Após uma noite de descanso, reuni-mo-nos novamente com o senhor Elrond, discutindo o que deveríamos fazer, desta vez na companhia de Ingbnil e Finrod, um humano que trazia notícias de Eregion, onde reina o senhor elfo Celebrimbor.
De acordo com Finrod, Eregion estava fechando suas fronteiras, uma notícia que nos preocupou imensamente. Mas Eregion é distante, precisávamos descobrir porque os orcs atacaram com tamanha força Belegost e o que queriam em Nogrod.
Concordávamos todos, que o ataque a Belegost fora arquitetado, planejado por uma mente mais astuta que a de um orc, mas quem seria o responsável por este ataque? E porque? Belegost ou Nogrod guardaria algum tesouro? Alguma relíquia que interesse os servos da escuridão? Teria o estranho que falou com Maglor na costa alguma participação nesses eventos? Muitas perguntas, nenhuma resposta, ainda.
Como solicitado, é trazida a nossa presença o mestre anão Glarin, que escapara do massacre de Belegost.
Ele nos contou que os orcs chegaram rapidamente e atacaram com trolls, destruindo completamente Belegost e destacando um regimento menor para Nogrod, onde um pequeno número de mestres anões se revezava na manutenção do local, que possui grande importância histórica para os de sua raça, sendo construída em algum período na Era das Árvores, quando os Pais dos Anões despertaram abaixo do Monte Dolmed.
Gloran, de nossa comitiva, revelou ter feito guarda algumas vezes em Nogrod diante das portas de uma sala que só era aberta quando o Rei Durin III visitava Nogrod e mesmo assim, somente ele entrava, não sendo dado a ninguém mais o conhecimento do que havia no interior da sala.
Conjecturamos então, que o que quer que os orcs estivessem procurando, provavelmente estaria dentro da sala e decidimos partir para Nogrod. Um pequeno grupo seria ideal para não chamar. O mestre anão Glarin nos informa que, a dois dias de viagem, existe uma passagem secreta que leva a Nogrod, uma informação que surpreende até mesmo o senhor élfico Elrond, que diz que dentro de quatro dias enviará um contingente para retomar Belegost e destruir a ameaça orc.
Terminada a reunião, nos separamos. Alguns se encarregam de conseguir suprimentos para a viagem enquanto outros tentam buscar mais informações. Eu procuro por mapas da região com o senhor Elrond e em seguida planejamos nossa viagem.
No dia seguinte partimos, sendo escoltados por um pequeno grupo de batedores élficos, que nos deixam na entrada da caverna. Após caminhar durante algum tempo por uma caverna natural, encontro uma passagem secreta que nos leva a um corredor paralelo, esculpido milimetricamente por hábeis mãos anãs há pelo menos dois mil anos. Estamos em um túnel de fuga construído pelos anãos de Nogrod e após dois dias chegamos aos salões principais da cidade.
Quando cruzamos a porta que dá acesso a cidade, percebemos à luz das tochas, que tudo havia sido revirado. Orcs e trolls estiveram na área e reviraram tudo, a procura de alguma coisa, mas deles não havia sinal.
Gloran nos guiou até a sala que montou guarda, onde suas enormes portas de pedra estavam agora destruídas. A sala não era um túmulo, como eu havia imaginado a princípio, e dentro dela encontramos um pedestal com uma pintura enigmática por trás.
A pintura não nos dizia nada, mas Finrod disse poder ajudar com seus feitiços. Vasculhamos a área ao redor enquanto ele examinou, durante oito exaustivas horas, cada centímetro da sala, buscando visões do passado distante.
Durante o período, Limiel descobriu que os rastros mais antigos haviam sido feitos a mais de dois dias e nenhum orc ou troll ficou para trás. Saíram rapidamente, como que açoitados por uma força maligna, em direção a Belegost.
Quando Finrod despertou de seu transe, seu semblante estava pálido. A sala era um relicário e guardava ali um dos fragmentos, de ouro puro, de Nauglamír, uma linda joia forjada pelos mestres anões de Nogrod a pedido do Rei Élfico Thingol, quando este convidou os anãos de Nogrod para ir a Menegroth.
Nauglamír foi unida a Silmaril que havia pertencido a Lúthien e Beren, e a joia tornou-se a mais bela jamais vista em Arda.
Uma terrível sensação apoderou-se de mim. Estaria o inimigo buscando reforjar uma joia capaz de conter uma Silmaril sem que ele fosse queimado? Saberia o inimigo a localização de alguma das Silmarils?
Os ventos sopravam contra nós. Tínhamos que nos apressar e tentar recuperar o fragmento da joia.
Partimos a toda velocidade para Belegost e paramos a algumas horas da cidade para descansar. Era noite e sabíamos que a vantagem era dos orcs. A maioria do grupo decidiu por não lutar contra os orcs a noite, tentando reduzir sua vantagem sobre nós.
Pela manhã partimos, quando chegamos à batalha já havia começado. Os elfos atacavam, mas estavam perdendo a batalha.
Precisávamos agir e muito rápido!