Cruven: Eu uso Arcanismo para investigar as origens do portal e determinar como podemos derrotar o antigo mal que atacou o reino.

Mestre: Alguém quer auxiliar Cruven? A CD para auxiliar é 17.

Dox: 29. Eu auxilio.

Jacinth: 25. Eu auxilio.

Luk: 17. Eu auxilio.

Josey: 18. Eu auxilio.

Cruven: Certo! Com quatro auxílios eu adiciono +8 em minha jogada. Minha base é 17, então meus bônus somam +25. Aqui vamos nós…

Mestre: Não se preocupe. A CD era apenas 23, então, com essa assistência, você não pode falhar na jogada.

Com que freqüência isso acontece na sua mesa de jogo? Prestar auxílio é uma grande forma de ajudar os personagens com uma jogada que outros jogadores poderiam não ser bem sucedidos por si só, mas também é um quebrador de mecânica se um personagem já possuir um valor muito alto na perícia. Como mestre, como você previne brechas nas assistências?

Os personagens não deveriam ser auxiliados só por que as regras dizem que eles podem. Embora o espírito da 4ª edição encoraje o “diga sim”, algumas vezes fazê-lo arruína o jogo e destrói experiências positivas. Um Ladino que cresceu nas vielas escuras de uma grande cidade, que nunca viajou além de suas fronteiras, poderia ajudar um Bardo numa jogada de História sobre uma civilização antiga que deixou de existir a mais de 1.000 anos?

É claro que existe um argumento para dizer sim e permitir o auxílio. O Ladino pode ter obtido essa informação de vários tipos de fontes. Dizer sim permite que o jogo flua ininterruptamente, todos podendo participar. Ao invés de dizer não ao requerimento, como um mestre seja pró-ativo e determine as suas expectativas sobre os auxílios antes da campanha começar.

Auxiliar consome uma ação

A maneira mais fácil para eliminar o auxílio espontâneo durante cada ação do jogador é requerer que o auxílio seja a ação do personagem naquele turno. Um ou dois jogadores podem optar por auxiliar em certas jogadas, mas muitos jogadores não irão – preferindo fazer ações completas em seus turnos.

Esta opção faz sentido para mim. Auxiliar demanda tempo, tanto quanto o tempo necessário para a ação que você está ajudando. É normal que a ação de auxiliar tome tanto tempo quando o necessário para realizar a ação e o jogador sacrifica o seu turno para ajudá-lo. Afinal de contas, se auxiliar for uma ação que vale a pena, então ela deve valer mais que outra ação no seu turno.

Treino requerido

Para auxiliar em uma tarefa, algum conhecimento básico é necessário. Outra forma que o mestre pode usar para que os jogadores não prestem auxílio o tempo todo é requerer que os personagens sejam treinados na perícia apropriada para a tarefa. Como você auxiliará num ritual arcano ou mentirá convincentemente para um mestre espião?

Esta opção é um pouco pesada, pois algumas classes possuem apenas poucas perícias treinadas. Algumas classes marciais recebem treinamento apenas em perícias físicas. Limitar a habilidade de auxiliar apenas com perícias treinadas significa que os personagens não estão aptos a participar ativamente em desafios de perícias sociais. Como resultado eu recomendaria instituir esta limitação em auxiliar apenas em certas ocasiões.

O olho do mal

Talvez o meu argumento favorito para dissuadir os personagens de prestar auxílio arbitrariamente seja uma técnica que eu chamo de olho do mal. O olho do mal requer algum trabalho para ser implementado, mas quando implantado ele pode ser bem efetivo.

É necessário que os personagens possuam um nêmesis de longa data, o que não é muito incomum em muitas campanhas de D&D. Este oponente ou nêmesis tem acesso a magia ou habilidade de amaldiçoar os personagens. Durante um encontro de combate, no qual o nêmesis escapa, um feitiço é colocado sobre cada personagem. A única forma de destruir o feitiço é derrotar ou matar o vilão.

A mecânica do feitiço é simples. Cada personagem joga 1d20 depois de cada descanso prolongado. A qualquer hora antes do próximo descanso prolongado que este número for jogado, o inimigo tem consciência dos personagens e seus olhos podem ver através do deles. Imagine isso similar a Frodo colocando o Um Anel e chamando a atenção de Sauron e dos Nazgul. O resultado é que o inimigo toma conhecimento da localização dos personagens e até o próximo descanso curto o personagem sofre uma penalidade de -1 em todas as habilidades, perícias e jogadas de ataque.

O medo dessas conseqüências manterá os personagens longe de jogadas arbitrárias de d20. Isso também adiciona uma dinâmica interessante ao jogo que manterá os personagens motivados em eliminar o inimigo.

Recursos adicionais

Esta não é a primeira vez que eu penso em formas de melhorar o auxílio. Em nosso artigo Foco em Perícia: Auxiliar (Parte 2), nós discutimos estes tópicos que possuem também dicas importantes para a mesa de jogo.

  • Auxiliar com outras perícias
  • Adicionar valores
  • Jogue com suas melhores habilidades

Como você lida com cada personagem na mesa de jogo que decide ajudar os demais personagens em todas as jogadas feitas? Seus esforços são bem sucedidos ou levam a frustrações posteriores?

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Texto original: The problem with assisting
Postado em: 06 de julho de 2010
Autor: Wimwick
Site: Dungeon’s Master

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.