Neste mês comecei a jogar na campanha do Leandro “Gilgan” Nantes, uma coisa que eu vinha querendo a muito tempo, por querer jogar (sair um pouco do papel de mestre), mas também por fazer uma reciclagem, pois estar do outro lado do escudo ajuda o mestre a entender os anseios de seus jogadores.

Sessão 1 – 12 de junho de 2010

A primeira sessão dessa campanha, foi no dia 12 de junho e a segunda agora no dia 26 de junho, uma campanha que propõe-se a ter sessões quinzenais na casa do Leandro.

Alguns aspectos interessantes do cenário do Leandro:

  • Os deuses não existem e nunca existiram;
  • A fonte de poder divino não existe, logo, nada de paladinos, clérigos, invocadores, etc.;
  • Os elementais são poderes atuantes e existem seis manifestações deles: terra, água, fogo, ar, luz (radiante) e escuridão (necrótico);
  • Existe imortais (coisa de D&D 1st edition) que andam livremente, mas que tem poderes desconhecidos dos meros mortais;
  • Aparentemente os dragões não existem mais, mas sua cultura deixou raízes fortes e os draconatos existem no mundo sendo tão comuns quanto elfos e outras raças fantásticas;
  • Os aventureiros são normalmente formados em academias sob a tutelagem de sábios mestres, que podem orientar os treinamentos em função de seus próprios interesses.
  • Nas tavernas costumam haver quadros de aviso onde as pessoas fixam necessidades que somente aventureiros podem ajuda-los.

Na academia que treinamos, existe um bolsão de espaço-tempo com formas definidades que é ajustado para alguns testes de habilidade (similar a uma sala de perigo, porém bem maior em dimensão, embora não tão costumizável). O bolsão é acessível a partir de um portal no formato de um espelho que nos leva ao interior de uma cabana, a partir do qual mantemos contato com o mundo primário, embora só possamos sair do bolsão após concluir a missão programada.

Nosso grupo tem como tutor um elfo druida, amante da natureza e grande admirador das cidades e suas formas e organização. Ele nos envia em nosso teste e última missão antes de sermos graduados “aventureiros”, mas algo dá errado e após cruzar o portal, o espelho aparece como um espelho normal, impossibilitando a comunicação com o mundo primário. Em seguida a cabana aparentemente explode e ficamos vagando, embora ilesos, no espaço e somos repentinamente ameaçados por todos os elementos, dos quais somos protegidos por pequenos elementais, numa exibição de poder desconcertante. Quando as ameaças desaparecem, estamos de volta a cabana, nos deparando com um homem, que reconhecemos como um dos imortais, um que prefere manter-se a parte dos negócios mortais e não associa-se a elementais, mas ele nos apresenta os elementais que exibiram seus poderes e sinaliza para que escolhamos um deles, com qual propósito, ainda não sabíamos.

Como o grupo, naquela ocasião, era formado por três anões e um elfo negro, optamos pelo elemental da terra.

Após escolhermos, o imortal desaparece, bem como os elementais e o druida aparece, preocupado, tentando encontrar uma explicação para termos passado todo aquele tempo sem comunicação, algo que ele nos diz, jamais acontecera. Falamos sobre a “visita” do imortal, dos elementais que o acompanhavam e da escolha que eles nos instruiu silenciosamente a fazer. Ele não conseguiu explicar o ocorrido, nem mesmo a possível associação do imortal com os elementais e deu o nosso teste por encerrado, nos liberando para passear pela cidade, mas não deveríamos nos afastar, pois dentro de cinco dias seria a nossa “graduação”.

Só para constar, nesta sessão tínhamos os seguintes personagens: Morgana (Xamã anã – interpretada por Mariana), Toco (Warden anão – interpretado por Torrichelli), Eldrazil (Battlemind anão – interpretado por mim) e Altair (Assassino drow – interpretad0 por Negão).

