Saudações aventureiros.
No último sábado, dia 08 de setembro, durante o 1º Retropunkers Day aqui em Natal-RN, não tive a sorte de conseguir narrar Abismo Infinito, mas em compensação fui persuadido a jogar Fiasco pelo Pedro Henrique.
Na mesa estávamos o Pedro Henrique, Misael Salustino, eu e mais dos jogadores. Dos cinco à mesa, apenas eu e o Misael estávamos perdendo a virgindade com o Fiasco, os demais já haviam jogado pelo menos uma vez.
Dentre os vários cenários que o Pedro nos apresentou, eu queria testar o 300 Picaretas, do brother Ricardo Mallen, mas um dos jogadores já havia jogado duas vezes e então fomos para o cenário da Guerra dos Tronos, e embora principalmente eu e Misael tenhamos apresentado a síndrome do jogador iniciante, conseguimos desenvolver uma história, que embora não tenha tido nenhuma morte, teve um desenvolvimento e um desfecho muito interessante.
Contudo, não vou falar sobre a minha experiência com Fiasco durante o evento, mas sim como ele pode ser usado em outros sistemas, principalmente sistemas como Dungeons & Dragons (independente da edição) ou outros RPGs considerados menos narrativistas, criando pelo menos no início, relações muito interessantes.
Pesquisando um pouco encontrei este artigo do Mike Shea do Sly Flourish, escrito em 13/02/12 – Fiasco-Style Relationships o qual foi atualizado com o cenário Dragon Slayers accessory for Fiasco de Logan Bonner.
Fiasco e D&D? Como assim?
Eu queria ser original, mas o Mike Shae já disse que eu pensava! Você quer sair um pouco do clichê “vocês estão numa taverna” que impera no início das aventuras de D&D e muitos RPGs similares? Use o cenário como ponto de partida e divirta-se.
Mas como ele funciona?
Fiasco é um jogo para três a cinco pessoas e que é jogado sem mestre. Uma aventura de D&D pode ter entre três ou seis jogadores, sendo cinco o mais comum (mais nem sempre).
Considerando que seu grupo tenha cinco jogadores (seis com o mestre), os jogadores vão juntar uma pilha de D6 igual a quatro vezes o número de jogadores (não incluindo o mestre) e rolar todos os dados.
Entre cada jogador, devem ficar dois papeis para anotação, que serão as relações entre estes personagens.
Um jogador retira um dado da pilha, podendo escolher entre Relacionamento, Necessidade, Locação, Armas e Arcana. O número mostrado no dado determinará, dentro de uma das quatro opções, a relação, por exemplo:
Pedro puxa um dado da pilha mostrando o número 1. Ele decide que isso representará um Relacionamento e o número 1 indica Família e Romance e ele determina entre quais jogadores ele deseja que esta relação seja desenvolvida.
Isso transforma o início da sessão em algo muito mais dinâmico e, querendo ou não, todos tem que participar da criação, pelo menos da primeira trama.
Cada relação deve ser desenvolvida completamente, de forma que em algum ponto, um outro jogador poderia retirar um número 4 e determinar que a relação entre os dois personagens cujo relacionamento é Família e Romance seja Esposa em um casamento arranjado. Todos os jogadores na mesa podem ajudar a desenvolver estas relações, transformando-as em algo muito interessante para uma primeira aventura, que com certeza, teria histórias desenvolvendo-se a partir do conjunto de informações fornecido na primeira sessão de jogo.
O artigo e a ideia, é claro, podem e precisam ser mais desenvolvidos, por isso peço a ajuda de vocês para isso! Deixem suas opiniões nos comentários.
E vamos ganhar XP, pois o objetivo do jogo é esse!
Opa!Cara, realmente o Fiasco pode ser usado como ferramenta para criação de personagens tanto de D&D quanto de qualquer RPG.Eu, particularmente acho que ela serve um empurrão para esta parte do desenvolvimento do personagem. Posso me gabar ao dizer que “doutrinei” os jogadores da minha mesa a pensar assim, portanto eles não precisariam disso, estão acostumados a pensar primeiro o vínculos do personagem e depois sua raça, classe ou números. Acredito que principalmente naqueles momentos onde o jogador não está muito inspirado este método pode ajudar a profundar aquele simples guerreiro humano de 1º nível, tornando-o um personagem profundo, bem construído e memorável.A ideia sem dúvida é boa 🙂
Muito obrigado Alex pelo comentário.Muito bacana esse lance de doutrinar os jogadores para que eles desenvolvam seus vínculos antes de criarem seus personagens, e fico feliz que isso funcione bacana em seu grupo.Minha maior preocupação é com grupos que não tem esse costume e nunca passaram por isso, principalmente naqueles grupos formados por jogadores que reúnem-se a mesa somente em dias de jogo, sentam-se e olham para o mestre com aquele olhar que diz “divirta-me”.Infelizmente não conheço MUITOS grupos que possuam jogadores engajados no desenvolvimento inicial da trama. Eles preferem que o mestre assuma este papel.Fiasco (e tantos outros RPGs) traz essa possibilidade de “forçar” os jogadores a desenvolverem estas tramas logo de início e isso me deixou muito empolgado.Mais uma vez obrigado pelo comentário e continue a fazê-lo, o ForjaRPG precisa de ideias para martelarmos.
Caro Franciolli, notei que aqui em Natal nos encontros do trampolim da Aventura mesmo, na maioria das vezes aparece mais mestres do que jogadores, então que o fiasco é muito bom reunir esses mestres, existem inúmeros cenários de várias temáticas, um cenário de D&D é até bem fácil de fazer, já tinha pensado em outros também, vampiro a mascara, cyberpunk, mago entre outros, todo RPGista tem que jogar fiasco pelo menos uma vez na vida!!!
Saudações Reginaldo.Acho que o Trampolim da Aventura acaba atraindo mais mestres, pois são eles que acabam realmente procurando alguma coisa diferente, mas gostaria que os jogadores começassem a aparecer também.Fiasco com certeza figuraria entre os RPGs que você tem que jogar antes de morrer. 🙂
Uma cenario que cairia bem e que muitos mestres e jogadores dizem ser injogavel seria o Dragonlance, acho que construindo desta forma o jogo se tornaria mais jogavel por que daria mais liga na massa do bolo, que é justamente o que falta quando se cria uma aventura nesse cenario. pretendo ler essa bagaça e acrescentar e finalmente narrar algo pra esse cenario. Depois de le-lo verei se posso acrescentar mais ao que tu queres Franciolli.
Nicholas, eu agora fiquei surpreso em relação a esta afirmação sobre Dragonlance. Sempre ouvi muitas coisas positivas sobre o cenário.De qualquer forma, liga na massa do bolo sempre é bom 🙂 E fico no aguardo de mais sugestões.