Dando continuidade a série sobre compassos narrativos, inspirado quase literalmente traduzido do Ravenloft Dungeon Master Guide, vamos falar hoje sobre o “Compasso Narrativo – Poço“.
Nesse tipo de compasso narrativo, os encontros começam e permanecem em níveis baixos até que subitamente um grande perigo se apresenta aos personagens, quase como se o chão tivesse sumido de seus pés. O narrador deve trabalhar os encontros de forma que o encontro de nível alto seja inesperado e os tire da situação de conforto que estavam até o momento.
Quando for desenvolver uma aventura com esse compasso narrativo, pense os níveis de encontro baixos o suficiente para não significarem uma ameça real. Encontros três ou quatro níveis inferiores ao grupo são um bom começo. A quantidade de encontros de baixo nível cabem exclusivamente ao narrador, mas quando a grande ameaça surgir os personagens devem estar próximos da força total, sem ter consumido grande parte de seus recursos. O nível de encontro no ponto de crise deve ser nitidamente superior aos anteriores, sendo pelo menos dois ou três níveis superior ao nível do grupo.
Alternativamente, o mestre pode decidir fazer o encontro apenas um nível acima do nível dos personagens, caso ele tenha ainda vários encontros planejados. Para deixar os personagens realmente aterrorizados, o encontro no ponto da crise deve ser planejado com quatro ou mais níveis acima do nível do grupo – isso pode ser realmente assustador – mas só faça isso se o grupo tiver uma rota de fuga ou ainda o encontro lhes dê a possibilidade de encontrar uma fraqueza no inimigo, pois essas retiradas forçadas trazem grande satisfação para os jogadores quando eles podem encontrar uma fraqueza do inimigo e retornar mais tarde para clamar a vitória.
Após o ponto de crise, os níveis de encontro retornam para os níveis altos, mas em níveis que se possa sobreviver, talvez um ou dois níveis acima do nível do grupo e então permanecer fixo até o fim da aventura.
A epítome de uma aventura com o compasso narrativo Poço é aquela que eles são emboscados, capturados e tem que fugir de seus captores depois de serem despojados d
e seus bens. Alternativamente, os heróis podem descobrir que o vilão menor que eles pensavam estar lidando é na verdade um servidor de um inimigo muito mais poderoso.
Exemplos de Aventura com Composso Poço
Das Sombras: Após um encontro desastroso com um cavaleiro sem cabeça espectral, os personagens são mortos, ou pelo menos é o que eles pensam. Porém, eles acordam e descobrem que não são nada além de uma cabeça animada na prateleira de um lich que vem estudando cuidadosamente seu progresso há anos. Seus corpos sem cabeça estão próximos, reduzidos a servos estúpidos.
Poderão os personagens sem cabeça conseguir uma forma de se recuperarem e escapar?
O Outro Lado: Os personagens, devido uma estranha maldição mágica, são levados para o plano “quase etéreo”. Agora, eles tem que lutar contra criaturas incansáveis e as memórias tangíveis de horrores antigos a medida que tentam escapar desse local para o mundo material, antes que o mundo dos espíritos clamem suas almas para sempre.
Nossa, assustador! Mas acho que já sofri isso em uma de suas aventuras!