Ainda abalados, resolvemos raciocinar bebendo e fomos à taverna e lá vimos no mural algumas situações que poderiam nos interessar, algumas missões que poderiam ser resolvidas na cidade ou nas proximidades e que poderiam nos render algumas moedas de prata. Com três possíveis missões, resolvemos tirar na sorte: 1) escoltar um nobre da cidade até uma cidade vizinha; 2) resolver o problema de um fazendeiro com stirges que estão acabando com seu rebanho de bovinos; 3) investigar a aparição de um fantasma numa casa da periferia.

O terceiro caso me chamou mais atenção, pois fora apregoado por uma menina e por sorte, este foi o caso que acabamos cobrindo – algo que fez alguns lamentarem depois.

Fomos até a casa e conversamos com uma mulher assustada e uma criança muito inteligente (bem mais que a média do local) e seu esposo estava no trabalho.

A partir da conversa, o grupo criou milhões de teorias. O fantasma poderia ser de um antigo dono que fora morto e não teve um enterro digno. Poderia ter ele sido assassinado e enterrado no porão da casa pelo atual proprietário, para que ele ficasse na casa, e muitas outras. As cenas tomaram muito tempo da sessão e foi algo muito interessante, que contribuiu muito para a minha reciclagem.

Após perceber que a mãe parecia omitir alguma coisa, resolvemos dar uma volta pelos arredores e falar com os vizinhos, ficando de tocaia à espera do marido.

A noite ele chega em casa e o assassino drow, no telhado, percebe que ele discute o assunto com as mulheres, aparecendo muito chateado. Decidimos que é hora de entrar. O homem apresenta-se como um rude marceneiro e mesmo a contragosto nos deixa entrar em sua casa. Pedimos para investigar um pouco mais a casa, principalmente o porão e descemos. Morgana (Mariana) encontra símbolos arcanos em uma parede do porão que não consigo decifrar, ao redor de uma placa de pressão. Quando ameaço pressioná-la com todos ali, o homem muda, adota a postura de um nobre e pede para que eu não faça isso, pois aquilo irá liberar algo que não estamos preparados para enfrentar, nem mesmo ele.

Sentindo que ele diz a verdade, somos dissuadidos de fazê-lo e ele nos explica que está ali para proteger a menina e nos oferece uma quantia relativamente alta em ouro e prata. Embora Eldrazil não deseje aceitar, ele é convencido pelos demais que é a melhor coisa a fazer, principalmente por terem percebido que as intenções do homem eram verdadeiras. Digo que vamos aceitar o dinheiro, mas que estarei de olho nele.

Esqueci de mencionar que a menina havia, na primeira vez que estivemos em sua casa, nos pagado por termos ido lá, com um cofrinho cheio de moedas, que só abrimos depois que saímos de lá, subornados e calados, e que para nossa surpresa encerrava em seu interior várias moedas de prata.

Descobrimos um pergaminho dentro do cofrinho que a menina nos deu, que identificamos como sendo da nação dos magos, o que colocava aquelas pessoas dentro de uma lista de perigosos, perigosos possíveis fugitivos.

Mais uma vez fomos a taverna e decidimos partir logo cedo para tentar resolver o problema com as stirges. Pela manhã tomamos o rumo da fazenda, mas
antes passamos pela casa da menina, notando que a rotina parecia continuar a mesma, o que permitirá pelo menos para Eldrazil, manter os olhos neles.

Sessão 2 – 26 de junho de 2010

Partimos em direção a fazendo, que fica a pouco mais que meio dia de viagem da cidade e ao nos aproximar-mos escutamos um forte zumbido e uma gigantesca stirge alçando vôo com uma vaca adulta. Aquela cena nos impressionou, pois sabíamos que as maiores stirgs atingiam no máximo 60 centímetros. Corremos para a fazenda, que era composta por uma casa, um celeiro e um galpão. Não encontramos ninguém na casa, mas conseguimos identificar passos, embora nada parecesse do dia. Fomos ao galpão e percebemos que a porta havia sido trancada por dentro, o que significava que havia alguém ali.

