No último sábado, contrariando alguns elementos do destino, e correndo o risco de perder um fígado, me arrisquei e fui ao 21º encontro que o grupo Trampolim da Aventura promove no Bob’s em Ponta Negra.

Quando cheguei por lá, após pegar uma carona com o compadre Hemerson, encontravam-se sentados e batendo um papo o Tendson e o Nicolas e para não ficarmos parados, fomos em busca de alguma aventura. Inspirando-se em Up (lembram do filme?) o Tendson catou uma caixa de Cloud 9, um jogo de blefe onde os jogadores alternam-se em rodadas no comando de um balão que a qualquer momento pode cair. Embora o Hemerson não tenha gostado, o jogo é bem divertido e rende boas risadas, além de ser um excelente passa-tempo.

Antes que o jogo terminasse o Gabriel Anaya chegou e logo providenciamos mesas para a parte externa do piso superior do Bob’s, afinal, a intenção era testar um sistema que ele estava misturando usando as regras de Shotgun Diaries e Wilderness of Mirrors, ambos de John Wick, mas eis que chega o Mizael, muito empolgado falando de um sistema que ele quer testar – o Miza System.

“Peguem um pedaço de papel e escreva nele o seu nome, uma especialização, coloque duas vantagens, uma desvantagem e dois quadradinhos que serão pontos curinga. Vocês serão militares!”

“E as regras? Como determinar se uma ação foi bem sucedida?”

“Pedra, papel e tesoura”

“Uau! Simples assim? Vamos começar a jogar!”

Jogamos por mais de duas horas, ou pelo menos discutimos muito durante a ambientação que o Mizael criou.

Cenário: Rio de Janeiro.

Situação: Membros das forças armadas de vários países, reunidos com um único objetivo – capturar o cientista David Banner no complexo do Alemão.

Lembram-se de alguma coisa? E a coisa ficou feia.

Obrigado ao Mizael pelo seus sistema! Quando escrever algo, eu e o Gabriel com certeza vamos nos esforçar para divulgar o Miza System.

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Depois do Miza System começamos a adaptação do Gabriel fez do Shotgun Diaries com Wilderness of MirrorsOs jogadores detalham uma situação desesperadora (que pode até ser um apocalipse zumbi) e tem que desenhar um mapa com a rota que eles deverão tomar para deter o problema. No meio do caminho podem haver alguns santuários (Shotgun) e a ampulheta do caos corre.

Os jogadores precisam então correr contra o tempo para atingir o seu objetivo, enfrentando os perigos e jogando dados. O sistema bem simples, conseguiu algum 6 no dado? Narra a situação! Tirou um 6 no dado da “corrupção”? Tenha um nível a mais de corrupção.

A estória foi muito bacana.

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Para finalizar as sessões rpgísticas, o Gabriel tirou seu exemplar de Slay Me e convidou-me a uma partida, onde eu fui o herói e ele controlou o monstro e a amante.

Meu personagem era um sacerdote que buscava num local que servira como campo de batalha, um artefato de sua ordem, uma cruz. Quando chegou ao local bandidos já buscavam itens e alguns ciganos haviam se instalado nos arredores para negociar tais objetos.

Garret, o sacerdote, foi convidado a jantar na tenda do patriarca cigano, Usuf que além de abrigo e um bom banho, na companhia de um bela jovem que segundo Usuf é sua filha, que insinuou-se para o sacerdote, que tendo que cumprir seus votos, optou por declinar o convite.

No jantar, vinho foi oferecido, mas estranhos olhares o fizeram desconfiar que o mesmo estava envenenado. Num súbito ataque de tremedeira, ele deixou cair o vinho e comeu a sopa, acreditando que ele não estaria envenenado, mas infelizmente até a sopa continha um tipo de veneno. Pedindo desculpas pelo cansaço ele sai da tenda e é seguido pela bela jovem, que diz é escrava, não filha do cigano e que tem o antídoto, mas que Garret precisa deitar-se com ela para ganhar a salvação.

Sem pensar, os dois caem na grama, fazendo amor sob a luz da lua.

Após tomar o antídoto ele sai em disparada com a jovem a cavalo, mas logo são seguidos por asseclas de Usuf que disparam setas de besta, atingindo a escrava que o acompanha. Após um tempo ele para o cavalo para ver a situação da garota, mas é cercado e os asseclas disparam repetidas setas na tentativa de acertá-lo, mas milagrosamente ele consegue rolar por um barranco até um rio próximo e é então levado pelas águas.

A morte com certeza é o destino da moça, mas ele não conseguiu o seu objetivo que era resgatar o artefato de sua igreja. Agora, ele planeja um retorno. Usuf deverá pagar pela morte da moça e o artefato precisa ser recuperado.

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Depois do evento a galerinha foi a um rodízio de pizza onde algumas pizzas foram barbarizadas e finalmente me deixaram em casa, onde foi a minha vez de ser barbarizado.

Abaixo algumas fotos do evento. E que evento!

Velha e jovem guarda se reúnem para jogar RPG! Isso é o que espero de eventos com RPG. Da esquerda para a direita Gabriel, Felipe e Franciolli.

Mesa de D&D 3.X no 21º Trampolim no Bob's.

Após barbarizarem zumbis em "Last Night on Earth" foi a vez de barbarizar geral em "Munchkin". Viciados? Não!!!

No carro do Hemerson o sonho de muitos boardgamers! Vamos fugir com esse tesouro?

Por enquanto é isso pessoal!

Quem foi ao 21º Trampolim da Aventura no Bob’s, espero que tenham curtido muito. Para quem não foi, fica a dica. Lembrando SEMPRE que o grupo se reúne também no IFRN da Cidade Alta e que a entrada é sempre fraca, com espaço para os jogos de tabuleiro e os RPGs.

Saiam da toca e venham jogar.

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.