Mike Shea escreveu para a Sly Flourish, os quatro princípios básicos para desenvolvimento de regras caseiras, as famosas house-rules.

Há quem defenda que “absolutamente ninguém” joga qualquer que seja o RPG sem fazer alguma modificação em alguma regra ou mesmo não crie alguma para suprir uma “brecha” que o sistema possui e para alguns grupos alguns sistemas não possuem simples brechas, eles possuem verdadeiros cânions que de tantas regras caseiras, se tornam irreconhecíveis.

Eu acredito (e acho que todos os sensatos narradores) que as regras caseiras têm que, não somente cobrir uma situação que as regras oficiais não cobrem, mas também manter o equilíbrio nas regras (quando o sistema que se utiliza objetiva o equilíbrio, é claro).

Então vamos aos princípios que o Mike Shea sugere.

Mantenha os objetivos claros

Se uma regra precisa ser modificada de alguma forma, simplesmente omitida ou ainda adicionada, é bom manter um registro do motivo pelo qual se está adotando essa regra caseira, pois ela precisa ser concisa e clara. Perguntem-se sempre quais as conseqüências da adoção dessa regra na sua mesa e como ela impactará no seu jogo.

Mantenha as regras simples

Algumas regras são adotadas para adicionar um nível maior de complexidade ao jogo ou justamente para proporcionar o efeito contrário, diminuir essa complexidade. A regra em si não deve ser complexa e deve ser de fácil entendimento e precisa ser de fácil implantação, caso contrário a regra caseira tende a um inevitável fracasso.

Regras da casa do lado do narrador

Algumas vezes é possível testar uma regra caseira sem que os jogadores saibam e muitas vezes isso é o mais fácil de fazer durante uma sessão. O importante é que a regra traga para a mesa situações mais desafiadoras e, é claro, muito mais divertimento para o grupo. O teste não precisa ser anunciado, principalmente por gerar alguns conflitos nas mesas, como eu tenho visto por aí.

Mantenha a compatibilidade

Essa regra, embora óbvia, é do tipo que precisa ser dita! Se estiver desenvolvendo uma regra caseira para o D&D 4ª edição, lembre-se de mantê-la compatível com o resto do jogo.

Como um exemplo prático, se numa mesa o narrador desejar não usar os pulsos de cura, os poderes de muitos personagens será dramaticamente afetado e isso tornaria uma boa parte do material da quarta edição incompatível e seria necessário repensar tudo aquilo que deixou de ser compatível (pense num trabalho!).

Contudo, as regras caseiras são necessárias e embora alguns digam que TODAS AS MESAS TÊM AS SUAS, eu digo que tenho jogado a boa e nova quarta edição sem adotar nenhuma (até o momento), pois o sistema me tem suprido as minhas expectativas até o momento.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.