Apenas reproduzindo algumas das pérolas que encontrei no fórum do Burning Wheel. O texto a seguir foi escrito pelo próprio Luke, e você pode também conferir um questionário deste já preenchido. Ah, ele também está presente no Adventure Burner.
O termo “Mundo” como usado abaixo não se refere especificamente ao mundo todo. Ele pode se referir ao país, montanha, cidade, masmorra, vila, ou até mesmo o mundo, qualquer que seja o lugar que seu conflito está acontecendo.
- Qual é a Grande Cena? O que está acontecendo neste cenário que o torna perfeito para aventura? O que está mudando, evoluindo, decadente?
- Qual é a cultura do mundo? Quais são os análogos culturas? Os análogos podem ser tirados da história, de eventos atuais ou de trabalhos de fantasia.
- Qual é o conflito que os personagens estão envolvidos? Quais são os lados? O que tem de errado?
- Em que espaço físico o conflito ocorre? Qual a ecologia, ambiente, lugar?
- Qual é o nome do lugar mais importante do cenário? Não a capital ou qualquer merda besta como isso, mas qual O LUGAR onde toda a ação acontece?
- Qual o nome de um lugar distante que as pessoas contam histórias, sonham ou murmuram sobre?
- Quem são os antagonistas? Quais os objetivos conflitates destes personagens?
- Imagine todos os personagens dentro de uma sala/ruína/campo frente a frente com os antagonistas ou seus lacaios. O que os antagonistas querem desta reunião? O que os personagens querem desta reunião? É aí que o jogo vai começar.
- Alternadamente, imagine os personagens em uma cena de uma grande catástrofe ou calamidade causada claramente por um dos antagonistas. Qual é o disastre? Como aconteceu? O que os personagens vão fazer sobre isso agora mesmo?
O restante das perguntas são relacionados ao sistema e não são tão relevantes.
Mais algumas dicas que podem ser úteis no planejamento das sessões, retirada de um excelente tópico de um GM preocupado em não fazer railroad:
Não se preocupe com a história. Se você tem uma situação pressionando os personagens a agirem e engajando os jogadores então o seu trabalho é apenas pressionar suas crenças. O resto vai acontecer. Quando você terminar, você vai ter uma história em algum lugar entre os escombros.
Se você quer evitar o railroad, apenas não se invista emocionalmente em nenhum resultado ou direção, e tenha certeza de que tudo que você faz como GM é inspirado pela:1) Ficha dos personagens jogadores.
2) Ações dos personagens.
Se você fizer isso, vai rolar tudo bem.
Valeu Judd!
Evitar o railroad me revelou um novo tipo de diversão.Essas dicas são preciosas!
Ainda não consigo evitar completamente o railroad, mas estou tentando. Gosto de focar as histórias nos personagens, de ver as consequências e conflitos e como eles reagem aos problemas e situações, mas eles sempre querem fazer parte de algo maior, e sempre me cobram isso. Daí procuro bolar cenários, situações e crises para guinar a campanha, mas sempre me baseando no que eles fazem, uma espécie de “ilusionismo ao contrário”, hehe.Por exemplo, preciso que os PJs da campanha que reporto no meu blog saiam do reino onde estão, porque outra campanha mais antiga está no meio de uma guerra (que acontecerá oito meses depois, por causa de uma coisa que os PJs dessa primeira fizeram), e pode dar conflito de eventos. Daí vou tentar fazer isso acontecer com alguns problemas estritamente a ver com os personagens (um ente querido vai ser preso e levado a uma prisão em outro reino, e eu acho que eles vão querer ir atrás).Esse modelo aí em cima parece a forma de criação de campanha que eu uso (pense em um cenário cheio de problemas, jogue os PJs nele e resolva as consequências e crie problemas, aliados e antagonistas de acordo com o que eles fizerem), mas bem estruturado. Mostra aí um exemplo de como você faria a sua campanha de Burning Wheel nesse esquema!
Salve Daniel!Eu sou da opinião que time que está ganhando não se mexe, então se o pessoal está se divertindo e ninguém reclamou de nada, você está fazendo um bom trabalho. A menos é claro que isso esteja te deixando insatisfeito, nesse caso é válido procurar uma alternativa (era esse o meu caso).No exemplo de actual play que você deu, me permite dar uma sugestão? Por que você não explica isso para os jogadores e pergunta o que eles acham de mudar o local do jogo para evitar este conflito entre as campanhas? Acho que muito provavelmente eles não vão ver nenhum problema, ou então talvez eles prefiram fazer um “fork” na história como um universo alternativo. Pode ser uma boa solução, colocar as cartas na mesa e dividir a decisão com todo mundo. Afinal, está todo mundo jogando. :-)Eu cheguei a responder o questionário da vez que tentei jogar o BW, mas não anotei em lugar nenhum. De qualquer forma não foi muito pra frente e tinha alguns problemas, então talvez seja legal como exercício tentar responder novamente.
É, geralmente quando faço esses brains, funciona. Vou tentar 😛
Agora troca o “Wheel” por “Empires” e metade desse trabalho vai pros jogadores 🙂
Acho que até mais do que a metade 😀