Existem muitas formas de exteriorizar sentimentos e a escrita é uma delas. Mas o que acontece quando um criador de mundos resolve expor suas frustrações com o fim de seu casamento e com este, o fim de muitas possibilidades?
Death Love Doom é uma aventura para Lamentations of the Flame Princess que tem o claro objetivo de chocar, não somente os personagens, mas principalmente os jogadores, podendo ser considerada a obra de uma mente doentia.
Logo na segunda página, nas Notas do Autor, James Edward Raggi IV explica de onde veio a “inspiração” para criar a aventura. Algumas frases que me chamaram atenção foram:
Use a dor de sua vida para tornar um jogo divertido.
e
Eu diria “divirta-se com a aventura!” mas talvez esta seja a frase errada! “Eu desejo que você ache a aventura satisfatória e efetiva”!
A aventura é ambientada em uma propriedade rural de um rico comerciante da Londres de 1625.
O rico comerciante Erasmus Silvester Foxlowe importa itens valiosos de outros países, e embora sua propriedade fique a não mais do que trinta minutos do centro de Londres, mas administrar seus bens não é uma tarefa fácil e ele acaba passando tempo demais cuidando dos negócios e tenta compensar sua ausência adquirindo belos presentes para sua bela e jovem esposa, com quem tem quatro filhos, e que está grávida do quinto herdeiro.
Após receber um carregamento do Oriente, Erasmus vai para casa e não é visto desde então! O que aconteceu ao rico comerciante? É aí que os aventureiros entram e é aí que a aventura difere das que eu já li.
Órgãos sexuais expostos e crianças desmembradas marcam esta aventura insana, não recomendada para menores de 18 anos e aqueles que sentem-se desconfortáveis com temas polêmicos. As ilustrações são fortes, justificando a classificação etária, mas caem muito bem no que a aventura se propõe e me fazem pensar que a temática do LotFP sempre foi pensada como sendo algo realmente adulto.
Em um review do Death Love Doom feito pelo blog From the Ashes, o autor do blog diz:
Para mim, isso é menos uma aventura e mais um manifesto, uma visão de Raggi do mundo, onde a vida é um pesadelo habbesiano: coisas ruins acontecem a pessoas boas e o melhor que você pode esperar são heróis que limpem a bagunça.
James Raggi foi chamado de louco quando colocou, ao mesmo tempo, diversas aventuras para financiamento coletivo e com esta aventura, com certeza receberá a alcunha de louco psicopata!
Eu já disse pra você qual a minha opinião sobre aventura: ela é sobre um tema que eu não gosto em jogos, não conseguiria lidar bem durante uma sessão.Na minha primeira leitura do livro, fiquei chocado com as ilustrações e o tema. Agora, passado o choque, ainda acho que é demais pra mim, mas consigo entender quem jogaria e se divertiria explorando estes temas.
Acho que puxando um gancho do seu artigo sobre experiência emocional em jogo, com o devido cuidado, o Love Death Doom poderia ajudá-lo a superar este problema.
Orra, que legal, vou atrás! =D