Diversão. Pura e simples diversão.

Desde que eu comecei a jogar RPG, 15 anos atrás, sempre ouvi falar dos supostos benefícios do RPG: formentar a imaginação, estimular a leitura, e isso além dos benefícios pedagógicos de se utilizar RPG na sala de aula, ou ainda da utilização de interpretações de papéis em terapias. E o pior de tudo, é que isso não é só com RPG: frequentemente saem matérias dizendo coisas super relevantes como “Quem jogou MMORPG é um melhor líder” e coisas do tipo. Como se estivéssemos procurando incessantemente uma maneira de legitimar nossa diversão.

O único problema é que isso não ocorre para outras formas de diversão mais antigas. Ou você vê matérias de jornais explicando os benefícios de se assistir um reality show ou de ir a um teatro? Ou quem sabe seu pai dava discursos de quão benéfico é assistir um jogo de futebol tomando cerveja, comendo amendoim e gritando palavrões? Ao lado da Mona Lisa tem um cartaz explicando os benefícios da sua carreira ao ver a pintura? É claro que não. Fazemos estas coisas por uma simples questão de prazer e auto-gratificação.

Então é muito bom que o RPG estimule a leitura e a criatividade, e que jogos de estratégia desenvolvem a lógica e a inteligência, mas essas coisas são consequências. Não é para isso que jogamos. É pela pura e simples diversão. O resto é efeito colateral. Não precisamos mais justificar nossa diversão como se estivéssemos pedindo autorização para nossos pais.

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Escrito por Pedro Leone
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