D&D é a “cola” do meu grupo

Por quase três anos mantive-me afastado de CA, AdO, Poderes Sem Limites, Por Encontro e Diários. Pulsos de Cura, Dragonborns e o que valha. Forgotten Realms, Ravenloft e tantos outros reinos.

Recorri a retroclones de D&D, sistemas obscuros e muito interessantes, com os quais aprendi muito e com isso fui ganhando a cada nova tentativa a alcunha de playtester e um a um fui perdendo o grupo com quem partilhei mais de 15 anos de aventuras.

Há quem diga que um dos grandes problemas que conspiram para a separação de um grupo é a tríade crescimento/amadurecimento/necessidade que cada um temos e que nos afasta dos amigos e nos faz, enfim, um dia entender que jogar RPG é só um hobbie e nada mais.

Há quem diga que as reuniões semanais, mesmo que seja somente para jogar conversa fora, tem no RPG apenas uma desculpa para manter a reunião regular, mas infelizmente, nenhum desses problemas é limitante para o meu grupo ou ex-grupo, nem sei o que falar. A verdade, é que quando deixamos de jogar o D&D 4E, que tanto empolgou os jogadores, foi como se tivesse jogado água quente na junção que até pouco tempo estava colada com super bonder.

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A cola se foi e ficaram as lembranças…

Até que um dia, nostálgico e com crises de abstinência, resolvo passar mais um pouco de cola sobre o grupo e eis que quase instantaneamente, ele se recompõe. Voltarei a jogar D&D 4E buscando elementos que me agradem e que tornem a experiência dos jogadores única e no entanto, fico com aquela sensação de que algumas vezes o mestre é refém dos jogadores.

Mas que seja, o importante é divertir-se. E vocês, caros leitores? Seu grupo tem algum sistema que serve como a “cola” que mantém o grupo unido? Sim? Não? Qual?

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Visualizar Comentários (12)
  1. Acho que meu grupo não tem cola. Aliás, eu não tenho um grupo padrão. Cada campanha acaba sendo com pessoas diferentes. Apesar de algumas se manterem. Acho que se houvesse alguma cola, seria a possibilidade de jogar alguma coisa que agradasse a todos ao mesmo tempo. O que é difícil. Daí a troca de pessoas.Aliás, um grupo que eu teve que durou um bom tempo se rompeu justamente por causa do D&D 4e. Eles achavam que demorava muito, e que tinham muitas opções poderes e coisas a se utilizar.

  2. Jairo "M4lk1e" Borges Filho

    Existe algo assim no meu grupo, também – só que com Lobisomem: o Apocalipse.Não sei se pode haver aqui uma única “razão” para este tipo de conduta, pois creio que isso varia de um grupo para outro.Eu nunca me prendi muito a um ou outro sistema (meu contato com AD&D foi fantástico enquanto jogador, ao passo que as edições mais novas me frustraram como Narrador, e hoje as evito). e tenho sempre o desejo de experimentar jogos novos. Entretanto, na condição de “preferido”, Lobisomem me inspira confiança para narrar, ao mesmo tempo que me conduz a muitas lembranças boas…

  3. Jairo "M4lk1e" Borges Filho

    Me identifico bastante com a tua condição, Diogo. Rotatividade é uma constante por aqui, um lugar onde não há mais que dois ou três grupos de jogo (se houver mais, estão muito bem escondidos). Mas, no meu caso, o Lobisomem ainda torna-se o “cartão de visitas” do hobby. Muitos amigos começaram a jogar comigo, neste cenário – seja porque eu o escolho para jogar, ou somente porque o livro em si chama sua atenção (true story). É algo que, no meu caso, flui naturalmente.

  4. Meu grupo, antes de ser um grupo de RPG, é um grupo de velhos amigos (e irmão e esposa) que se reuniriam pra jogar até pedra na lua. Então não tem um sistema que cola, e sim muitos que “descolariam”. Por exemplo, D&D 4E nem pensar (mas isso eu compartilho, hehehe). Porém, certos sistemas que quero testar, geralmente encontro narizes torcidos. Assim, acaba sendo bom e ruim.

  5. George Gomes

    A cola no meu grupo também é a amizade de anos a fio.Vetamos um ou outro sistema, mas somos bem ecléticos no que jogamos.

  6. Meu grupo topa jogar de tudo, mas a maior empolgação deles é jogar um “D&D-like”. Atualmente jogamos um Dark Sun 4e e é impressionante o quanto o D&D os atrai para a mesa.

