Sinceramente não sei por qual razão estou fazendo isso, ou por que tive essa ideia, se o D&D Next trazendo um conjunto de regras com algumas modificações e com a proposta de não utilizar miniaturas, pelo menos com o módulo básico por não carregar toda a carga estratégica do seu antecessor.
Os jogadores que eu costumava chamar de meus, conseguiram viciar-se de forma extrema e talvez irreversível na quarta edição do D&D e mesmo não sabendo se voltarei às fileiras dos mestres desta edição – embora tenha gostado muito – pensei muito em redesenhá-lo, principalmente depois de ler uma série de regras caseiras usadas no Guia dos Sete Mundos de Ohmtar.
Então vamos aos pontos, enumerados de acordo com a ordem na qual é apresentada na geração do Character Builder, as fontes que pretendo utilizar para redesenhá-lo, sem contudo transformar este em um dos Trabalhos de Hércules.
1. Classes
As classes permanecem inalteradas, mas podem ser limitadas pelo mestre de acordo com o cenário utilizado. Embora sejam compatíveis, limitaria em qualquer campanha minha a utilização das classes como apresentadas nos Essentials, utilizando apenas as classes apresentadas nos Player’s Handbooks I, II e III.
2. Raças
Permanecendo também inalteradas as raças e sem limitá-las, mas usando a última regra na criação onde os membros da raça recebem um bônus de +2 em um atributo e pode escolher outro atributo, entre duas possibilidades, para receber o outro bônus de +2.
Algumas raças recebem treinamento com determinadas armas. Caso essas armas estejam incluídas na lista de armas que a classe recebe proficiência, o dano da arma aumenta em uma categoria.
Por exemplo: um elfo recebe treinamento em espada longa. Caso o elfo seja um guerreiro, que tem proficiência em armas militares – grupo que inclui a espada longa – quando o elfo a utilizasse, o dano da espada longa passaria de 1d8 para 1d10.
3. Histórico
Definir o histórico do personagem ajuda a contar uma história sobre o personagem e retirar dali ganchos para aventuras futuras. Mantido, mas seria legal ampliar alguns de seus aspectos como feito no D&D Next.
4. Atributos
D&D 4E é um jogo heróico, o maior de todos, então manteria a forma de distribuição de pontos [22 pontos]. No entanto, removeria o bônus da progressão por nível, pois não acho que ela faça o mínimo sentido – nunca achei.
5. Perícias
O acesso as perícias continuaria dependendo das classes, mas os bônus de progressão por nível também seriam removidos. Neste ponto poderia fazer uma mistura entre as sugestões do Ohmtar com o D&D Next.
- O personagem tem aptidão natural para a perícia. Bônus de +2 devido a raça;
- O personagem recebeu treinamentos básicos com a perícia. Bônus de +2 devido o histórico.
- O personagem recebeu treinamento formal na perícia. Bônus de +5 devido ao treinamento.
- O personagem é um especialista na profissão. Bônus de +3 devido a especialização na perícia.
Poderia considerar aqui inverter o bônus de treinamento, conferindo apenas +3 e o bônus de especialização, que passaria a conferir um bônus de +5.
Com todas as condições favoráveis, o personagem teria um bônus de +12 em uma perícia, algo considerável!
6. Poderes
Sem alterações, a princípio.
7. Talentos
Todos os talentos de Treino de Combate Próximo [Melee Training] não estariam disponíveis. Ataques básicos sempre seriam feitos com o modificador da Força (ataque próximo) ou Destreza (ataque a distância).
7.1 Retreino
Não vejo necessidade de permitir esta regra! Excluída.
ATAQUES
Excluindo a progressão de ataque por nível ficamos apenas com as seguintes possibilidades:
- Bônus de Força ou Destreza para ataques próximos ou a distância básicos;
- Bônus de atributo de acordo com a descrição dos poderes;
- Bônus de proficiência da arma ou implemento.
Para melhorar estes valores somente com talentos como Foco em Arma, Foco em Implemento, etc. Que podem não ser muito atrativos pelos bônus de apenas +1 por Patamar.
DEFESAS
As Defesas também não recebem progressão por nível, mas podem ser melhoradas com os bônus de talentos e itens mágicos, que sugere-se, sejam bem raros, ou tenham efeitos ao invés de bônus.
E os monstros?
Os monstros terão todos os valores de ataques e defesas reduzidos proporcionalmente. A ideia aqui, a princípio é somente reduzir os números e a progressão, mas sem alterar a letalidade dos combates. Algo a se pensar também é reduzir o número de pontos de vida dos monstros pela metade ou 2/3, mas isso já seria outro teste.
Mais alguma coisa?
É provável que existam mais algumas coisas que devam ser alteradas, mas a princípio é isso!
Eu mexeria de forma profunda nos healing surges, hit points, second wind, e todos os poderes que tivessem a ver com eles. Pra mim a pior coisa da 4E é o “grind” absurdo dos combates, por isso que eles levam 2 horas para terminar.A lista de modificações está boa, mas eu não faria isso por causa do esforço necessário. É mais fácil simplesmente escolher outro sistema 🙂
Por que a opção por vetar o Essentials, Franciolli? Não usei, mas falam tão bem do dito… Fiquei curioso. Tem uma resenha tua, dele?Abraço.
Pelo que eu entendi, apenas as classes do essentials estariam liberadas, e não vetadas. Mas pode ser que eu tenha entendido errado 😛
Eu fiz a correção no texto, pois na verdade, as classes do Essentials seriam as únicas que eu não utilizaria, mais pelo formato como elas são apresentadas do que qualquer outra coisa.Inclusive, acho que as classes do D&D Next estão inspiradas, de certa forma, nos conceitos dos Essentials.
Nada mais a acrescentar, um combate tático de mais só faz prolongar o combate além do que deveria para sobrar tempo para estória avançar.
Ah, então eu tinha mesmo entendido errado 🙂
Eu tinha começado um projeto de reformular a matemática da 4e na Spell, mas pouco tempo depois saiu o primeiro playtest do Next, e engavetei o projeto. Mas ele foi engavetado por volta de 90% completo. Se quiserem dar uma olhada: http://spellrpg.com.br/home/index.php?topic=702.0
Até hoje, as mesas que eu presenciei com combates que demoravam esta eternidade estavam restritas a dois tipos de grupo: Iniciantes (por motivos óbvios), e grupos que preferem jogar na defensiva (enchendo o grupo de líderes e defensores, por exemplo). O segundo tipo é muito comum para quem veio da 3e, e seu estilo de combate “quem vencer a iniciativa ganha”. Eu concordo que o *número* de rodadas de um combate típico da 4e é maior que o número de rodadas de um combate típico de qualquer edição anterior. Mas também vejo como cada *turno individual* é mais rápido na 4e que em qualquer outra edição.
Obrigado Nibelung, ontem eu imprimi, li e fiz uma análise do teu material, muito bom por sinal, mas que não se enquadra exatamente no que eu quero, principalmente devido o escalonamento.Você modificou o escalonamento, concedendo bônus a todo nível para os ataques e defesas, tirando o bônus por nível.A minha proposta é exatamente retirar estas formas de progressão, deixando um pouco mais parecido com o D&D Next, mas sem eliminar os poderes e as manobras.