O Grande Senhor Celebrimbor nos recebeu as portas de Ost-in-Edhil e nos deixou sob os cuidados de Hïdir que nos acomodou em uma das magníficas torres da cidade, que parece ter sido construída por mãos anãs e élficas, concedendo uma beleza singular ao lugar.
Na sala comunal da grande torre onde ficamos instalados, conferenciamos entre nós, expondo tudo que havia acontecido enquanto estávamos separados.
Limiel e Finrod
Limiel, filha de Oropher, nos disse que quando nos deixou na Batalha de Belegost, perseguiu o comboio que levava o fragmento da Nauglamír e viu quando os orcs encontraram-se com quatro cavaleiros vestidos de negro. Os cavaleiros pegaram a caixa e mataram alguns dos orcs enquanto outros fugiam. Em seguida os cavaleiros partiram, e foram perseguidos por ela durante quinze dias até que chegaram a um acampamento militar entre os rios Sirannon e Glauduin, onde um grande exército de homens curvou-se a passagem deles.
Vendo que não haveria uma forma de entrar no acampamento sem ser vista, Limiel encontra-se com Finrod em Ost-in-Edhil, onde ficam sabendo que Kamul, Senhor do Leste, é aguardado na cidade para compor o grupo de negociação que deverá conversar com o Garan, rei dos Haran que tomaram o rio e ameaçam fazer guerra com os elfos por acusarem-no de dar livre passagem aos Numenorians que invadem indiscriminadamente suas terras.
Os haran posicionaram um poderoso exército no encontro dos rios Sirannon e Glauduin na esperança de forçar os elfos a negociar com mais rapidez, impedindo que seus barcos saiam ou cheguem a Ost-in-Edhil.
Ingbinil, o Kamul, Senhor do Leste
Todos ainda parecem surpresos com o título conferido a Ingbinil, o de Kamul, Senhor do Leste. De acordo com ele, quando buscou ajuda dos homens do norte para lidar com a ameaça orc em Belegost, foi informado de muitos outros problemas e foi escolhido por Morgamir para ser o Kamul do Leste. Anatar, enviado do Grande Senhor Celebrimbor de Eregion, confirmou a autoridade do Kamul presenteando-o com um anel.
O Kamul falava de Anatar como um sábio conselheiro, que na terra dos homens falava em nome do senhor Celebrimbor. Também nos informou que o anel que recebera tinha sido das mãos do próprio Anatar.
Laurësil, o Renascido
Falei-lhes de minha recuperação e saída dos Portos Cinzentos, de minha passagem pela Floresta Antiga e meu encontro com um velho amigo, do qual não me lembrava, Tom Bombadil e sua esposa Fruta D’Ouro e das informações que obtivemos a respeito das Silmarils.
Ainda desconfiado, pedi ao Kamul que me permitisse Analisar o anel que lhe fora presenteado, ele concordou, mas foi Finrod que o fez, não descobrindo absolutamente nenhuma informação sobre o anel.
Conferenciando com o Senhor Celebrimbor
Na manhã seguinte, já descansados, fomos a uma magnífica torre conferenciar com o Senhor Celebrimbor, que nos aguardava.
Diante da espetacular vista dos vales e montanhas, percebi um olhar encantado do senhor Celebrimbor dirigido a Limiel e só então percebi a semelhança entre os dois. Eles eram tão parecidos, que por um instante me perguntei se não estava diante de pai e filha.
Bom dia senhores e senhora! Espero que estejam todos descansados. Kamul, sua presença era aguardada com muita ansiedade. Temos que iniciar os preparativos para a negociação. Urgentemente. Anatar foi falar com Haran e teremos um encontro, em um local neutro, dentro de cinco dias e dentro de dois dias, Durin deverá chegar a Ost-in-Edhil para reforçar a comitiva de negociação. Não desejamos a guerra e uma comitiva composta por elfos, homens e anões poderão fazer com que ele entenda isso.
Falamos um pouco sobre a ameaça, mas não pudemos deixar de mencionar o que trazia pelo menos uma parte de nós até a cidade, o roubo de um fragmento da Naglaumír e a possibilidade de que alguém estivesse interessado em recuperar pelo menos uma das Silmarils.
Celebrimbor surpreendeu-se ao saber do fragmento da Naglaumír e enfureceu-se quando falei sobre as Silmarils, mas isso era esperado, já que por ser neto do criador das joias, ele também estaria preso ao Juramento de Fëanor.
Durante dois dias conferenciamos, imaginando a melhor forma de apaziguar os Haradrim.
Durin chegou, como previsto, no segundo dia, abatido, mas ficou muito contente ao ver Gloran, seu sobrinho, na mesa de conferências e logo ele soube que o fragmento da bela Naglaumír fora roubada pelos orcs e trazida até o acampamento dos Haradrin e suas palavras eram de vingança e guerra. Após um tempo acalmou-se e pediu a Celebrimbor ajuda na forma de contingente para ajuda-los em Khazad-dûm, mas o rei élfico alegou não poder enviar ninguém devido a situação em que se encontrava.
Quando precisou dos anões, teve a ajuda que precisou e agora que precisamos se nega a nos ajudar?
Rapidamente a ira anã me fez acreditar que haveria derramamento de sangue ali mesmo, mas Durin levantou-se rispidamente, dizendo:
Se não pode ajudar os anões, então resolve o SEU problema sozinho! Eu vou voltar para Khazad-dûm e resolver o meu. Gloran, você fica ou volta comigo?
Gloran olhou ao redor rapidamente e acompanhou seu tio, saindo rapidamente dos salões, enquanto Finrod corria atrás dele com Kamul, deixando Celebrimbor mudo na mesa.
Quando voltaram, Finrod nos disse que a comitiva de cavaleiros que veio com Kamul foi cedida aos anões, já que os elfos não poderiam ajudar. Uma medida paliativa necessária para tentar não criar um incidente maior entre os povos.
Encontro diplomático
No quinto dia, uma comitiva composta por Kamul, Laurësil, Limiel, Finrod e mais quatro generais élficos, partiram em direção a um vale, escolhido como região neutra, para encontrarmo-nos com o senhor dos Haran.
Descemos uma bacia e esperamos os senhores generais descerem e nos cumprimentamos… no momento em que uma flecha trespassou a garganta do homem que apertava a mão de Limiel…
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