Na noite da quinta passada, 11.11.2010, marcamos para jogar o Castle Ravenloft e quando fui pegar o Tendson em sua casa pedi que ele levasse um de seus jogos mais novos, o Tales of the Arabian Nights para que nos mostrasse!

O que me impressionou neste jogo, além de uma caixa muito bonita e muito pesada, foi o fato dele ser um jogo de tabuleiro narrativo! Como avançamos muito no horário de Castle Ravenloft, deixamos o Tales para outra ocasião, e esta surgiu antes do que eu imaginava.

Neste feriado, enquanto procurava alguma coisa pela net, falei com o Tendson e ele me disse que o Gabriel Anaya e sua esposa, a Katia haviam combinado no sábado, durante o 13º Trampolim no Bob’s, que queriam jogar o Tales neste feriado! Imediatamente me programei com a minha patroa e ficou decidido que também participaríamos da sessão de aprendizado deste jogo, mas logo fiquei com um pouco de receio pela minha digníssima, que não manja muito da língua inglesa e ainda por cima não curte muito jogos de interpretação.

Chegamos à casa do Tendson antes do casal Gabriel e Katia e fui pedindo para que o Tendson explicasse as regras do jogo, muito simples por sinal, mas que funcionam, de certa forma, como uma aventura solo – lembram-se delas?

O jogo é relativamente simples, no início do jogo, cada jogador escolhe secretamente uma combinação de 20 pontos para escolher entre Destino e Estória. A medida que o jogo avança, quando os jogadores conseguirem aquela meta, retornam para a cidade de início (Bagdá) e podem vencer o jogo.

Existe um Livro dos Contos, que vai às mãos do jogador a esquerda do jogador que tem a vez, que é chamado Leitor. Quando o jogador chega num determinado local, ele puxa uma carta de encontro, que dependendo do terreno no qual se encontra, indica o número de uma tabela que o Leitor deverá consultar. Após isso, o jogador da vez joga um dado para determinar o que ele encontrou, que pode ser um local, um objeto ou alguma outra coisa. Este número, modificado por condições como a cidade que ele está e o seu Destino, determinarão o que ele encontrou e qual a tabela de reação que o jogador deverá consultar. O Leitor tem a sua própria tabela que ele consulta com referências a escolha da reação do jogador – confuso? Vá jogar e veja que não é.

Após o jogador dizer como reagirá ao encontro, o Leitor confere qual a entrada que ele deverá consultar no Livro dos Contos e pede para que o jogador jogue o dado do destino, que pode modificar o resultado em até mais ou menos um. Com o número, o Leitor consulta o Livro dos Contos e lê o que acontece, que pode ser modificado por perícias que o personagem tenha.

Além do Destino e da Estória, ainda existe uma variação na riqueza dos personagens, que determina qual a distância máxima que eles podem percorrer por via terrestre ou marítima em sua rodada, bem como Missões, Tesouros adquiridos ao explorar cidades e Estatus que se acumulam, tanto para o bem, como para o mal.

O grande defeito do jogo é a sua extrema dependência do idioma. Está tudo em inglês e algumas vezes os textos utilizam palavras não muito usuais, exigindo que os jogadores saibam relativamente bem o idioma. Nosso grupo contou inúmeras vezes com o auxílio do Michaelis para tirar dúvidas e a partida, como toda sessão de aprendizado, acabou levando mais tempo do que prevíamos e também, detectamos algumas falhas nossas, como por exemplo, a não utilização das missões, que ficaram esquecidas por todos.

O jogo é fantástico e já estamos marcando uma outra sessão!

Embora o jogo seja uma competição, as estórias são individuais e a cada novo jogo, é possível ter estórias completamente diferentes. Como consta no próprio livro de contos, as combinações possíveis geram mais de 2002 diferentes estórias! É estória para mais de 2002 noites!

Obrigado ao Tendson, a Paula (minha amada esposa que veio e suportou o quanto pode jogá-lo), ao Gabriel e a Katia que proporcionaram uma excelente tarde de feriado, jogando um jogo com temática completamente diferente para mim.

A todo momento o Gabriel ficava imaginando quais cenários poderiam ser jogados naquele formato: o Hobbit, terror, ficção científica, tantos outros.

Valeu gente e que venha o próximo conto das mil e uma noites, ou seria melhor dizer, duas mil e duas?

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.