Finalmente, depois de quase 5 meses com o livro, eu consegui terminar a leitura desse clássico de Ficção Centífica Social do gênio George Orwell. O tempo de leitura não foi devido ao tamanho e a complexidade do livro (eu só estou lendo em inglês desde o ano passado), e sim devido às inúmeras interrupções causadas por leitura de RPGs.

O que eu posso falar desse livro que já não foi falado há muito tempo? Escrito em 1949, depois da segunda guerra mundial e no início da ascensão da União Soviética como uma ditadura comunista, as comparações do Big Brother com o Stalin são inevitáveis. É muito fácil desprezar este livro como sendo uma propaganda política, sem valor para quem não compartilha do “medo de comunistas”. Mas fazer isso seria um desserviço a si próprio.


O livro está recheado de conceitos e idéias que entraram na nossa sociedade e fazem parte do nosso vocabulário comum. Muita gente já ouviu falar em “Big Brother”, “Sala 101”, ou já assistiu V de Vingança, Equilibrium, ou jogou Half-Life 2.

A escrita do livro é magistral, mas a leitura é terrível. Você não consegue ler e não sentir revolta, ansiedade, inquietação em praticamente qualquer ponto. O final completamente desesperançoso e terrível é só a cereja no bolo. Uma vez eu li que “livros felizes nós mesmos podemos escrever; o que precisamos é livros que nos provoquem, que sejam como soco no estômago”. E esse livro é muito mais do que um soco no estômago. Nas palavras da Wikipedia:

O autor de ficção científica David Brin costuma dizer que o grande mérito da ficção científica não é prever o futuro, mas pintar um futuro tão horrível que as pessoas vão lutar que ele não aconteça. Neste sentido, 1984 é talvez o livro mais importante do século, porque, a qualquer sinal de tirania, a sociedade lembra do livro e luta para impedi-la.

E só isso já é motivo suficiente para eu recomendar a leitura para todos, sem distinção. Leiam este livro.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.