Saudações.

Embora o RPG (jogo) tenha surgido na década de 1970 e tenha, a partir dos anos de 1990 ganhado uma grande base de fãs no Brasil, popularizando-se ainda mais com traduções do mais famoso RPG de todos os tempos, o Dungeons & Dragons para o nosso idioma.

Nos últimos dez anos o hobbie se fortaleceu no país com a tradução de inúmeros títulos e a produção de uma grande quantidade de material em nosso idioma, com eventos acontecendo semanalmente por todo o Brasil, em lanchonetes (o Bob’s tem sediado eventos em várias cidades), lojas especializadas, centros culturais, livrarias, shoppings e claro, nas casas dos jogadores.

RPG no Instituto Federal do Amapá

RPG no Instituto Federal do Amapá

Mas que jogo é esse?

Em primeiro lugar, quero deixar claro que este não é um jogo de vídeo game. O RPG do qual falo e que considero como único, é aquele que jogamos com o auxílio de livros (físicos ou digital), que possuem um sistema de regras (publicado ou não), no qual o principal objetivo é a vivência de histórias em um mundo imaginário – seja ele qual for.

Faça um esforço e pense em um romance ou filme que você gostou muito. Agora pense em um personagem do romance ou filme que você se identificou ou que lhe marcou por alguma razão. Se você estivesse vivenciando aquela história, você faria as mesmas coisas que o personagem? Você faria alguma coisa diferente?

Se você, alguma vez, já se imaginou na pele de um personagem de um romance ou filme, e pensou fazer coisas diferentes ou mesmo viver aventuras diferentes, posso garantir que o RPG é um jogo que você precisa experimentar pelo menos uma vez.

Quando falo que jogo RPG, o que normalmente gera mais impacto é quando digo as pessoas que eu preciso de livros para jogá-lo.

Como assim? Como é possível jogar com livros?

Via de regra, os jogos de RPG são descritos em manuais que apresentam as regras do jogo, como criar os personagens e as ambientações possíveis para aquele conjunto de regras. Alguns sistemas de regras são genéricos (GURPS, Basic Roleplaying), enquanto outros são mais voltados para um tipo de ambientação, como o Dungeons & Dragons (fantasia medieval).

Além dos manuais contendo as regras e a ambientação do jogo, muitos jogadores fazem o uso de material de referência, como romances que ajudam a ambientar a história e que podem ou não terem sido produzidos especificamente para uma ambientação.

Em Dungeons & Dragons, por exemplo, existe um cenário de campanha chamado Forgotten Realms (Reinos Esquecidos em português), que já conta com 447 romances publicados de 1987 a 2015.

Muitas histórias vividas nos Reinos.

Muitas histórias vividas nos Reinos.

Mas eu preciso ler tudo isso para jogar?

Definitivamente não, por quê a essência do jogo está na reunião de um grupo de amigos (ou completos desconhecidos), com o propósito de viverem aventuras fantásticas, divertindo-se em mundos imaginários e dando-lhes vida com as experiências de seus personagens.

A leitura dos romances auxiliará os jogadores a entender a dinâmica do mundo no qual eles estão vivenciando suas histórias do ponto de vista dos autores, mas são eles que moldam e determinam os rumos desse mundo.

Jogar RPG pode gerar experiências incríveis, aumentando o gosto dos jogadores pela leitura, incentivando o trabalho em equipe (a maioria dos RPGs trabalham este aspecto), servindo como uma desculpa para reunir os amigos um dia qualquer na semana e contar histórias, que neste ou em outros mundos, poderá ecoar pela eternidade.

children game

Compartilhe:
Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.