Ontem, após um longo período sem abrir as portas de minha casa – não voluntariamente – para os amigos gamers – sejam jogadores de RPG ou tabuleiro – consegui reunir um pequeno grupo para saborear o autêntico açaí amapaense com pizza e jogos de tabuleiro.
À mesa, além da comida, foram servidas na entrada duas porções de River Dragons e como prato principal o Lords of Waterdeep, um jogo que eu tinha grande curiosidade em jogar pelas referências ao cenário de campanha de Forgotten Realms.
Sentaram-se a mesa para degustar todos os pratos eu (Franciolli), minha esposa (Ana Paula), meu irmão (Camilo), Renan e o senhor de todos os jogos do Rio Grande do Norte, Tendson Silva.

River Dragons

O River Dragons é um jogo despretensioso, do tipo party game, que pelo seu visual simples não me empolgou muito… até a segunda rodada do jogo!

No delta do Mekong, a cada ano, os mais bravos dos pequenos povos enfrentam-se em uma famosa competição. Construindo pontes com pranchas de madeira e pedras, eles tem que cruzar o rio e alcançar a vila na margem oposta. Para chegar lá, eles terão que plenejar as suas ações com cuidado, evitar as manobras de seus oponentes e as inesperadas intervenções dos dragões do Mekong. O primeiro a chegar a seu destino receberá um dragão de ouro do próprio rei!

O equipamento do jogo é composto por:

  • 1 peça de madeira representando o jogador;
  • 6 pranchas de madeira para cada jogador, cada uma com tamanho diferente e numeradas;
  • 13 cartas de ação.

O jogo se desenrola em duas fases distintas: planejamento e ação/resolução. Na primeira fase, os jogadores escolhem cinco cartas de ação, colocando-as em ordem e em segredo. Estas cartas não podem ser movidas ou trocadas e isso já constitui um passo estratégico importantíssimo.

As ações possíveis são:

  • Alocar uma pedra, ou duas pedras (cartas diferentes) que servirá de suporte para a prancha de madeira;
  • Alocar uma prancha de madeira ou duas (cartas diferentes) que permitirá que os personagens cruzem para as outras margens do rio;
  • Remover uma prancha ou pedra;
  • Realizar um ou dois movimentos (cartas diferentes). São estes movimentos que lhe permitem cruzar as margens do rio;
  • Pular sobre outro personagem – os bonequinhos na mesa, ok?;
  • Dragões do rio. Estes são utilizados para impedir que um dos outros personagens realize uma ação.

Existem regras específicas para a alocação e retirada das pranchas de madeira. O jogador precisa valer-se do olhômetro para determinar o tamanho da prancha que deve ser colocada entre duas pedras. Se a prancha for menor e não houver outro espaço menor onde se possa colocá-l, aquela prancha sai do jogo. Quando for remover uma prancha, o jogador pode remover uma prancha pertencente a ele ou a outro jogador, desde que seja de um tamanho (numeração) que ele não possua.

Da mesma forma, caso um personagem faça um movimento que o faça cair da prancha, ele retornará para o seu lado da margem, o que pode atrasar muito o jogo.

Com partidas que duram em média 20 minutos – mais se o nível de trairagem for muito elevado – o River Dragons é perfeito para grupos de até seis pessoas e a aparência inocente do jogo, logo revela-se um engano total.

Nas duas partidas que jogamos, Ana Paula conseguiu administrar bem e escapou pela tangente enquanto a maioria tentava impedir que o Tendson ganhasse, obtendo duas fantásticas vitórias.

No balanço final, só tenho uma palavra para descrever o jogo: RECOMENDADÍSSIMO!!!

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.