Quando Altair tentava abrir a porta, ouvimos na casa alguém gritar “tem alguém aí?”. Toco, gritou de volta “aí não!”. Um pequeno grupo de três aventureiros estava indo para a cidade e gostaria de passar a noite na fazenda, mas não ouviram nada sobre o pedido de ajuda dos fazendeiros e decidiram ficar e ajudar. O grupo era um tanto estranho: um minotauro bárbaro (Gabriel – interpretado pelo membro mais novo do grupo, o Gabriel), um meio-orc monge (Grivos, personagem do Jorge) e Gromir (esse eu não lembro a raça nem a classe, interpretado pelo Neto, pai do Gabriel).

Altair conseguiu abrir a porta e Eldrazil e Toco pularam para dentro do galpão, e subindo ao nível superior, onde estava o feno, descobrimos escondidos o fazendeiro, sua esposa e um garoto. Descobrimos que os stirges tem vindo a fazenda em intervalos de dois dias e que o gigante veio apenas duas vezes. Segundo o fazendeiro, as criaturas devem esconder-se num pequeno bosque próximo. Confiantes em nossas habilidades, instigo todos a irem imediatamente, deixando o minotauro ir na frente, afinal os stirges gostam de bovinos…

Grivos se oferece para ir na frente como batedor, mas é avistado por uma das criaturas e o elemento surpresa vai pro saco. Sem problemas! Somos atacados em três direções pelos stirges, que rapidamente são derrotados, mas aí vem a mamãe stirge, que dá mais trabalho, agarrando Eldrazil e infligindo uma grande quantidade de dano contínuo. Além de fazer com que os stirges já caídos voltassem como minios, dificultando um pouco mais a luta.

Depois de muitos golpes errados (graças ao bendito estar grudado a Eldrazil), conseguimos derrotar o monstro e com a derrota dele, terminou também a sessão, mas na próxima vamos jantar na casa dos fazendeiros e quem sabe receber como pagamento uma das vaquinhas remanescentes, que espero que o minotauro não confunda como uma de suas consortes…

Meu personagem

Eu havia preparado um mago para a campanha do Leandro, mas de última hora resolvi ser o coringa. Ele me ligou perguntando se eu poderia participar da aventura que seria realizada no dia 12 de junho à noite – isso no dia 12 pela manhã. Sem preparação (diga-se, permissão da patroa) as coisas ficariam complicadas, mas os imortais ajudaram e a patroa foi dormir na casa da mãe, fazendo-lhe companhia com o nosso herdeiro, então eu teria a noite livre para aventurar-me nessa terra imaginária.

O Leandro apenas me disse as classes dos personagens que participariam, e que já existia um mago, mas que não participaria daquela sessão em especial, então resolvi fazer algo diferente de tudo que eu já fiz, pois nunca gostei de jogar com nenhuma outra raça que não Humanos e para criar rapidamente recorri ao fantástico Character Builder e então as opções foram se descortinando a minha frente:

  • Raça: Anão
  • Classe: Battlemind (psiônico baseado em Constituição)

E depois de toda a escolha, faltava escolher a aparência do personagem. Seu nome foi fácil: Eldrazil Iangold, bem como seu histórico. Um anão capturado ainda criança por duergars que foi mantido escravo e sofreu abusos durante este período. Desenvolveu habilidades psiônicas que aprendeu a controlar ao longo dos anos e usou para escapar. Tem como motivação a vingança, que aplica a todos os duergars e escravagistas que encontra.

A princípio ele seria introspectivo, mas resolvi deixá-lo engraçado, contando muitas piadinhas e tendo um senso muito positivo das situações. Ele age dessa forma na tentativa de não deixar transparecer as seqüelas de seus anos como escravo.

Se alguém se interessar, aqui vai a ficha dele em pdf.

Eldrazil Iangold – Anão Battlemind de 1º nível

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.