Hoje rolei a minha primeira sessão do pacote dois do D&D Next e resolvi não seguir:

  1. A aventura liberada no pacote;
  2. A estrutura convencional dos jogos de D&D.

E como foi isso?

Participaram do teste o Matheus Medeiros, o Fábio Nascimento e o Diego Nacif.

Apenas o Matheus havia preparado sua ficha, e então pedi para o Fábio e o Diego escolherem suas fichas entre algumas que eu havia preparado com antecedência para uma outra aventura.  Logo tínhamos um grupo formado por dois anões e um humano, todos guerreiros, mas com as seguintes diferenças:

  • Urian – Humano / Guerreiro / Caçador de recompensas / Empunhador de duas armas;
  • Urin – Anão / Guerreiro / Soldado / Sobrevivente;
  • Thrain – Anão / Guerreiro / Matador / Sobrevivente

Pedi que os jogadores lessem as fichas antes do jogo e tirassem dúvidas. Apenas o Diego perguntou sobre os dados de expertise. Acho que todo o resto do texto ficou muito autoexplicativo.

Feito isso, pedi que os personagens criassem suas próprias histórias, o que aconteceu, o que os motivava e principalmente como chegaram neste momento juntos. Incentivei-os realmente a criar uma trama que envolvesse a todos de alguma maneira, não necessariamente criando laços de amizade, mas elos que os mantivessem juntos pelo menos por algum tempo.

Logo, uma trama foi tecida, enquanto eu assumia o papel de um mediador, costurando alguns pontos e fazendo-os desenvolver ainda mais a história.

No final, tínhamos um bastardo buscando vingança pela destruição de sua família e que encontrou na vida de caçador de recompensas uma forma de aplicar sua vingança. Um guerreiro que viu seu povo ser traído e exterminado e que desde então vem buscando o traidor – daí sua ligação com o caçador de recompensas – e um outro anão que durante muitos anos serviu ao exército, mas que buscava algo mais, que sabia jamais encontraria nas fileiras do exército.

Urin e Thrain em uma taverna, planejando sua incursão a Garganta.

Os jogadores decidiram que estavam atrás do anão traidor que foi responsável por ajudar na tomada do forte anão, facilitando a entrada de orcs e alguns ogro que dizimaram quase todos. Partiram então rumo a Garganta do Pântano, procurando pelo traidor e no primeiro dia de viagem abrigam-se em um fortim, graças aos contatos do soldado e no dia seguinte partem levando dois pôneis e um cavalo.

A noite são atacados por três orcs, sendo um deles um líder, em um combate rápido e muito interessante, onde eu deixei claro na narrativa algumas diferenças em relação aos pontos de acerto – que não são pontos de vida. No combate, apenas o guerreiro humano caiu – os anões tinham mais que o dobro dos pontos de vida dele e não sofreram nenhum dano.

Eu dei a deixa para os jogadores criarem um conflito da forma que eles desejassem, mas eles não entenderam, e pelo adiantado da hora, resolvi intervir e eu mesmo criar este desafio, depois do qual encerramos a partida e eu coletei as impressões deles sobre a sessão e a forma como a conduzi.

As impressões finais

O pessoal curtiu o playtest e a forma como ele foi conduzido, concedendo mais liberdade para eles próprios criarem, mas confessaram que a estrutura mais aberta ainda os limita, pelo costume já adquirido e enraizado da narrativa pertencer exclusivamente ao mestre.

Elogiaram o sistema, sua forma simples de resolução e principalmente em relação ao combate, muito mais dinâmico que edições anteriores e mais emocionante e principalmente pela forma que o histórico e especialidade dos personagens permitem criar conexões mais verdadeiras logo no início de uma aventura com os demais personagens.

Então é isso aí! D&D Next continua agradando com seu ritmo mais dinâmico e por enquanto sem muitos complicadores.

Vamos jogar que a experiência é o objetivo!

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.