Comecei uma campanha em Forgotten Realms pós Praga Mágica no dia 28 de março de 2009, logo após ter recebido o meu exemplar de Forgotten Realms Campaign Setting.

O cenário, a meu ver, ficou bom, sem o grande peso de seus antecessores, que tanto afugentavam jogadores novatos, eu inclusive, logo quando comecei a jogar, ainda no sistema de regras do AD&D.

A linha de tempo da nova edição evoluiu em quase 100 anos dos acontecimentos que encerram a 3ª Edição e a situação em Forgotten Realms agora está muito mais crítica do que antes, embora pudesse estar um pouco pior, e é justamente aqui que entra a minha proposta de um cenário um pouco diferente.

Durante a morte da primeira Mystra pela magia de Karsus de Netheril, prevendo as conseqüências desastrosas de sua morte, Mystra se sacrifica e renasce, impedindo que a Trama, fonte a partir da qual a realidade é modificada na forma de magias, seja destruída, gerando o instante sem magia (nada de magia funcionando).

Na transição da 3ª para a 4ª edição, Mystra é assassinada por Cyric, num plano envolvendo Shar, a deusa da escuridão, que tinha esperanças de adicionar o portfólio da magia a sua lista, ganhando aí mais alguns adeptos. Mas as coisas não deram certo e ninguém pode prever as conseqüências desastrosas da morte de Mystra e a Trama colapsa completamente.

Usuários da magia enlouquecem, morrem, a magia se torna completamente instável, não funcionando direito, uma parte do mundo de Abeir retorna, substituindo partes de Toril, o Subterrâneo colapsa em alguns pontos, criando grandes aberturas na terra, verdadeiras cicatrizes na face de Toril, bem como os chamados earth motes, porções de terra flutuantes suspensas em determinadas regiões.

Toda essa destruição causada e coroada pela Praga Mágica, o evento de proporções planares que modificou também a forma como os planos se arranjavam, destruindo alguns, modificando outros, uma verdadeira reformulação do cenário.

No próprio livro de campanha, é dito que os itens mágicos foram modificados, alguns perderam seus poderes, os portais são estáveis, quando funcionam, tendo se tornado muito perigosos, mas ainda existe comércio de itens mágicos, eles ainda são encontrados em feiras e isso não é o que eu quero para o meu cenário.

Alternativa

Uma alternativa que pensei para os itens mágicos, foi reforçada após ler o Dungeon Master Guide 2 e o Dark Sun, que na teoria não possui muitos itens mágicos.

Com a destruição de Mystra e da Trama, tudo que tivesse armazenado energia da Trama, como itens mágicos, foram destruídos com ela, deixando para trás um item mundano e resquícios de residuum, equivalentes ao valor do item, que em muitos casos foram levados pelo vendo ou simplesmente descartados por ninguém saber ainda qual a sua natureza.

Os portais deixaram de funcionar completamente, bem como tapetes voadores, navios voadores, círculos de teleporte, etc. Além das estradas terem se tornado mais inseguras, as fontes mágicas de transporte não existiam mais.

Os únicos itens mágicos que sobreviveram ao cataclisma foram os artefatos e aqueles itens criados a partir da Alta Magia élfica ou através de poderosos rituais, como os usados para criar os Mythais.

Muitos conjuradores morreram, outros enlouqueceram e uns poucos conseguiram manter a sanidade e a vida para semanas ou meses mais tarde conseguir lançar magias novamente através de novos meios, não mais a partir da Trama.

A quantidade de itens mágicos diminuiu drasticamente e não deverá chegar aos padrões anteriores em muitos séculos.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.