  7. Sidinei Lander da Silva Pereir

    Saudações, Leone!Quando terminei de digitar meu comentário, fechastes os comentários em teu post http://www.forjarpg.net/2013/04/a-osr-e-otima-mas-nao-pra-mim/razão pela qual me vi obrigado a colocar aqui meu comentário, espero que não te importes…Li atentamente teu post e não poderia deixar de manifestar-me acerca do assunto tratado por ti em tão caudalosa lauda!Solidarizo-me para com tua pessoa e mais ainda, atrevo-me a dizer: somos irmãos nos sofrimento!Explico-me: enquanto tu penavas para tentar adequar-te a um “sistema sem regras”, eu de minha parte suava sangue para tentar minimamente conseguir usar as regras do sistema!!!WHAT??? – indagarás…Meu grupo sempre foi da linha mais interpretativa do RPG (mais ROLE do que PLAY), tanto que a principal regra era: não há regras… Imagine o caos que isso causava na mesa…E eu nunca fiz muita questão de perder tempo com regrinhas inúteis, pois meu principal objetivo era narrar uma boa história e fazer meus players se divertirem!Então, níveis eram uma mera referência sem muito valor como recompensa de fato como ocorrem em um jogo “normal” de D&D.O jogador queria uma arma mágica? Pegue!Quer um artefacto sagrado? Leve!Quer comprar algo? Não se preocupe, tu tem dinheiro pra isso é claro!Montaria? Todo mundo nasce sabendo montar, nadar, lutar…Ambidestria? Isso é muito natural e comum!E por aí vai…Em compensação…O “nível de desafio” era sempre “homicida-suicida”!Tipo: Monstros desintegradores de corpos, vampiros de almas ou musgos que drenam vida, tudo isso rolava logo nos primeiros episódios das campanhas (encarar um Wifern gigante no primeiro nível era quase um rito de iniciação do grupo…)Orcs? Só se fossem na casa do milhar, do contrário, nem pensar!Zumbis? Eles degustavam litchs no café da manhã, almoçavam Over-Lords e jantavam Dragões Arcanos! E nem me perguntem o que eles comiam na ceia!!!!Mas foda mesmo era rolar os combates…Sempre esquecia de rolar a Iniciativa, aí era um deus nos acuda e cada um por si!Estratégia? Isso é pra quem não dispõem de poder em nível épico (em nossas campanhas, coisa de 3º nível), claro que os inimigos naturais eram de ranking divino…E agora me pergunte qual era o cenário.É, o velho Forgotten Realms.A campanha era um tour por Faerûn com missões fornecidas por Elminster e o grupo vivia às turras com Cyric e seus lacaios…Conheci o mais profundamente que me foi possível a história, a geografia, a sociedade, a política, a economia, as religiões e a cosmogonia de Aberil!E o que os livros não explicavam, eu conseguia extrapolar por dedução.Mas as regras?Bom isso nunca foi muito uma preocupação para mim…Claro que haviam os “advogados de regras” sempre há…Vinham com seu conhecimento arcano de mil e um livros e pdfs baixados da WEB.Queriam isso e aquilo e aquele outro porque no suplemento tal dizia que podia e as regras permitiam… blá-blá-blá-blá…Tudo bem. Façam como quiserem. Aí eles se armavam como se fossem os próprios Mestres-das-Armas e eu mandava o Tiamat em cima deles…Detalhe: Tiamat em versão turbinada com duas dúzias de poderes extras (inclusive um que eu adorava usar: auto-clonagem por visão (se fossem dois adversários, seriam dois dragões, se fossem quatro adversários, quatro dragões e assim sucessivamente…)Por algum motivo desconhecido meus players me apelidaram de “Mestre Psicopata”…Resumo da ópera: regras não são importantes, amigo! A diversão é que é!!!!Nunca apliquei nem um quinto das regras do sistema em meus jogos, mas obtive sempre (ou quase sempre) o resultado esperado: PLAYERS FELIZES!!!E se consegui isso ao menos uma única vez, já me considero realizado como Mestre.

  8. Cola? Acho que o adesivo que unia meu grupo (agora espalhado, literalmente, aos setes ventos), era a camaradagem e o hábito prazeroso de nos encontrarmos todos os sábados para jogar ALGUMA coisa, QUALQUER coisa. Jogamos muito, experimentamos muito (embora houvesse quem torcesse o nariz para certos sistemas ou gêneros) e nos divertimos muito.Agora não sei, vou ter que começar de novo, com outras pessoas – me parece algo como namorar de novo depois do fim de um longo relacionamento (quase vinte anos!).

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