No final desta semana comecei a folhear o livro Stealing Cthulhu, um verdadeiro presente do amigo Pedro Leone. O assunto tratado não fica claro na capa – você tem que aventurar-se para descobrir.

O livro é de autoria de Graham Walmsley com anotações de Kenneth HiteGareth Hanrahan e Jason Morningstar. Graham é considerado, por alguns fãs, como o escritor das melhores aventuras puristas para Rastro de Cthulhu, mas infelizmente eu sou apenas um conhecedor superficial deste universo, embora pretenda atualizar minhas leituras lovcraftianas.

Quando você já jogou muitos cenários de Cthulhu, eles começam a parecer a mesma coisa. Você atira em cultistas. Você realiza rituais. Você desenterra um deus que é muito parecido com todos os outros deuses enterrados que você já desenterrou.

Incontestável esta afirmação e válida para muitos outros cenários, de muitos outros RPGs. Então o que o autor sugere?

Para escrever cenários originais, volte à Lovecraft. Copie suas ideias, adapte-as e use-as novamente. Enxerte parte das histórias umas nas outras. Roube seus enredos, locações e metáforas, refine-as e reuse-as.

 Ao longo do livro, o autor fornece centenas de dicas de como criar histórias originais, com um toque especial das anotações feitas pelos outros escritores, que confesso, prenderam a minha atenção.

Embora eu não jogue Rastro de Cthulhu ou mesmo já tenha jogado qualquer versão do Call of Cthulhu – não por não gostar do cenário, mas por falta de oportunidade, me interesso muito pela temática, principalmente quando posso usá-las em minhas aventuras de Lamentations of the Flame Princess.

Como não poderia deixar de ser, em praticamente todos os parágrafos do livro, existem referências as obras de Lovecraft e as anotações ajudam a entender certos aspectos, principalmente para alguém que não conhece muito do Mythos.

Como eu não li todo o livro, tive que recorrer a um review no RPGNet para ter mais informações. Claro que eu as comparei para ter certeza que não iria publicar qualquer coisa.

O livro divide-se em três partes básicas…

O autor identifica os blocos de construção empregados por Lovecraft mais frequentemente e mostra como fazer trocas em várias histórias, criando, a partir das ideias, locais, conceitos, etc., já empregados, cenários novos e originais.

Outra parte do livro mostra aplicações deste método de trocas em diversos monstros e entidades do Mythos.

O livro traz, como terceira parte básica, as regras para Dark Cthulhu, poucas páginas de um sistema de regras dinâmico, que permite que aventureiros percam sanidade aventurando-se no fantástico mundo do Mythos.

Releia os livros…

Reler os livros, normalmente assimilar informações que não foram percebidas em leituras anteriores, entender os blocos de construção da narrativa, mudá-las e criar histórias originais. Acredito que a essência básica do livro seja sobre isso, mas as técnicas e referências à obra de Lovecraft fazem o livro valer muito a pena.

A versão impressa ou em pdf do Stealing Cthulhu pode ser comprada no site Thieves of Time, do próprio autor, por 14 dólares.

Abaixo uma pequena amostra do que o aguarda no livro.

Stealing Cthulhu

Poucas ilustrações, mas muitas referências e anotações, fazem do livro uma excelente opção para jogadores e mestres de Cthulhu.

Compartilhe:
Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.