Saudações caros leitores do Trampolim RPG.

Pegando a deixa do Tchelo no fórum da RPG Planet – o fórum tá muito bacana – sobre criação de itens, resolvi começar o mês escrevendo um pouco sobre esse aspecto do jogo que considero bem interessante, muito embora não tenha utilizado com muita freqüência na minha campanha.

Vou reproduzir aqui o questionamento do Tchelo e responder cada uma das questões:

As regras para criação de itens me confundem um pouco. Diz no livro que o preço em componentes para criar um item mágico é igual ao valor de mercado do item.

Mas o que exatamente são esses componentes? Seriam os mesmos componentes de rituais (Ervas raras, Incenso abençoado e Reagentes Alquímicos)?

Posso considerar residium como componente para criação de itens?

Ou tudo isso fica a cargo do mestre? Incluindo definir qual é o valor de componentes disponível em uma loja ou tesouro?

O que significa o custo para criação do item?

Os itens mágicos possuem preços que expressam seu valor na sua loja preferida de itens mágicos, sendo igual também ao preço em componentes para que o personagem crie o item.

O que são os componentes para criação do item?

O que esses componentes são, cabe ao mestre ou aos jogadores decidirem. Eles podem ser criados a partir de itens alquímicos, ervas raras e incensos (os mesmos componentes para os rituais), mas alguns requerem que um ritual seja realizado para que o item seja criado.

Na terceira edição, o personagem escolhe um talento de criação de item, no caso para criar armas e armaduras mágicas o personagem precisava ser de pelo menos 5º nível, e estaria habilitado a pagar o valor de mercado do item e então “criá-lo”, desde que atingisse os pré-requisitos, que são apresentados no Livro do Mestre, na descrição dos itens mágicos.

Se o guerreiro do grupo quiser uma espada sagrada vorpal +5 e então recorria ao mago do grupo que possuía o talento “Criar Armas e Armaduras Mágicas”. Se o mago atendesse aos pré-requisitos para criar o item, ele pagaria o valor de mercado o item, o mago gastaria 1 dia para cada 1.000 moedas de ouro do valor de mercado do item e gastaria 1/25 do preço total em experiência – isso fazia com que a criação de itens não fosse muito corriqueira nas mesas – e pronto. O guerreiro sairia saltitante com sua espada sagrada vorpal +5.

Na quarta edição QUALQUER personagem pode criar um item mágico, desde que seja capaz de conjurar o ritual Encantar Item Mágico, um ritual de nível 4. O funcionamento é simples, e como sempre na quarta edição, sem custo nenhum em experiência. Você toca o item a ser encantado, gasta a quantidade de componentes equivalentes ao ouro necessário para a criação do item mais o custo do ritual, que é de 175 moedas de ouro e prontinho, você tem um item mágico, que pode ser do nível de quem conjurou ou menor.

Mas essa abordagem é muito mecânica e acaba fazendo com que os jogadores usem somente ouro e nada de componentes para criar /comprar tais itens, uma abordagem bem mais prática e muito mais inverossímil.

E o resíduum?

O residuum sempre é considerado um componente para criação de itens mágicos, bem como moeda bem mais leve e pode substituir (teoricamente) qualquer outro componente – ele é magia precipitada.

Voltando aos componentes…

No capítulo 5 do Dungeon Master Guide 2, que trata de aventuras, existe uma discussão extensa sobre recompensas alternativas – muito boa por sinal – que inclui a integração de: melhorias divinas, melhorias lendárias, treino com os grandes mestres, recompensas que podem substituir itens mágicos.

Mas sobre o que estamo falando, há uma página inteira com sugestões, a página 146 apresenta os Componentes, materiais usados para criação de itens mágicos e que são adicionados como forma de fornecer elementos que tornem o seu item realmente único.

Esses itens são introduzidos nas Parcelas de Tesouros e podem vir sob a forma de:

  • Ajuda de um NPC que ajudará os personagens a completar o item;
  • Componentes que precisam ser colhidos/extraídos, como ervas raras, órgãos de determinadas criaturas (como a glândula pituitária de um tarrasque…)
  • Locais proibidos (como a montanha da perdição);
  • Entre outros.

O mestre determina o que precisa para criar o item e os personagens partem em suas buscas pessoais, o que gera uma série de missões secundárias ou pode ser uma missão principal na aventura.

O texto aconselha ainda que o mestre determine pelo menos três componentes para a criação do item, para que a busca não seja muito fácil (apenas dois componentes) e nem muito complicados (quatro ou mais), embora seja possível criar itens com mais quantidade de itens que sejam mais poderosos, principalmente quando se trata de uma missão primária.

Também é desaconselhado utilizar desafios de perícias para criá-los, embora seja encorajado algum desafio de perícias para ser rolado durante a criação do item em si, vale a pena dar uma lida.

Ao adicionar os componentes, substituindo-os nas parcelas do tesouro, quando o personagem tiver juntado todos os componentes (que podem ser NPCs, informações, etc.) ele NÃO paga o custo do item, pois assume-se que o item já foi pago pelas parcelas e o ritual é realizado sem custo para criação do item, embora o custo do ritual (175 po) ainda precise ser pago.

Até a próxima, e comentem!

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Escrito por Franciolli Araújo
Esposo de Paula, pai de Pedro e Nathanael. Professor e pesquisador na área de mineração. Um sujeito indeterminado que gosta de contar histórias e escrever sobre elas e acredita que o RPG é o hobbie perfeito, embora existam controvérsias.