Após cinco anos, estes eram meus últimos dias no Colégio de Magia e ao contrário do que eu imaginava, preparar-me para partir não estava sendo nada fácil.

Tarielye partira com um pequeno grupo de reconhecimento para as ruínas de Caer Gildore, após alguns soldados de Darfeld relatarem desaparecimentos na região.

Ruínas de Caer Gildore

Ela partiu um dia antes de minha cerimônia de passagem. Um dia antes de me graduar como Mago do Primeiro Círculo e poder deixar definitivamente o Colégio de Magia.

Dois dias após a cerimônia, eu ainda hesitava em deixar o colégio e foi na tarde daquele dia que Lacio, um dos membros do grupo de Tarielye, chegou. Eu fui chamado as pressas à enfermaria, chegando a tempo de vê-lo fechar os olhos para não mais abrir.

O Mestre Osmund Hancey estava na sala e conseguiu obter algumas informações antes que Lacio morresse. O grupo foi atacado enquanto investigavam as ruínas, ele fugiu depois de ser ferido e não viu mais ninguém, não sabendo se estão vivos ou mortos. Quando saiu de Caer Gildore, ele pegou um dos cavalos e seguiu pela Trilha do Verme em direção ao Colégio, mas os profundos cortes o debilitaram além de qualquer esperança de cura.

O colégio ficava a meio dia de viagem da pequena vila de Ongrove, onde nasci e me criei, mas que durante os cinco anos de intensos estudos, não tive a oportunidade de visitar. Na verdade, todos no colégio eram internos e não podiam, sob pena de expulsão, sair de seus muros enquanto durasse o treinamento.

Havia muito tempo que eu não via meus amigos. Alguns eu nem sabia se ainda moravam na cidade, mas antes de partir, juramos que a Irmandade do Espinho voltaria a se reunir e que partiríamos em busca de aventuras.

Eu parti naquela mesma tarde montado no corcel negro do mestre Osmund, e antes da lua atingir seu ponto máximo, cheguei a Ongrove.

Ongrove

A primeira etapa da minha jornada fora vencida e agora eu precisava reencontrar meus amigos, e pelo menos um deles eu sabia exatamente onde encontrar. Eolden era uma sacerdotisa de Aqiel, dama da cura, cujos templos funcionavam noite e dia, recebendo os doentes e ajudando a todos em necessidade.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.