Em Biskupin – uma vila cheia de aventuras, apresentei brevemente a vila e alguns de seus habitantes. Neste artigo contextualizo a vila dentro da campanha em construção e apresento algumas possibilidades de aventura envolvendo a chegada de um grande grupo à vila.


Os nomes apresentados aqui são de origem polonesa. De acordo com a concepção do cenário, ao longo de vários anos, inúmeras pessoas chegaram a essa estranha terra, sendo uma grande parcela deles romenos e poloneses, que foram nomeando suas feições geográficas tais quais em sua terra natal.

A moeda corrente é o denário (moeda de prata), embora poucas circulem nessa região, cuja economia gira em torno do sistema de trocas.

Originalmente, os personagens desta campanha são a tripulação da Nau Paraíso, que partiu de Portugal com a armada de Pedro Álvares Cabral em 1.500 rumo às Índias, mas a embarcação levava grandes segredos, tendo sido preparada para levar mais gente (300 ao invés das 200 de costume) e mulheres, que compunham a maior parcela da tripulação (225 de 300).

Quando naufragaram na costa dessa região, em uma área de falésias, perceberam que as estrelas no céu eram diferentes, sugerindo estarem em outro local (outro hemisfério talvez?).

Um dos maiores desafios foi retirar os sobreviventes e a carga, levando-a para a praia, cujo local seguro mais próximo ficava a alguns quilômetros do local do naufrágio, o que também propiciou aos tripulantes um encontro com criaturas necrófagas similares a peixes — isso mexeu com o psicológico de alguns membros da tripulação.

Enquanto uma parte do grupo movimentava as cargas de suprimentos para fora da embarcação, outros aventuravam-se pelo local na tentativa de encontrar abrigo, tendo encontrado os restos antigos de uma estrada com sinalizações em romeno e uma vila abandonada.

(A) Local do Naufrágio; (C) Primeiro acampamento na ilha; (3) Vila abandonada. Cada hexágono possui 1,8 km de face a face.

Seguindo pela esquerda, na área das falésias, é possível chegar até a desembocadura de um rio, mais precisamente o rio Brda, que leva até a vila de Biskupin.

(7) Vila de Biskupin; (B) desembocadura do rio Brda.

Na vila, apenas a margem esquerda está ocupada, mesmo assim algumas casas estão abandonadas. Toda a parte na margem direita do rio está desocupada e com as casas em mau estado, mas podem ser recuperadas em poucos dias.

No contexto da campanha para a qual este cenário foi desenvolvido, inúmeros conflitos podem se desenvolver a partir da descoberta da vila pelos náufragos ou dos náufragos por algum dos habitantes da vila.

Os náufragos estão aos poucos explorando a região, e na falta de abrigos melhores próximo a costa, a decisão de ir para a vila abandonada parece óbvia, fazendo com que eles sigam pela estrada (da direita para a esquerda) e eventualmente chegando ao rio e a vila, seja pelo lado abandonado ou não.

Como essa exploração pode ser feita em pequenos grupos (até mesmo por um único indivíduo), chegar à vila não será um grande desafio, mas travar um diálogo com os locais, possivelmente, exclusivamente pela barreira linguística, embora pelos próprios antecedentes dos personagens, possa haver algum que fale polonês entre eles, ou algum local pode falar português ou romeno.

Superada a barreira linguística, temos a situação dos números. Se você mora em uma pequena vila, com cerca de 150 habitantes e de repente percebe que quase o dobro de pessoas se estabelecem próximo, ou até mesmo queiram se estabelecer no local, tensões podem escalar rapidamente, embora exista muita margem para diplomacia e negociações.

Os suprimentos dos náufragos podem escassear rapidamente, por isso eles precisam encontrar terras que sejam cultiváveis e começar a produzir antes que a fome os forcem a agir de formas mais brutais.

Os diferentes biomas da região podem garantir o sustento de todos, mas isso exigirá líderes interessados no bem estar coletivo e os impactos imediatos da chegada de um grande número de pessoas a um local trazem inúmeros desafios.

Como cada um dos personagens apresentados no artigo anterior reagiriam a chegada dessas pessoas? Elas veriam ali uma oportunidade de crescimento? Os veriam com esperança ou com medo?

Que tipos de aventuras essa interação entre diferentes culturas poderiam originar? Caso a barreira linguística não pudesse ser vencida, como eles se comunicariam?

Deixem suas sugestões nos comentários. Elas são muito importantes e me permitem aprender como outras pessoas lidariam com a situação.


Esta vila faz parte do cenário da campanha Nova Éden, que comecei a mestrar utilizando o sistema de regras Mythras, cujas regras rápidas foram traduzidas pela Macaco Dumal Hobbies e disponibilizadas para download gratuito no Dungeonist.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.