Continuando a leitura do Numenéra, chego a descrição das classes, que começa com o desenvolvimento de uma sentença que descreverá o personagem. A sentença é escrita na forma:

Eu sou um [insira um adjetivo] [insira um substantivo] que [insira um verbo].


Na sentença, o adjetivo é chamado de descritor, o substantivo é o tipo (classe de personagem) e o verbo é o focus do personagem.

Em Numenéra existem apenas três classes, ou tipos de personagens: glaive, nano e jack. A princípio considerei este número muito pequeno, no entanto, cada uma das classes está muito bem representada.



Os glaives são os guerreiros, que podem valer-se de sua força ou rapidez para realizar suas proezas. Os nanos são os magos, feiticeiros, etc., que manipulam as forças invisíveis (nano robôs) para criarem feitos fantásticos. Os jacks são os faz tudo do cenário e são equivalentes aos ladrões de outros rpgs. 

Cada uma das classes possui uma distribuição inicial particular de seus valores de atributos (might, speed e intelect), além de mais seis pontos que podem ser distribuídos da maneira que o jogador desejar.

Na descrição de cada uma das classes, também é fornecido os valores de effort, características especiais (edges), número máximo de cyphers que o personagem pode carregar sem gerar efeitos desagradáveis, entre outras informações, como as habilidades ganhas em cada nível.



Com o substantivo escolhido – que é a base do personagem – passamos para a escolha do adjetivo, ou descritor. O descritor é escolhido a partir de uma lista com doze opções. 

Cada descritor fornece especializações ao personagem, de forma que um personagem clever ganharia +2 no atributo Intellect, enquanto um personagem graceful ganharia +2 no atributo Speed. Além disso, é fornecida uma lista de perícias nas quais o personagem é treinado, bem como sugestões de como o personagem pode se envolver em sua primeira aventura.

O focus ou verbo, é o que torna o personagem único. Estes focus concedem benefícios quando os personagens são criados e quando evoluem. Um exemplo de focus seria Murders, que customizaria o personagem como um assassino, fazendo-o mais hábil em ataques furtivos por exemplo.

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Meus antigos jogadores costumavam dizer que criar um guerreiro é muito mais fácil, de forma que fornecerei abaixo a descrição de um guerreiro criado para Numenéra.

Vellethel é um glaive durão que domina armamentos.

Vellethel é um glaive, isso quer dizer que ele começa o jogo com Might 11, Speed 10 e Intellect 7, podendo distribuir 6 pontos da forma que desejar.

Como eu quero ser um glaive durão, aloco 4 pontos em Might (15) e 2 pontos em Speed (12), ficando com Intellect nos mesmos 7 pontos.

Todos os personagens jogam 1d20 em uma tabela de conexões, ou podem escolher. Jogo o d20 e obtenho 3: você era o leão de chácara de uma taverna e os donos ainda se lembram de você. Poderia ser melhor, mas tudo bem. 

Continuando, o effort do personagem é igual a 1 e os edges são: Might 1, Speed 1, Intellect 0. Vellethel pode usar até dois cyphers por vez e sabe usar qualquer arma, mas sem especializações (ainda). Ele também é treinado em uma perícia física, sendo que vou escolher climbing.

O personagem começa com alguns equipamentos e duas habilidades especiais escolhidas em uma lista de cinco. Delas escolho Trained Without Armor que diz que sou treinado em ações de defesa de speed, quando não estiver usando armaduras e Bash, que custa 1 ponto de might e permite que um golpe com a empunhadura da espada deixe o alvo atordoado por 1 rodada, tornando as jogadas realizadas por ele 1 passo mais difícil.

O personagem é durão, então ele é resilient (+1 na armadura), healthy (+1 ponto recuperado nas jogadas de recuperação), skill (treinado em ações de defesa de might), inicia o jogo com uma arma leve adicional, e pode escolher (ou jogar) entre quatro opções de como ser introduzido na primeira aventura.

O personagem domina armamentos. Isso concede ao personagem, no primeiro nível, um bônus de +1 no dano com uma arma escolhida. Além disso são oferecidas sugestões para efeitos menores e maiores (quando o personagem obtêm 19 ou 20 nas jogadas de ataque), assim como conexões, arma extra e descrições de como seriam os efeitos visuais de determinados esoteries, ou feitiços, que se assemelhariam a armas de força, etc.

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A criação de um personagem em Numenéra é extremamente rápido, principalmente quando você consegue definir com antecedência o tipo de personagem com o qual deseja jogar.

Evoluindo, ou como os personagens de Numenéra passam de nível


Os personagens em Numenéra evoluem descobrindo coisas. São estas descobertas que concedem experiência.

A cada 4 pontos de experiência, o jogador pode escolher comprar uma habilidade de uma lista, mas só pode comprar uma habilidade uma única vez por nível. Sendo assim, o personagem pode aumentar um atributo em +1, adicionar +1 no edge de qualquer um dos três atributos, aumentar o effort em +1, treinar uma perícia que não seja de ataque e defesa, ou adquirir uma nova perícia.

Contando como adquiri uma nova perícia, o jogador pode reduzir o custo por vestir armadura, adicionar 2 as rolagens de recuperação. Se for um glaive o jogador pode escolher um fighting move, se for um nano pode escolher uma nova esotery e se for um jack pode escolher um novo trick of the trade

No entanto, o mais legal do Numenéra é que a experiência pode ser utilizada em muitas ocasiões como elemento narrativo. Por exemplo, a qualquer momento, o mestre do jogo pode inserir uma complicação para um dos personagens e conceder-lhe 2 pontos de experiência, sendo que o jogador deve imediatamente passar 1 ponto de experiência para outro jogador e justificar o presente. 


Caso o jogador não deseje a intrusão do mestre, ele pode gastar 1 ponto de sua experiência para negar a intrusão. Caso o jogador não tenha experiência para gastar desta forma, ele não poderá negar a intrusão do mestre.


Caso o personagem, em uma jogada, obtenha 1 no dado, o mestre faz uma intervenção sem conceder XP ao personagem. 

Além disso, o jogador pode gastar 1 ponto de XP para refazer uma jogada, ficando com o melhor resultado.

Outros benefícios podem ser ganhos, ao gasto de dois ou três pontos de experiência e podem incluir uma série de benefícios narrativos, como por exemplo, a chance de conseguir que cartas sejam interceptadas em um determinado local para que ele tenha alguma vantagem.

Estes aspectos do sistema me deixam realmente empolgado com o sistema e confesso, me fazem morder a língua em relação as minhas expectativas em relação ao livro.

E vocês? Estão lendo o Numenéra? 
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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.