Meu estilo é por demanda

Antigamente eu passava horas preparando aventuras, escrevendo detalhes das masmorras em papel, definindo o que aconteceria onde e quando os personagens interagissem, mas o tempo tornou-se tão escasso quanto a paciência.

Naquela época não se discutia teoria de RPG e ninguém se importava com o estilo de narrar do mestre – no meu grupo isso ainda é verdade. Para eles as coisas fluem de uma forma simples “você prepara as aventuras, propõe os desafios e nós os enfrentamos“.

O pensamento de meus jogadores é simplista, funcional e tenho certeza, ainda é a forma como a maioria dos jogadores de RPG joga.

Trailblazing não é exatamente isso!

Existe algo de errado com isso? Definitivamente não! Nos divertimos muito jogando dessa forma, mas eu fui apresentado a outras formas de jogar, que como o próprio Pedro Leone deixa claro em seus comentários em diversos posts sobre “formas de jogar“, tornam minha experiência mais emocionante.

Mas será que meu estilo de mestrar é o mesmo estilo que eu busco jogar?

O Pedro Leone me instigou a descrever no RPGChat a forma que eu jogo para poder ajudar-me a identificar o meu estilo de narração que eu costumo usar. Resolvi então criar um post falando sobre o assunto. Escrevi mais de 300 palavras e então apaguei o que tinha escrito, simplesmente porque me toquei que meu estilo de narrar depende principalmente do grupo com o qual estou jogando.

A aventura mais fácil de fazer é, sem dúvida nenhuma a railroading, com estilo narrativo ilusionista, participacionista ou trailblazing. A dificuldade que eu vejo nesses três estilos é a necessidade de preparação da aventura. O mestre precisa, para conduzir os personagens pela sua trama, saber exatamente o que os personagens vão enfrentar, quais as consequências imaginárias ou reais das ações dos personagens, de outra forma ele ficará perdido.

Com menos tempo de preparação, o melhor sistema, na minha opinião, é a bass playing. O narrador/mestre vai apenas ser o árbitro em situações que possam não estar claras, mais como alguém responsável por fazer com que as regras sejam seguidas. Contudo, nem todo grupo e/ou todo mestre sente-se confortável com uma abordagem mais aberta de seu jogo, muitas vezes argumentando que conceder muita autoridade aos jogadores pode arruinar uma aventura/campanha.

Após conhecer o sistema do S/Lay w/Me, acredito que eu prefiro uma aventura/campanha na qual o mestre reage as ações dos jogadores do que uma onde os jogadores reagem as ações do mestre. Na primeira, o jogo é do mestre e ele conduz inteiramente os jogadores, na segunda, ela será no mínimo de todos, embora o mestre/narrador continue sendo o árbitro final em determinadas situações.

Partindo deste princípio, qual o meu estilo de jogo? Qual o seu estilo de jogo? Como você mestra/narra?

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Visualizar Comentários (8)
  1. Delibriand

    Eu procuro sempre mestrar no estilo bass player, mas eu conseguiria jogar no trailblazer também.Só não consigo mais jogar no ilusionismo nem levaria perfeitamente bem um participacionismo, mas é só por questão de preferência mesmo.

  2. Delibriand

    Eu lembrei do livro do mestre do Lammentations of the Flame Princess quando li a descrição do Trailblazer, especificamente a parte que ele diz para não forçar os jogadores no caminho especificado e se eles abandonarem algo no meio, que isso faz parte.Eu acho que o D&D sempre seguiu o modo “trailblazer”, até aparecer o Storyteller e seu foco em história. Mas isso é outro assunto, hehe

  3. Franciolli

    O LotFP deixa bem claro que o railroading (ilusionista/participacionista) é sem dúvida a pior forma de estilo narrativo, pois fornece, no final, escolhas falsas.

  4. Post interessante. Meu estilo é o clássico old school, n q seja uma regra, mas o DM prepara e os PCs seguem o plot – ou não.

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