Eis que apareceu, finalmente, a oportunidade de testar o sistema Mythras.

Primeiro dia, apenas um jogador apareceu para fazer a ficha e olha, a primeira vez é a mais difícil. Recebi uma mensagem de um segundo jogador e já fiquei empolgado. Seria legal jogar com pelo menos duas pessoas, mas no dia marcado, haviam mais seis para fazer a ficha.

Foi aquela bagunça.


Criar uma ficha de Mythras, mesmo utilizando bons recursos não é uma tarefa muito rápida, e fazer a ficha de seis pessoas que nunca leram absolutamente nada do sistema rapidamente, é ainda mais complicado, mas missão dada é missão cumprida.

Para auxiliar na criação das fichas, utilizei o excelente recurso criado pelo Adrian Maddocks e disponibilizado também AQUI.

Os jogadores não acharam a criação de personagens complicada, mas demorado. Lá pelas tantas, me propus, para dar celeridade ao processo, a escolher as perícias que eu acreditava fazer mais sentido de acordo com o conceito que os jogadores escolherem para seus personagens.

o final, tínhamos à mesa, um comerciante, um mateiro, um guerreiro alquimista, um cavaleiro da Ordem da Rosa Flamejante, um guerreiro mercenário e um druida.

Barão Phillip Strenger, ou como é mais conhecido, Barão Sanguinário.

O comerciante viaja por toda Velen fazendo negócios e é amigo do mateiro, que consegue ervas e outros itens para o comerciante, em um acordo mútuo de cooperação.

O guerreiro alquimista é sobrinho do Barão Phillip Strenger e está no Poleiro do Corvo para ajudar seu tio.

O cavaleiro da Ordem da Rosa Flamejante veio a convite de Tamara Strenger, filha do barão. O cavaleiro está tentando convencê-la a juntar-se à ordem.

O guerreiro mercenário é um local, alistado aos serviços do barão, que deseja provar o seu valor.

O druida vive na região próxima, eventualmente vindo ao Poleiro do Corvo quando há alguma necessidade.


Após criarmos os personagens, fiz uma rápida introdução da ambientação aos jogadores e fizemos uma sessão rápida que durou algo em torno de 40 minutos, só para não tornar o nosso primeiro encontro marcado pelo estigma de fazer uma ficha “complicada”.

A CENA

Todos os personagens estão no pátio de treinamento no Poleiro do Corvo. Como sempre, o Barão Sanguinário, como é mais conhecido, gosta de festejar com seus soldados e lhes proporcionou este momento. Muita comida e bebida para comemorar a vida.

Após a comilança e muita conversa de soldado jogada fora, a maioria se prepara para se recolher. O sobrinho do barão e o cavaleiro dormem na casa, enquanto os demais dividem-se entre as áreas comuns aos soldados e as casas na base da colina.

Dentro da casa, a calma da noite é quebrada pelo som de uma discussão. Três pessoas parecem discutir calorosamente, uma delas, o barão, as outras duas vozes de mulheres. Após alguns momentos o som de madeira rachando e silêncio.

Os convidados resolvem não fazer nada.

Alguns momentos depois, o comerciante, o mateiro e o mercenário veem dois cavalos saindo em disparada dos estábulos. Cada cavalo levava uma mulher, que desceram a colina à galope e então eles percebem um brilho alaranjado vindo da área dos estábulos e rapidamente correm para lá.

Os estábulos estão em chamas e as labaredas sobem rapidamente. Um homem aproxima-se do mercenário e implora pela vida de seu filho que está lá dentro, mas não consegue sair devido à porta emperrada.

Em meio a tosse, eles conseguem ouvir alguém gritando por socorro na parte de dentro e informando que a porta está bloqueada.

O mateiro busca uma entrada alternativa e encontra uma janela no alto dos estábulos, após algum tempo encontra uma escada e ajudado pelo mercenário, sobe até lá. O fogo está alto e ele vê um jovem caído, cercado pelas chamas.

O alquimista e o cavaleiro juntam-se aos demais e começam a forçar a porta, valendo-se de seus tamanhos avantajados.

O mercenário junta-se a eles, trazendo uma tora de madeira que os três usam como aríete. Quando lançam o primeiro golpe sobre a porta, o mateiro vê o jovem sendo soterrado por pedaços de madeira em chamas e se apressa, descendo rapidamente por um caminho irregular até alcançar o jovem. A quantidade de fumaça é muito grande e ele começa a fraquejar.

Mais um golpe com o aríete improvisado e a porte cede, mas o mercenário, que estava à frente, é engolfado por uma onda de calor que o deixa ferido. O alquimista e o cavaleiro tentam retirá-lo de lá, enquanto o comerciante entra para ajudar.

Quando ele se aproxima do mateiro, este já tem conseguido liberar o jovem dos escombros e os três saem dos estábulos que ameaçam ruir. O jovem não está muito bem, necessidade de cuidados, mas vai sobreviver.

O mercenário sofreu queimaduras leves por todo o corpo, mas irá se recuperar.

Nesse momento, quando uma parte dos estábulos vem abaixo, as chamas iluminam uma silhueta grande e forte, afastando-se da área, com uma garrafa de vinho na mão.

O que o Barão Sanguinário tem a ver com isso?


Como comentei anteriormente, a primeira parte foi conturbada e pouco proveitosa. Não há dúvidas que em outra situação, não serei pego desprevenido sem fichas prontas, contudo, acredito ter conseguido despertar a curiosidade dos jogadores para uma próxima sessão de jogo.

Até a próxima.


Para acompanhar todas as sessões:

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.