“Que linda espada”, o taverneiro observa enquanto serve a cerveja do aventureiro. “Ela é mágica?”
“Certamente”, replica Delian o Paladino. “Eu a encontrei no covil de um ogro. É uma espada +1”.
“O que é uma espada +1?”
Quantas vezes você se refere aos equipamentos dos personagens em termos de jogo? É claro que as pessoas que sentam-se a mesa na sala de jantar para jogar D&D sabem o que é uma espada +1, mas como você descreve a mesma arma para um personagem do mestre? Não soa estúpido falar em “espada +1”? Sem falar que ninguém entende o que você quer dizer quando a chama de espada +1.
Os tesouros mágicos são a forma mais comum de recompensa em D&D. Todos os personagens esforçam-se para adquirir varinhas mágicas, conjuntos de armaduras mágicos e mesmo espadas mágicas em suas pilhagens. Em muitos cenários de campanha de Dungeons & Dragons os itens mágicos são razoavelmente comuns. Para um jogador experiente, possuir uma arma mágica pode não parecer um grande negócio. De fato, a maioria dos personagens dos jogadores e do mestre que valem o que comem tem uma. Mas só porque os itens mágicos são comuns, isso não significa que eles não sejam especiais. Eles não são produzidos em fábrica e não são indistintos uns dos outros – pelo contrário.
Criar um item mágico de qualquer tipo requer tempo, recursos e atitude. Qualquer um que escolha criar um item mágico quer fazê-lo único. Então, só porque você tem uma espada mágica e outro jogador tem uma espada mágica, isso não quer dizer que elas serão iguais.
É muito mais simples confiarmos nos termos de jogo quando descrevemos os equipamentos de nossos personagens, mas porque não esforçar-se um pouco mais e divertir-se com isso? Não diga apenas que tem uma espada ou varinha +1. Coloque-se no lugar do seu personagem. Ele certamente não irá se referir a sua arma como uma espada +1 ou varinha +1. Assumindo que eu esteja certo, como você chamaria a sua espada ou varinha mágica?
Na maioria da literatura fantástica que eu já li, itens mágicos são descritos em grande detalhe. Quanto mais importante for o item para a estória, mais detalhes são fornecidos. E itens importantes sempre possuem nomes. Em alguns casos o nome já é conhecido quando o usuário adquire o item e em outros casos o nome do item é dado quando eles sentem seus poderes. Drizzt tem Icingdeath e Twinkle, Elric tem Stormbringer e o Rei Arthur tem Excalibur. Pense em como estas estórias seriam diferentes se estas armas não tivessem nomes.
Nomear itens mágicos não se limita apenas a armas (embora eu acredite que armas tenham mais tendência a ser nomeadas). Em algumas circunstâncias o item pode não ter um nome, mas um grande esforço é feito para descrevê-lo. E a despeito da falta de um nome apropriado, ainda sabemos que o item é importante e poderoso. Todos os magos nas estórias de Harry Potter usam varinhas mágicas e cada varinha é descrita em grande detalhe. No primeiro volume da estória de Harry Potter, ele tenta diversas varinhas antes de escolher uma feita com pena de fênix. É essa atenção com os detalhes que tornam o item único e memorável.
Em minha campanha regular eu jogo com um Paladino. No 3º nível ele encontrou uma espada do gelo +1. Eu a nomeei Frost Bite. Agora ele está no 9º nível e ele ainda usa Frost Bite com orgulho. Se eu não a tivesse nomeado, com certeza eu já a teria trocado por algum item mais poderoso, mas nos últimos seis meses eu me importei com o item. Da mesma forma, Wimwick interpreta um Ladino na mesma campanha. Quando ele encontrou uma Duelist Dagger +1 e lhe deu o nome de Nibbler e ele também a usa até hoje, no 9º nível.
Nomear os itens que possuímos se torna importante parte da estória contínua e ajuda a definir os próprios personagens. Pode parecer algo muito simples, mas isso é capaz de transformar nosso D&D numa experiência mais prazerosa e pessoal.
Na próxima vez que você vir o inventário do personagem pense em nomear os itens. Pense em como seu personagem descreveria seu item mais valioso e importante. Nomear seus itens salva seu personagem de responder a pergunta “O que é uma espada +1?”.
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//Texto Original: What’s a +1 sword?
//Publicado em: Dungeon’s Master em 13 de julho de 2009
//Autor: Ameron
//Tradução e Revisão: Franciolli Araújo
Bem interessante teu post. Concordo contigo. Em alguns jogos ítens mágicos são muito comuns, e isso acaba por banalizar estes. Desta forma os personagens não dão a estes o devido valor, já que provavelmente na próxima caverna ou dungeon encontrarão um ítem melhor, contudo, se os ítens mágicos forem mais escassos na campanha, a importância dos poucos que forem encontrados será maior. Dar um nome a um ítem mágico o torna único e muito importante para o personagem.
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Sempre tivemos essa discussão aqui por casa. Nos esforçamos muito pra não deixar um item mágico ser banal, e de uns tempos pra cá tenho me policiado bastante para dar itens que valham a pena (e claro, com menos frequência).