Saudações, nobres aventureiros.

Na semana passada (foi bem difícil sentar-me e fazer o reporte da última sessão), joguei a segunda sessão da aventura MCMLXXV, que fiz um breve reporte neste artigo aqui.

Apenas um dos jogadores não pode comparecer e com um pequeno atraso começamos uma sessão com características e decisões dos jogadores que me surpreenderam. MUITO.

Todos os membros do grupo entraram na caverna para tentar ajudar o guerreiro Brandon, que poucos momentos antes fora levado para dentro por um ogro, podendo inclusive já estar morto.

Todo o grupo avança para dentro da caverna, com uma tocha sendo segurada por Morddigan, o mago, que em sua outra mão segura uma adaga.

Quando cruzam a entrada de um salão amplo e imundo, Tirion é golpeado violentamente por um golpe da clava do ogro, que já os esperava e conseguiu surpreendê-los. Recuperado do golpe, todos entram em formação, cercando o ogro e combatendo-o com tudo que eles tinham.

Valerie, a elfa ladina (nesta sessão interpretada pela Tamires), afasta-se um pouco e começa a disparar suas flechas, uma péssima ideia quando tantas pessoas cercam o seu alvo principal. Seu primeiro ataque errou o alvo pretendido, mas acertou Robin, a halfling ladina, colocando-a a nocaute. Seu segundo ataque também errou (1 no dado), acertando automaticamente Morgan, que também tombou.

Brandon, que estava desmaiado, se recupera e parte para a luta, mas os potentes golpes do ogro o levam a nocaute. Fica então à cargo de Morddigan com sua adaga, Tirion com sua espada bastarda, Arthur com a sua maça e Valerie com seu arco, derrotar o grande ogro.

Um ogro não muito feliz.

Após a luta, Morgan e Robin ainda estavam vivas, contudo, Brandon havia caído a -2 pontos de vida, deixando-o morto. Tirion tentou reanimá-lo, e em um dado momento, após verificar que todos os seus esforços haviam falhado, o jogador que o interpretava virou para mim e disse que faria qualquer coisa possível para trazê-lo de volta a vida e eu argumentei que a morte do personagem era natural, mas o jogador insistiu.

Bancando o gênio que distorce pedidos (avisei isso aos jogadores), perguntei novamente se ele estava disposto a sacrificar alguma coisa para trazer o companheiro dos mortos (o que poderia ser interpretado não necessariamente como uma ressurreição) e mais uma vez ele foi categórico.

Jogue 2d6. O dos elfos e o de Cthulhu. O dos elfos determinará um de seus atributos. O de Cthulhu representará a quantidade de pontos que você perdeu naquele atributo.

O jogador jogou os dados, obtendo respectivamente 4 e 1, ou seja, perdeu apenas 1 ponto em Inteligência.

Me virei então para o jogador que havia “perdido” o seu personagem e pedi que ele jogasse 1d6 para determinar qual atributo ele perderia 2 pontos (a margem negativa pela qual seu personagem morreria) e ao obter um resultado igual a dois, Brandon perdeu dois pontos em Destreza.


Esse gesto de altruísmo do jogador me fez ponderar sobre alguns aspectos do jogo que não está muito em voga recentemente e que vou abordar em outras elucubrações.


Após coletar os tesouros da caverna, os personagens saem da caverna (não a explorando toda) e com três personagens com apenas 1 ponto de vida e outros ainda feridos. Eles acampam e tem a chance de retornar para a cidade com uma caravana de mercadores que passam por eles (um encontro aleatório).

Após muito tempo de conversa, eles decidem que alguém deve voltar para a cidade e fica decidido que Robin deve retornar com uma parte do tesouro para que pudesse vender.

Eu havia dito aos jogadores no início da sessão anterior as formas que eles tinham de ganhar experiência e que a principal era levar tesouros para a cidade e converter esses tesouros em moedas de ouro, mas ao que parece, ninguém se lembrava disso. Deixei a história seguir.

Quando a halfling ladina se preparava para retornar a cidade, subitamente mudou de ideia, acreditando que deveria seguir viagem com os demais membros do grupo e assim fez.

Só lembrei aos jogadores a forma como eles, individualmente, perderiam experiência ao deixar a ladina levar e vender seus achados, após o fim da sessão. Ouvi alguns respirarem aliviados.

Ainda machucados, mas com garra e determinação, eles continuam a viagem, cruzando o desfiladeiro por uma ponte feita com o tronco de uma árvore e encontram uma casa ou galpão em ruínas, onde encontram potes de conserva e algumas moedas de prata.

Continuando o caminho, se deparam com um trecho da floresta cheia de teias de aranha bloqueando a trilha, mas passam e uma sensação de serem vigiados se intensifica e toma forma quando aranhas do tamanho de cães de porte médio se lançam sobre eles.

Aranhas na teia.

Picado e envenenado por uma das aranhas, Morddigan fica estático e pela liderança de Tirion, todos correm, fugindo o mais rápido possível das aranhas. Mais a frente, são atacados por uma aranha gigante, mas conseguem defender-se e matá-la sem que outros sofram ferimentos.


Como eu havia dito aos jogadores no início da aventura, cada criatura morta concede uma quantidade de experiência igual aos seus pontos de vida, uma quantidade muito baixa e quem nem sempre vale o risco. Sabiamente, um dos jogadores resolveu correr das aranhas, conseguindo mantê-las a distância e não se arriscando em um combate inútil.


A segunda sessão narrando Swords & Wizardry foi um sucesso e os jogadores e jogadoras me impressionaram bastante pelas suas escolhas e pela forma como estão participando. Embora alguns nunca tenham jogado, estão interpretando seus personagens de forma magistral.

Na próxima sexta-feira (21/07) teremos a nossa terceira sessão e postarei os resultados da sessão.

Até a próxima.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.