Quando passei a me interessar por RPGs mais dramáticos, reparei o quanto os críticos em testes me desagradam. Não somente as falhas críticas, como também os sucessos críticos.

A maior parte dos RPGs são personagens sendo heróicos, sobrepujando desafios incríveis e superando dificuldades. Por isso mesmo, é meio idiota que no meio de um combate sem importância o melhor arqueiro dos reinos tire 1 no dado e acerte a flecha em seu pé. Mais ninguém acha isso forçado e desconectado do resto do gênero? Seu personagem heróico subitamente se transforma em um palhaço, para ser motivo de chacota, por um resultado no dado que o jogador não teve culpa nenhuma.

Por outro lado, os acertos críticos acontecem nos livros e histórias que conhecemos, mas no geral são os momentos dramáticos em que algo extremamente difícil é feito com perfeição pelo personagem que são descritos. O que novamente vai totalmente contra o “crítico aleatório” dos RPGs tradicionais, onde você pode acertar um tiro impossível em um mero goblin no meio de outros 30, quando esse tiro seria muito melhor aproveitado se tivesse sido mirado no líder ou no big-bad-boss da batalha seguinte.

Sou completamente a favor de sistemas como o Fate, que funcionam através de graus de sucesso e cujo personagem pode se esforçar para tentar conseguir um grau de sucesso maior quando é mais necessário e dramático na história. Isso gera situações e momentos muito mais interessantes do que um simples “rolei 20! dano dobrado!”.

Como sempre, eu não estou dizendo que os críticos deviam ser banidos de todos os sistemas e que todo mundo se divertiria mais sem eles. É incrível que eu ainda precise ficar explicando isso em todo artigo meu para não ser mal-entendido.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.