem, o jogador deve responder as seguintes perguntas:
- Quem sou eu?
- Quando eu despertei?
- Qual a minha benção?
- Qual a minha maldição?
- Quais as minhas motivações?
Um personagem desperta quando entra em contato com outro Filho do Espelho e é determinado pelo jogador. Já a benção e a maldição são determinadas pelo uso de cartas, que são removidas do deck, de forma que dois personagens não tenham a mesma benção ou maldição. Para terminar esta parte, o jogador deve escolher uma palavra ou frase para expressar o que mais o motiva.
Após tudo isso escolhido/determinado, o jogador deverá alocar 12 pontos em motivações, não podendo alocar mais de 5 pontos em uma única motivação. Essas motivações podem ser utilizadas em determinadas situações, como falarei mais abaixo.
O sistema de jogo é bem simples: se um personagem evocar uma Benção ele narra as consequências de sua ação, a menos que um risco esteja envolvido ou a ação altere de forma dramática o enredo da estória.
Quando a situação envolver um risco o jogador puxa uma carta, somente uma, e antes de fazê-lo “anuncia” o naipe que puxará. Se ele puxar uma carta do naipe que ele anunciou, ele consegue uma “vaza” (procure no dicionário se não for jogador de cartas) ou acerto e poderá narrar as consequências da ação. Se falhar, quem narra as consequências da ação é o mestre.
Quando existe um risco envolvido, as motivações podem ajudar, como? Se alguma de suas motivações for apropriada para o risco, então você puxa um número de cartas adicionais igual a sua motivação – com isso você terá mais chances de conseguir puxar o naipe que anunciou e para cada carta do naipe anunciado você conseguirá uma vaza e poderá adicionar detalhes a consequência narrada.
Uma disputa ocorre quando dois ou mais personagens competem pelo mesmo resultado. Se apenas um jogador utilizar uma Benção, ele narrará a consequência como se tivesse conseguido três vazas sem que nenhuma carta precise ser puxada.
Se dois ou mais personagens usarem uma Benção, o benefício de usá-lo é cancelado e eles precisam puxar cartas. Os jogadores comparam suas vazas e o jogador com a carta de maior valor descreve a primeira coisa que acontece e a narração continua em sentido horário até que todas as vazas sejam gastas e o resultado da disputa seja determinada.
Normalmente um jogador não pode usar uma vaza para modificar a vaza de outro jogador, mas se tiver uma carta de maior valor é possível dizer “sim, mas…” para modificar as vazas.
As vazas podem ser utilizadas para causar ferimentos. Cada vaza utilizada para tal finalidade aplica uma penalidade de -1 nas cartas a serem puxadas (mínimo de uma carta). O alvo pode bloquear o dano se tiver uma carta com valor igual ou maior. Outro jogador pode fazer o mesmo, bloqueando o dano.
Para matar um personagem com uma Benção, o jogador deve anunciar “estou matando” e da mesma forma como uma disputa, cada jogador tem sua chance de jogar (respeitando o sentido horário na mesa). Quando chegar a vez do jogador novamente, ele pode dizer “mato ele” e o outro estará morto se a soma das cartas jogadas for 11 ou superior.
Existem motivos para bloquear a morte e roubar a morte – que ocorre quando alguém atira a primeira pedra, mas um oportunista chega junto e desfere o golpe final.
Espero ter a oportunidade de jogar Wicked Heroes o mais rápido possível e testar a fluidez do sistema das cartas e narração desse RPG que eu achei simplesmente SUPER.
Para os interessados no sistema, ele está a venda no Jonh Wick Store e custa meros U$5,00!
Muito legal os jogos do John Wick, estou lendo o Blood & Honor e também sou narrador do The Shotgun Diaries e fico super feliz de ver que o jogo de Supers também é muito bacana. Agora vamos esperar o reporte da seção!
Excelente post. Acho que você conseguiu ser até um pouco mais claro que o texto de Wick! Fiquei curioso para colocar o sistema em prática.
Somos dois então! Espero que a patroa me libere num evento próximo – no último quase não entrei em casa!
Já estou com o meu aqui tb ansioso para testá-lo. Fiquei com uma dúvida: No caso do dois ou mais personagens usarem sua benção, o q determina quantas cartas devem ser puxadas, pois isso não ficou claro no livro?
Uma carta pelo uso da benção mais uma carta para cada ponto de motivação que o personagem tenha e que se aplique, tal qual nas disputas de riscos normais.
Gostei muito do post, cara. Todos os projetos de John Wick são extremamente interessantes. Temos sempre ideias interessantes, geralmente com possíbilidades de experiências de jogo complexas,suportadas por regras simples. A primeira vez que ouvi falar de Wicked Heroes foi através de Ricardo Mallens, que deixou um comentário aí em cima. Fiquei logo interessado pelo tema.
[…] dia e sem cartas de baralho, improvisei com dados e algumas pessoas ficaram interessadas em jogar Wicked Heroes. Participaram da […]
[…] eu rolava vintes, meu brother Rafa, Agostinho, Jeferson e Moisés (o Saraiva) jogavam Wicked Heroes, um jogo sobre supers mais realista e dramático, com Franciolli narrando. Disseram que o jogo […]
[…] eu rolava vintes, meu brother Rafa, Agostinho, Jeferson e Moisés (o Saraiva) jogavam Wicked Heroes, um jogo sobre supers mais realista e dramático, com Franciolli narrando. Disseram que o jogo […]