Este artigo foi escrito por Wimwick do dungeonsmaster.com e foi ao ar no dia 03 de dezembro de 2009, sob o título original Dungeons & Dragons is more than e roleplaying game.
O primeiro capítulo do Livro do Jogador 4ª edição referencia o Dungeons & Dragons como um jogo de interpretação. Claro, isto está correto, mas o D&D é mais do que um jogo de interpretação? Vamos ver o que estas duas palavras significam. Por interpretação assume-se atitudes, ações e maneirismos de outros em uma situação de faz de conta. Um jogo é divertimento ou passa-tempo. Colocando estas duas palavras juntas nós certamente teremos algo que define muito bem o D&D, mas isso é tudo que o D&D é? D&D é só um jogo de interpretação ou ele é realmente algo mais?
Quando nos preparamos e jogamos D&D ele é somente um jogo que jogamos? O que realmente está envolvido em um jogo de D&D? Para sua surpresa, pode haver muito mais do que você imagina.
Uma parte do que o D&D é está na criação da sessão de jogo e do seu personagem, ou seja, um processo criativo. Não importa para qual lado você mova o D&D, ele é um jogo criativo. Você tem que pensar no histórico dos personagens, imaginar tramas, encontros, masmorras e combinações de monstros. Claro que isso não para por aqui, o maior aspecto dos jogos de interpretação é que você está sempre criando. Os melhores jogos de D&D são colaborativos, aqueles que o narrador inicia a história, mas os jogadores participam e podem afetar a narrativa. Sem viagens de trem, por favor.
Mas de onde vem toda a inspiração para isso? Se você estiver criando um Ladino que sobreviveu a uma praga enquanto vivia seu dia-a-dia nas ruas de uma cidade ou se você criou um Bardo que ajudou a liderar uma revolução, ou um Senhor da Guerra que liderou exércitos, onde você consegue inspiração para isso? A História serve como uma grande referência sobre a sobrevivência à Morte Negra, liderando a Revolução Francesa ou comandando os exércitos de Tróia. Então, se você está jogando D&D você não está sendo somente criativo, você está inadvertidamente estudando a História. Se você quiser pesquisar a vida de um monge asceta, um escravo, um gladiador ou rei guerreiro, existem muitos períodos que podem fornecer a informação necessária para ajudá-lo a trazer o personagem da campanha à vida. Até mesmo uma visita rápida ao museu para uma pesquisa autêntica de D&D não soa como uma idéia improvável.
Talvez você esteja narrando para o seu grupo local e deseje realmente dar vida a sua campanha através de vários mapas que serão usados para encontros. Repentinamente você se vê estudando mapas, certificando que as características do terreno fazem sentido. Você pode acabar visitando o Cartographers Guild para pegar algumas dicas sobre criação de mapas. Arquitetura e arte começam a influenciar como você projeta suas masmorras, utilizando opções temáticas misturadas e por fim, fazendo sentido.
Sobre matemática? Certamente não é o meu assunto preferido. Enquanto o Character Builder faz muito por você, ainda existe muita matemática em D&D. Da simples tarefa de rolar os dados e totalizar os valores rapidamente, ao fatoramento de todos os modificadores, ao cálculo da taxa de velocidade de viagem de seu personagem após cair enquanto estava escalando um precipício. Admita: alguém em sua mesa de jogo já fez esse cálculo ou algum similar.
Outra coisa que o D&D faz é manter você falando. Do simples ato de declarar suas ações em seu turno de iniciativa a descrição completa de como você influenciará o rei com uma jogada de Diplomacia que você está prestes a fazer. A fala e discursos sociais são parte do D&D, ele é um jogo comunal. A medida que você se torna mais confortável jogando D&D você sentirá que falar na sala de aula, sala de reuniões ou mesa de bilhar é muito mais fácil. Você sentirá a sua confiança em falar com os outros em público aumentar.
Existem outros benefícios associados a jogar D&D, sendo um deles a expansão do vocabulário. D&D é mais do que um jogo de interpretação, onde as potencialidades deste passatempo forçam você a ampliar seus interesses de forma consciente ou não. Em resumo, D&D fará de você um indivíduo mais polido, expandindo seus interesses e sua base de conhecimento.
D&D é um jogo de interpretação? Absolutamente, mas ele também é muito mais do que isso.
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Não só o D&D, creio eu, cai nessa categoria. Todo jogo de RPG estimula a leitura, a pesquisa, a criatividade, o raciocínio, entre outras coisas. E é claro, é uma ótima forma de socialização! =)
Obrigado por comentar Doom Rabbit!Também concordo com você! Todo RPG consegue incentivar toda essa multidisciplinaridade.
Como dito antes, esse texto vale para qualquer RPG. A intenção, me parece, é lembrar que o D&D 4th ainda se pretende um RPG, e não um jogo de tabuleiro.
Concordo com o Doom Rabbit… não é algo apenas inerente ao D&D… já pesquisei muito para narrar campanhas de Vampiro/Lobisomem Dark Ages… para montar cenários de aventuras medievais… para Montar campanhas de GURPS!!!Não temos como tirar o lugar do D&D como o primeiro RPG…. e antes que alguém fale qualquer coisa… sim eu gosto da 4 edição de D&D… e antes que falem que ele virou um WARGAME…. eu gosto de WARGAME e como sempre digo a interpretação é inerente ao jogo… nas minhas mesas você vai ver muita interpretação e WARGAME!!!! não aguenta WARGAME… vai fazer teatro…. (brincadeira….)
Obrigado por comentar Leonardo.Eu sempre defendi que nenhum RPG pode ser RPG se não tem interpretação e se em qualquer RPG que você jogue, principalmente D&D, não estiver havendo interpretação, o problema não é do jogo.Eu não sou fã de wargames (só D&D), mas adoro jogos de tabuleiro e sempre que posso, gosto de jogá-los interpretando, é o caso por exemplo de Arkhan Horror, The Fury of Dracula, Shadows over Camelot e tantos outros.Curti esse artigo escrito pelo Shido Vicius no .20 | http://migre.me/dxt5 | e curto juntar conceitos.
Obrigado pelo comentário Hentges.Embora ainda possa se ver elementos de jogos de tabuleiro na 4ª edição, dizer que não se interpreta é desculpa pra tarrasque dormir. Há quem tem preguiça de interpretar e há aqueles que até em War interpretam, tudo depende da boa vontade.