Medo de mestrar no escuro?

Medo e Horror em D&D

Os horrores de D&D são algumas vezes negligenciados, e freqüentemente visitamos Ravenloft na noite de cada Dia das Bruxas para um jogo de horror e mistério, mas elementos como estes podem ser facilmente colocados em seu jogo de D&D, então, por favor desligue todas as lâmpadas, acenda algumas velas e prepare-se para o extraordinário. E esteja avisado, se você é fraco do estômago… por favor, não continue lendo!

O horror pode vir em várias formas em D&D, ele pode ser um simples truque da mente ou uma criatura distorcida caçando os personagens. Ele pode afetar um único personagem ou um grupo inteiro, pode expor medos pessoais o mesmo cenas mórbidas e inexplicáveis. Eu joguei uma aventura de D&D certa vez, onde os personagens ficaram muito alucinados devido o medo impregnado em uma masmorra. Um amigo nosso foi preso em uma sala e ouvimos os seus gritos, a medida que ele – pelo menos em sua mente – era eviscerado por alguém que ele conhecia e se importava, colocando seus intestinos e espalhando-os pela sala. Ele assistia ao que parecia um ser um recém nascido que parecia se transformar em uma criatura maligna e o atacava.

Horror pode acontecer em muitos aspectos, de fato eu recentemente me inspirei ao ler “Herroes of Horror”, e para todos vocês que não possuem este livro “de uma forma ou de outra”, ele apresenta uma série de cenários de “Horror” que podem ser empregados, e eu gostaria de listar alguns (novamente, para vocês que não tem o prazer de tê-lo.)

  • Um personagem ouve uma voz gritar a distância; a voz se parece com a sua própria voz.
  • Um personagem comendo um pedaço de fruta descobre que a semente que ele cospe é de fato um dente humano.
  • Os personagens despertam após acamparem ou descansarem durante a noite; um personagem tem ferimentos de mordidas em seu pescoço, braços e pernas, enquanto outro personagem sente-se suficientemente saciado para tomar o desjejum.
  • Enquanto um personagem se observa em um pequeno espelho redondo, sua imagem é subitamente atacada por trás. Ele vê o seu reflexo morrer em agonia, deixando para trás apenas uma superfície ensangüentada, sem mesmo ver o que atacou a sua imagem. Após isso ele fica sem reflexo no espelho por três dias, reaparecendo após este período normalmente.

Estes são apenas alguns exemplos apresentados no livro, para mais, eu sugiro comprá-lo, ele é uma excelente leitura. Este livro me inspira ainda mais a discutir sobre os vilões em jogos de horror. Modelos de vilões são importantes enquanto os vilões clichê, avarentos e ávidos por poder se repetirem. Para evitar isso, encontre algo adequado para seus vilões.

O Perigo Escondido é descrito como o vilão mais comum do horror, pois ele é quase impossível de ser detectado. Ele é descrito como o vilão que mata em segredo e “… engendra desconfiança e suspeitas entre todos que podem contrariá-lo.” Que poderia ser descrito como “… um doppelganger, um lobisomem, um assassino disfarçado misticamente, um nobre corrupto ou uma bruxa canibal que se disfarça como uma velha senhora.” Eu não estou aqui para recitar o livro inteiro para vocês, mas citá-lo quando apropriado. Algumas formas de integrá-lo ao seu jogo pode incluir alguém próximo a você, pode ser um NPC que está no grupo ou caçando-os durante todo o caminho. Você nunca sabe quando estas criaturas furtivas atacarão, fique esperto, mantenha-os pensando.

Usar alguma coisa como o Perigo Escondido tem suas vantagens, por exemplo, em minha campanha atual eu tenho uma clériga que fica nos bastidores (um NPC) seguindo-os e ajudando-os. Ela, na realidade, está observando-os. Ela é uma espiã e meus jogadores não sabem disso por que ela é muito útil, mas de vez em quando ela relaxa e os jogadores tendem a rejeitar o fato como se eu “esquecesse” dela, na realidade eu não esqueci.

Outro vilão que você pode usar mais do que uma abordagem óbvia, mas uma inteligente. Alguém se lembra de The Watchman? Não era apenas alguém considerado Escondido, mas também um gênio. Seus vilões não tem que ser ignorantes ou negligentes ou mesmo ingênuos. Permita que eles sejam tão inteligentes quanto sua mente permite. Vilões estúpidos são bons apenas para experiências curtas, se você quiser que as coisas caminhem e lhes der altos níveis, então você terá um bom material, mas mesmo fazendo algo que possa ser feito (se feito inapropriadamente), ela pode se transformar numa péssima experiência, o que ninguém quer!

Alguns vilões possuem muita influência sobre um vilarejo ou cidade, como o governador ou no filme Avatar o líder militar que era o vilão, e estes podem ser difíceis de serem derrotados, mas ainda podem ser. O mesmo homem que está numa posição elevada pode ser um dissimulado, ou mesmo ser um testa de ferro, um marionete, controlado por forças exteriores.

Lembre-se, este é o seu jogo! Use sua imaginação e aproveite!

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Texto original: Scared of DMing in the dark?
Postado em: 03 de agosto de 2010
Autor: Krystal
Site: Dungeon Mastering

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Visualizar Comentários (5)
  1. Muito interessante o artigo.Eu sempre quis fazer sessões de terror à luz de velas… Mas com meu grupo não tem como… pra nós, tudo vira comédia.

  2. Franciolli Araújo

    Durante um tempo, no meu grupo, nos reuniámos a noite e fizemos algumas sessões à luz de velas e música ambiente (há muito tempo atrás) e durante uma destas sessões, no auge da descrição de uma cena, vários tiros (a partida era de D&D) e vários dos jogadores (inclusive o mestre), jogaram-se debaixo da mesa, para em seguida descobrir que os tiros eram na verdade fogos de artifício.Após passado o efeito da adrenalina, rimos muito com o ocorrido e nunca mais jogamos a noite, pois quem ficou horrorizado não foram os personagens, mas sim os jogadores (e mestre).

  3. Olá Franciolli estou colocando a leitura em dia, ótimo artigo fera. Eu particularmente gosto de horror aliado a investigação, já tive a boa oportunidade de mestrar nWoD para meus jogadores usando um grupo que não tinha nada haver com o sobrenatural, mas que por obra do mestre acabaram por se encontrar em uma casa mal assombrada, onde o espiríto de um garoto (que só queria brincar) era perseguido por sua babá, que sempre o colocava para dormir, no fim o garotinho pode ir a seu descanço e a babá foi destruida … Em D&D é claro temos sempre aquele velho necromante, pantano amaldiçoado, campo de batalha antigo na fundação da cidade, cemitério alvo de cultistas e blãh bláh blàh !!! Então por que não explorar as possibilidades, use coisas simples mas que desafiem a mente do jogador, o exemplo do dente humano na fruta é interessante o do espelho bem macabro então por que não explorar essas opções, realmente um artigo interessante para dar idéias ao mestre. Vlw Fraciolli!

  4. Franciolli Araújo

    Saudações Kalderash.Essas dicas me fazem pensar que no cenário de Ravenloft não precisaríamos necessariamente de regras para medo e horror, o que se precisa são idéias de como efetivamente acrescentá-las nas aventuras.Assim que tiver um tempinho retomarei a leitura do Heroes of Horror, pois sem dúvida alguma, foi uma das grandes adições ao D&D.

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